Em se tratando de reforma íntima:

“Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz. Precisamos fazer mais e dizer menos.

Francisco Rebouças.

domingo, 29 de junho de 2008

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Os que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, proclamam, ipso facto, a força do Espiritismo, porque jamais poderia tornar-se universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica. Assim, se o Espiritismo se implanta por toda parte, se, principalmente nas classes cultas, recruta adeptos, como todos facilmente reconhecerão, é que tem um fundo de verdade. Baldados, contra essa tendência, serão todos os esforços dos seus detratores e a prova é que o próprio ridículo, de que procuram cobri-lo, longe de lhe amortecer o ímpeto, parece ter-lhe dado novo vigor, resultado que plenamente justifica o que repetidas vezes os Espíritos hão dito: “Não vos inquieteis com a oposição; tudo o que contra vós fizerem se tornará o vosso favor e os vossos maiores adversários, sem o quererem, servirão à vossa causa. Contra a vontade de Deus não poderá prevalecer a má vontade dos homens.”

Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas vêem alguma coisa mais do que fútil passatempo.. Ora, como cada um o que acima de tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue
a uma idéia que faz ditosos os que a esposam.

Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente.

O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem compreendido na sua essência íntima, depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda mais sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar. Enquanto a sua influência não atinge as massas, ele vai felicitando os que o compreendem. Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado, dizem: à parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que NENHUMA OUTRA me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza. Ao
lado de tudo isto, secundária se torna a questão dos fatos materiais.

Quereis, vós todos que o atacais, um meio de combatê-lo com êxito? Aqui o tendes.
Substituí-o por alguma coisa melhor; indicai solução MAIS FILOSÓFICA para todas as questões que ele resolveu; dai ao homem OUTRA CERTEZA que o faça mais feliz, porém compreendei bem o alcance desta palavra certeza, porquanto o homem não aceita, como certo, senão o que lhe parece lógico. Não vos contenteis com dizer: isto não é assim; demasiado fácil é semelhante afirmativa. Provai, não por negação, mas por fatos, que isto não é real, nunca o foi e NÃO PODE ser. Se não é, dizei o que o é, em seu lugar. Provai, final mente, que as conseqüências do Espiritismo não são tornar melhor o homem e, portanto, mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica, moral a que se tecem muitos louvores, mas que muito pouco se pratica. Quando houverdes feito isso, tereis o direito de o atacar.

O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião; Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensas são corolários naturais da vida terrestre e, ainda, porque, no quadro que apresenta do futuro, nada há que a razão mais exigente possa recusar.

Que compensação ofereceis aos sofrimentos deste mundo, vós cuja doutrina consiste unicamente na negação do futuro? Enquanto vos apoiais na incredulidade, ele se apóia na confiança em Deus; ao passo que convida os homens à felicidade, à esperança, à verdadeira fraternidade, vós lhes ofereceis o nada por perspectiva e o egoísmo por consolação. Ele tudo explica, vós nada explicais. Ele prova pelos fatos, vós nada provais. Como quereis que se hesite entre as duas doutrinas?

Livro dos Espíritos – Introdução V.
JFCR.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Passe requer preparo e concentração do médium!

Somos diariamente surpreendidos por matérias elaboradas por companheiros da Seara espírita, que sem o menor constrangimento escrevem pelos diversos meios de comunicação, jornais revistas, livros e até mesmo pelos incontáveis sites espíritas sobre assuntos de que pouco ou nada sabem, e, muitos outros por acharem que "sabem demais", com o agravante, de citarem para dar credibilidade ao que falam, os supostos argumentos contidos nas obras espíritas, que na verdade falam de assuntos diferentes das interpretações que lhes são dadas.

Admitem que uma pessoa de má índole, sem moral, perversa e pervertida, pode facilmente irradiar em seu derredor uma vibração de má qualidade, que poderá ser percebida e sentida por alguém de aguçada percepção, facilmente influenciável, como uma planta murcha na proximidade de certos indivíduos, assim como alguém de nobres intenções e elevada moral pode transmitir as boas vibrações em sua volta, até aí tudo bem.

Mas, em assuntos que possam comprometer o status que ostentam de conhecedores da filosofia espírita, defendem suas teses errôneas com acirrado esforço para não ter que admitir que estão em erro em qualquer aspecto de seus pontos de vista, como se isso fosse o fim do mundo, e não uma atitude louvável de quem pretende ser um dia, verdadeiro cristão e espírita.

Como exemplo podemos citar estes três trechos de uma matéria espírita, em que seu autor se refere à participação do médium na tarefa do passe, tentando justificar a participação do médium passista de braços estendidos, como uma simples máquina ou um simples objeto sem qualquer importância na nobre tarefa do passe, contrariando o contido na codificação do espiritismo:

1) “Há pessoas que esquecem que o passe ministrado por nós encarnados pertence, segundo terminologia adotada por Kardec, à chamada ação magnética mista, semi-espiritual ou humano- espiritual (A Gênese, cap. XIV, item 33), na qual, combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece”.

2) Há espíritas, e certamente isso deve ocorrer com alguns médiuns, que sentem uma influenciação mais forte do Espírito amigo que os auxilia no passe e, movidos por essa influenciação, movimentam o braço seguindo uma intuição especial, que poucas pessoas sentem. Advém daí a orientação pela simples imposição de mãos visto que, não sabendo qual o problema específico do enfermo, não há razão nenhuma para movimentarmos a esmo nossas mãos.

3) Sabem todos os que trabalham na tarefa do passe que geralmente os médiuns passistas não conhecem as pessoas que ali estão para receber esse auxílio. E, ainda que os conheça, o médium não tem ciência do que levou a pessoa a buscar o recurso magnético, visto que num grupo de 80 pessoas à espera do passe, há de tudo: indivíduos gravemente enfermos, cri-aturas preocupadas com problemas materiais, pessoas que têm saudade do ente querido que partiu e casos inúmeros – desemprego, depressão, solidão etc. – de que os médiuns passistas não têm o menor conhecimento".

Diante desses tipos de comentários, só nos resta lamentar a falta de lógica para a tese ultrapassada e sem fundamento que defendem, pois, no primeiro caso, o contido na Gênese nada tem de contrário ao movimento das mãos do médium passista, nem consagra o princípio defendido da simples imposição delas.

No segundo, se reconhecem que certos médiuns sentem uma influenciação mais forte do espírito amigo que os auxiliam, e por essa razão movimentam os braços, seguindo uma intuição especial, cabe-nos perguntar: porque só alguns privilegiados são influenciados de forma mais forte como se expressam, para movimentar suas mãos e os outros não? E, para essa pergunta amigos, só há uma única resposta certa, estão preparados convenientemente para tal mister, falta aos outros, acurados estudos para não se portarem em tão relevante serviço de cunho espiritual como verdadeiros “postes e robôs”, jamais médiuns intérpretes da espiritualidade benfazeja.

No terceiro caso, sobre não conhecerem os doentes e as doenças que os afligem, não será possível ao médium saber qual a enfermidade ou o local onde ela está estabelecida, pois, cabe ao benfeitor o recurso de auxiliá-lo pela inspiração a dirigir suas mãos ao local da enfermidade, desde que ele se disponha a ser verdadeiramente um médium espírita.

Como podemos ver os argumentos são simples paliativos que escondem enorme frustração por não terem ainda suficiente coragem para admitir o quanto estão distantes da filosofia espírita sobre o assunto, que como espírita, terão que admitir mais cedo ou mais tarde.

Chega de citar os argumentos infundados deste ou daquele autor famoso ou não para justificar erros inadmissíveis na nossa doutrina tão nobre, pois, nenhum deles foi tão perfeito como o Mestre de Nazaré que nos transmitiu através dos Espíritos Superiores a verdadeira doutrina contida na codificação de Kardec.

Para tanto, vejamos o que a própria Gênese nos esclarece a tal respeito, sem citar a Revista Espírita e as incontáveis obras de reconhecido cunho doutrinário sobre o tema.

4. - Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores.
Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque está nele a chave de uma imensidade de fenômenos que não se conseguem explicar unicamente com as leis da matéria.

Qualidade dos flúidos

17. - Fora impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles.
Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.

18. - Sendo apenas Espíritos encarnados, os homens têm uma parcelada vida espiritual, visto que vivem dessa vida tanto quanto da vida corporal; primeiramente, durante o sono e, muitas vezes, no estado de vigília. O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.

19. - Assim se explicam os efeitos que se produzem nos lugares de reunião. Uma assembléia é um foco de irradiação de pensamentos diversos. É como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota.
Resulta daí uma multiplicidade de correntes e de eflúvios fluídicos cuja impressão cada um recebe pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.
Mas, do mesmo modo que há radiações sonoras, harmoniosas ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, agradável é a impressão; penosa, se aquele é discordante. Ora, para isso, não se faz mister que o pensamento se exteriorize por palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.
Tal a causa da satisfação que se experimenta numa reunião simpática, animada de pensamentos bons e benévolos. Envolve-a uma como salubre atmosfera moral, onde se respira à vontade; sai-se reconfortado dali, porque impregnado de salutares eflúvios fluídicos. Basta, porém, que se lhe misturem alguns pensamentos maus, para produzirem o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido, ou o de uma nota desafinada num concerto. Desse modo também se explica a ansiedade, o indefinível mal-estar que se experimenta numa reunião antipática, onde malévolos pensamentos provocam correntes de fluido nauseabundo.

20. - O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral, fato este que só o Espiritismo podia tornar compreensível.
O homem o sente instintivamente, visto que procura as reuniões homogêneas e simpáticas, onde sabe que pode haurir novas forças morais, podendo-se dizer que, em tais reuniões, ele recupera as perdas fluídicas que sofre todos os dias pela irradiação do pensamento, como recupera, por meio dos alimentos, as perdas do corpo material. É que, com efeito, o pensamento é uma emissão que ocasiona perda real de fluidos espirituais e, conseguintemente, de fluidos materiais, de maneira tal que o homem precisa retemperar-se com os eflúvios que recebe do exterior.
Quando se diz que um médico opera a cura de um doente, por meio de boas palavras, enuncia-se uma verdade absoluta, pois que um pensamento bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral.

21. - Dir-se-á que se podem evitar os homens sabidamente mal intencionados.
É fora de dúvida; mas, como fugiremos à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de nós e por toda parte se insinuam, sem serem vistos?
O meio é muito simples, porque depende da vontade do homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água.
Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.
As moscas são atraídas pelos focos de corrupção; destruídos esses focos, elas desaparecerão. Os maus Espíritos, igualmente, vão para onde o mal os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados ou desencarnados, nada tem que temer da influência dos maus.

Mudemos definitivamente o discurso desculpista da nossa falta de estudos evitando citar o que diz este ou aquele indivíduo em sua obra, e, passemos a dizer convictos da sublimidade da fonte: “a codificação do espiritismo nos ensina assim”.

Gênese:
1) Kardec Allan - Cap. XIV, itens 4, e 17 a 21.
Grifos nossos.

JFCR.

sábado, 21 de junho de 2008

A Sabedoria de um Gênio

"Pessoas sábias falam sobre idéias, pessoas comuns falam sobre eventos e pessoas medíocres falam sobre pessoas!"

"Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado."

"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada."
"Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saúde e força para qualquer sociedade."


Albert Einstein



JFCR.

domingo, 15 de junho de 2008

Passes: Caem pouco a pouco, as falsas teorias!

Muitos confrades da doutrina espírita, dando voz ao orgulho próprio que os dominam há séculos, continuam a divulgar seus errôneos conceitos sobre o procedimento do passista na atividade do passe. Outros, começam a modificar suas opiniões anteriores, de forma bem sutil ao identificarem o erro que há muito espalham em relação ao importante papel desempenhado pelo passista na mediunidade de cura.

Assim sendo, alguns poucos, timidamente revendo seus conceitos e identificando a inconstância de seus argumentos, começam a admitir a teoria que antes não aceitavam de forma alguma a movimentação das mãos na prática do passe que condenavam com imperiosa inflexibilidade, vejam o que já admite um desses ferrenhos defensores "da simples imposição das mãos".

"Há espíritas, e certamente isso deve ocorrer com alguns médiuns, que sentem uma influenciação mais forte do Espírito amigo que os auxilia no passe e, movidos por essa influenciação, movimentam o braço seguindo uma intuição especial, que poucas pessoas sentem."

Já é alguma coisa para quem sempre defendeu que o passista deve simplesmente se comportar como "um poste ou como um mero robô, contrariando o que nos ensina a doutrina espírita, conforme contido ne Revista Espírita que transcrevemos a seguir.

O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo; mas o Espiritismo, que começa, não pode ainda haver dito tudo; não pode, de um só golpe, nos mostrar todos os fatos que ele abarca; cada dia deles desenvolve novos, de onde decorre novos princípios que vêm corroborar ou completar aqueles que já se conheciam, mas é preciso o tempo material para tudo; qualquer parte integrante do Espiritismo é, por si mesma, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e abarca não só as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complicadas de obsessões que, elas mesmas, influem sobre o organismo” (...).

“(...) A mediunidade curadora se exerce pela ação direta do médium sobre o doente, com a ajuda de uma espécie de magnetização de fato ou de pensamento.
"(...) Seria, pois, um erro considerar o magnetizador como uma simples máquina na transmissão fluídica. Nisto como em todas as coisas, o produto está em razão do instrumento e do agente produtor. Por estes motivos, haveria imprudência em se submeter à ação magnética do primeiro desconhecido; abstração feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre. (...).

Kardec, nos dá exemplo de que é pela movimentação das mãos, que os Espíritos Superiores levam com maior eficácia as energias capazes de re-harmonizarem os órgãos em desequilíbrio no indivíduo assistido conforme segue.

"Nós revezávamos, todos os três, de oito dias em oito dias, para a emissão fluídica, colocávamos a mão, ora sobre a cavidade do estômago do enfermo, ora sobre a nuca, no início do pescoço. Cada dia o enfermo podia constatar uma melhora; nós mesmos, depois da evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós, e escapar-se de nossos dedos alongados e de nosso braço estendido para o corpo do sujeito que tratávamos". ¹

Temos absoluta certeza, de que muito brevemente essas pessoas estarão revendo seus conceitos equivocados e deixando de lado o orgulho camuflado para seguir o codificador sem medo de reconhecer que estavam errados em suas interpretações absolutamente pessoais.

Aí estão, além da codificação, as obras de André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda, Leon Denis, Vianna de Carvalho, entre outras para que sejam estudadas e compreendidas como devem ser realmente, sem achismos ou modismos condenáveis e desnecessários.

Esses que tanto defendem a tese absurda da simples imposição das mãos, são os mesmos que para tudo que escrevem fazem referência às obras desses autores aqui citados, e, só no passe não levam em consideração o contido nas referidas obras.

Esperamos não ter mais que ler as desculpas infundadas como as do autor do texto que nos afirma:
"Em face disso, sem nos importarmos com quem defenda pensamento contrário, somos inteiramente a favor do que Herculano Pires expõe na obra referida, porque foi ele, até o momento, quem melhor explicitou a mecânica do passe em nosso meio.
“O passe espírita – ensina-nos Herculano – é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos.

E sim, que não nos interessa o que afirma este ou aquele autor, mas o que nos ensina a codificação de Allan Kardec.

1) Mediunidade Curadora : Volume VIII da Revista Espírita de setembro de 1865. pág. 257 a 262.

Grifos nossos.

JFCR.

sábado, 14 de junho de 2008

UMEN, um presente de DEUS!.

Essa, é a bendita casa, que a misericórdia de Deus nos concedeu para que nos beneficiemos das inúmeras oportunidades da convivência fraterna entre seus membros, buscando o fortalecimento dos vínculos da sincera amizade, e a dilatação dos laços afetivos entre todos.

É, a sublime escola onde temos recebido as mais belas lições e os mais importantes aprendizados, para a correta compreensão da nossa condição de seres imortais, mostrando-nos como devemos proceder nas diversas e complexas situações que vivenciamos nos agitados e difíceis dias da nossa sociedade.

Esse é o divino recanto de nosso refazimento, onde haurimos as sãs e medicamentosas energias de ré-equilíbrio, no restabelecimento das nossas forças para a continuação da nossa jornada, abastecendo-nos para as batalhas que teremos que travar.

Essa, é a nossa academia de vida, preparando-nos para enfrentar com disposição e conhecimento as armadilhas espalhadas pelas estradas por onde teremos que trilhar, e que sem esse preparo, não saberíamos como proceder de forma a tirar as melhores lições que nos servirão de experiência nas novas empreitadas que estarão no porvir da nossa caminhada evolutiva.

É, este, o abençoado hospital de nossas almas, legando-nos os sublimes e imprescindíveis recursos da farmacologia espiritual, proporcionando-nos saúde não só para o corpo físico perecível, mas para a Alma eterna e imortal.

Este é o incomparável, oásis espiritual aclarando e dilatando nossa visão, permitindo-nos melhor percepção das sublimes lições do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, trazida ao nosso encontro por dedicados ministros da Seara do Mestre de Nazaré, ensejando-nos situações em que podemos cooperar uns com os outros, nas imprescindíveis tarefas do bem, dando-nos a chance de crescer com as relações da nobre convivência, respeitando cada indivíduo em seu momento evolutivo, doando-nos em favor do nosso semelhante mais necessitado que nós, no respeito e exercício da máxima “Fora da Caridade não há Salvação”.

É, essa, nossa fortaleza, onde buscamos proteção e amparo nos nossos momentos de dificuldades, pois sabemos que os Espíritos Superiores nos estarão garantindo segurança, para prosseguirmos resolutos, sem medos, sem angústias injustificadas, estendendo-nos à mão acolhedora, dando-nos o suporte necessário, para que ultrapassemos as barreiras que se opõem ao nosso crescimento moral espiritual.

Por mais que, os nossos sentimentos nos ditem palavras de reconhecimento e gratidão, não conseguiremos com exatidão traduzir o verdadeiro significado para as nossas vidas, dessa Instituição chamada União da Mocidade Espírita de Niterói, pois para todos quantos dela se beneficiam, nos dois planos da vida, não há, por enquanto, palavra que traduza tudo quanto nossos corações gostariam de expressar.

Urge, que reconheçamos o quanto antes essa feliz realidade, e procuremos de alguma forma retribuir em ação, com nossa pequenina mais importante parcela de colaboração, no intuito de ver essa bendita casa prosseguir derramando bênçãos em nome do Senhor da Vinha, que é o Caminho, a verdade e a Vida, e que sem ele nada podemos, ofertando-lhe o vaso do coração na certeza de que cada migalha de nossa boa vontade será convertida em canal proveitoso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor dos nossos passos.

Não esqueçamos, nunca, de agradecer a Deus, a Jesus e aos amigos do Mundo Maior, o privilégio de contar com a sagrada oportunidade de pertencer a esta que é sem dúvida uma CASA ESPECIAL.



JFCR.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ah! se escutássemos Jesus

Todas as religiões ditas cristãs deveriam ensinar a seus adeptos, tão somente os ensinos de Jesus, e, dessa forma, certamente a Terra já estaria vivenciando uma era de justiça e paz bem diferente da que vige em nosso planeta na atualidade.

Basta que observemos seus ensinos contidos nos evangelhos, para que encontremos o verdadeiro roteiro de uma vida de respeito e fraternidade que nos assegurariam uma perfeita convivência com o nosso irmão em humanidade a caminho da felicidade e da perfeição.

"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles?
A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua


Para exemplificar o benefício do exercício desses conceitos cristãos, na vida de qualquer ser humano que deles fizer uso, recorremos a um pequeno conto, que retiramos dos inúmeros que circulam pela internet, e que transcrevemos a seguir.

A resposta do Ramesh, mestre na Índia

Conta-se que certo aprendiz, indagou certa vez a Ramesh, um de seus mestres: “Mestre, porque existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogados num copo d’água”?

O Mestre esboçou doce sorriso, e lhe contou uma história.

Certo homem viveu de forma amorosa durante toda sua vida. Quando ele morreu, todos que com ele conviveram exigiram que ele fosse encaminhado para o Céu, pois, um homem tão bom quanto ele fora, merecia desfrutar dos privilégios do paraíso. Para aquele homem, ir para o Céu, não lhe parecia tão importante, mas, atendendo a pedidos, para lá se dirigiu.

A narrativa destaca que naquela época, o céu não havia passado por um programa de qualidade total, por essa razão, a recepção não funcionava muito bem, e, a moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas, que se encontravam espalhadas pelo balcão, não tendo encontrando nas ficha o nome daquele homem, o encaminhou para o inferno.

No Inferno, ninguém exige crachá e nem convite; qualquer um que chegar, é imediatamente convidado a entrar. O homem entrou e por lá foi ficando...

Dias depois, o Chefe Geral do Inferno bate furioso às portas do Paraíso para tomar satisfação com São Pedro. Profundamente irritado falou: “Isso que você está fazendo é puro terrorismo”!!.

Sem saber o motivo de tanta raiva, Pedro perguntou do que se tratava. Transtornado o Chefe Geral do Inferno respondeu: “Você mandou aquele sujeito para o Inferno, e ele está me desmoralizando! Chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas.

Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno não é lugar para isso! Por favor, traga esse sujeito para cá
”.

Quando Ramesh terminou de contar essa história, olhou carinhosamente para o jovem aprendiz e lhe disse:

Viva com tanto amor no coração, que se por engano, você for parar no Inferno, o próprio Demônio lhe traga de volta ao paraíso”.

Se eu pudesse lhe deixar alguns presentes deixaria:
* acesso ao sentimento de amar a vida e seus irmãos em humanidade.

* a consciência de aprender tudo o que lhe foi ensinado pelo tempo afora.

* a vigilância para lembrar e evitar os erros que foram cometidos para não mais os repetir.

* a capacidade de colher novos caminhos.

Deixaria ainda se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:

- Além do pão, o trabalho, além do trabalho, a ação.

E, quando mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar sempre uma boa saída. ²

Que pelo menos nós espíritas, possamos interiorizar os conceitos da doutrina que esposamos e nos transformemos em verdadeiros discípulos do Mestre de Nazaré, a espalhar as beneces de sua mensagem através de nossas ações no dia-a-dia de nossas vidas, hoje e sempre.

1) Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XI, item 4.
2) Pesquisas na Internet.
4) Grifos nossos.

Francisco Rebouças.

O Cristão segue o Cristo

A Doutrina Espírita reaviva em nós os ensinos de Jesus, através do cumprimento de sua promessa de nos enviar o Consolador, para nos dizer tudo que ele não nos pode ensinar, em virtude da nossa imaturidade da época de sua estada entre nós, pois ele bem sabia que todos os seus ensinamentos seriam com o tempo esquecidos e propositadamente alterados, segundo as conveniências dos poderosos do mundo.

O espiritismo então, veio definitivamente retirar o véu que nos encobria a visão do mundo espiritual, trazendo novamente as explicações pautadas na mais viva fé, que não despreza o raciocínio, nem deixa de lado os parâmetros da razão, fazendo que o homem saiba de onde vem para onde vai e porque está na Terra, alertando-o para o cumprimento dos verdadeiros princípios da Lei de Deus, consolando-o pela esperança e pela confiança na misericórdia Divina.

Instrui, seu seguidor, para que busque acima de seus interesses imediatos, o trabalho em benefício de seu semelhante, pois só assim, estará ele no caminho certo do encontro com seu Mestre, no trabalho incessante da caridade que a Doutrina Espírita bem nos incentiva a praticar, quando nos esclarece que: “fora da caridade não há salvação”.

Ensina que o Cristianismo não está restrito às palavras de aconselhamento ao próximo, mostrando-o como deve proceder, mas principalmente no exemplo que arrasta, espalhando as beneces daquele que espalhou o amor por todas as criaturas que o buscaram, sem distinção de crença, raça, cor, ou qualquer título de nobreza, ensinando a todos que o amor não tem preferências.

Seguir Jesus é, antes de mais nada, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como ele resumiu toda a Lei e os Profetas, colocando ao alcance de todos ricos ou pobres, que não dependem de decretos, valores amoedados, conhecimentos científicos etc..., para serem multiplicadores de seus benefícios na aplicação da Lei de amor e caridade, bastando para tanto que a criatura se disponha ao trabalho no bem, pois que ninguém é tão rico que de nada necessite, ao mesmo tempo que ninguém é tão pobre que nada tenha para oferecer ou auxiliar.

Ser Cristão é seguir Jesus, utilizando os seus ensinamentos, a través da prática da caridade, para consigo mesmo, através do combate ao egoísmo, orgulho, vaidade, inveja, ciúme etc., desenvolvendo ao mesmo tempo as virtudes da humildade, da benevolência, do perdão etc...

Mãos à obra, porquanto, é chegado o tempo em que precisamos encarar de frente esse nosso compromisso com a espiritualidade superior, fazendo o que nos cabe fazer, sem nos preocuparmos em saber se o outro está ou não fazendo a parte dele, pois Jesus já nos alertava que a cada um segundo as suas obras, isto é, cada qual dará conta da sua administração pessoal dos valores que Deus colocou à sua disposição para uma utilização de forma adequada, visando o progresso individual e coletivo da sociedade.

Façamos então o que nos está confiado na obra da regeneração da humanidade, pedindo a Jesus que nos ajude em mais essa empreitada, e trabalhemos sem desânimo, enfrentando as dificuldades do caminho evolutivo, com confiança e disciplina, entendendo por fim, que ninguém consegue transpor os degraus da escada do progresso moral espiritual, sem despender o necessário esforço na conquista do objetivo maior da vida de todos nós que é possuir a verdadeira felicidade.
JFCR

domingo, 8 de junho de 2008

Informe - O Espiritista

JUSTIÇA BAIANA MANDA RECOLHER LIVRO QUE CRITICA O ESPIRITISMO


A Justiça da Bahia determinou o recolhimento, em Salvador, de todos os exemplares de um livro escrito pelo padre Jonas Abib, fundador da comunidade católica Canção Nova, ligada à Renovação Carismática, sob a acusação de “ofensa contra as formas de espiritismo

(Fonte: Portas Abertas) - Para o Ministério Público baiano, que pediu o recolhimento do livro "Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação", da editora Canção Nova, o padre cometeu o crime de "prática e incitação de discriminação ou preconceito religioso", previsto na lei 7.716, de 1989.

De acordo com o promotor Almiro Sena, Abib faz no livro "afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto".

A ação cita trechos do livro que, na avaliação da Promotoria, trazem ofensas ao espiritismo e às religiões afro-americanas. "O demônio, dizem muitos, "não é nada criativo". (...) Ele, que no passado se escondia por trás dos ídolos, hoje se esconde nos rituais e nas práticas do espiritismo, da umbanda, do candomblé", diz Abib na obra.

A editora Canção Nova informou que não foi comunicada da decisão judicial e negou que o livro incorra em preconceito religioso.

Nota da Portas Abertas: O caso em questão abre um precedente perigoso no que se refere à liberdade de expressão e pode atingir diversas outras publicações cristãs que tratam das religiões afro-brasileiras. Infelizmente assitimos hoje no Brasil ações que visam calar os cristãos de propagarem a sua visão.

Para saber comentários à respeito do assunto acesse o SITE:

http://www.overbo.com.br/modules/news/article.php?storyid=6967
JFCR.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Biografias - O Espiritista


Yvonne A. Pereira



Nasida em Rio das Flores (RJ), Yvonne completaria 78 anos de idade no dia 24 de dezembro, de 1984, ano em que faleceu. Sua desencarnação ocorreu em março.

Solteira, Yvonne residia com uma irmã e sobrinhos no bairro da Piedade, no Rio, após ter residido nas cidades mineiras de Lavras e Juiz de Fora, o que levou muitos confrades a pensarem que ela tivesse nascido em Minas Gerais, terra de grandes médiuns e vultos notáveis do Espiritismo, como Chico Xavier, Eurípedes Barsanulfo, Abel Gomes e tantos outros.

Entre os anos 60 e 80, Yvonne do Amaral Pereira teve artigos seus publicados na revista Reformador, sob o pseudônimo de Frederico Francisco, nome escolhido em homenagem ao compositor polonês F. F. Chopin, com quem ela certamente mantinha estreitos laços espirituais com origem no passado.

Yvonne apresentou como médium diversas aptidões mediúnicas, assunto a que ela se refere da seguinte forma:

Tipos de mediunidade − Como médium psicógrafa trabalhei a vida inteira, desde 1926 até 1980, como receitista, assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Augusto Silva, Charles, Roberto de Canalejas e outros cujos nomes nunca soube. Fui e até hoje sou médium conselheiro (ver O Livro dos Espíritos, classificação dos médiuns), psicoanalista e passista, assistida pelos mesmos Espíritos.

Como médium de incorporação, não fui da classe de sonambúlicos, mas falante (ver O Livro dos Médiuns) e tive especialidade para os casos de obsessão e suicidas, e um longo trabalho tenho exercido nesse setor.

Materializações − Fui igualmente médium de efeitos físicos (materializações) e cheguei a realizar algumas materializações à revelia da minha vontade, naturalmente, sem o desejar, durante sessões do gênero a que eu assistia, em plena assistência, isto é, sem cabina ou outra qualquer formalidade. Eram luminosas essas materializações. Mas não cheguei a me interessar por esse gênero de fenômeno, nunca o apreciei e não o cultivei, a conselho de Bezerra de Menezes e Charles, que não viam necessidade de me dedicar a tal setor da mediunidade.

Curas − Durante 54 anos e meio pratiquei curas espíritas através do receituário homeopata e passes e até através de preces. Consegui, muitas vezes, curas em obsidiados com certa facilidade, coadjuvada por companheiros afins. Senti sempre um grande amor pelos Espíritos obsessores e sempre os tive como amigos. Fui correspondida por eles e nunca me prejudicaram.

Burocracias como obstáculo à prática do bem − Conservei-me sempre espírita e médium muito independente, jamais consenti que a direção dos núcleos onde trabalhei bitolasse e burocratizasse as minhas faculdades mediúnicas.

Consagrei-as aos serviços de Jesus e apenas obedecia, irrestritamente, à Igreja do Alto, e com ela exercia a caridade em qualquer dia e hora em que fosse procurada pelos sofredores. Para isso, aprofundei-me no estudo severo da doutrina, a fim de conhecer o terreno em que caminhava e conservar com razão a minha independência. No entanto, observei a rigor o critério e os horários fixados pelos poucos centros onde servi, mas jamais me submeti à burocracia mantida por alguns. Se não me permitiam atender necessitados no Centro, por isso ou por aquilo, em determinados dias, eu os atendia em qualquer outra parte, fosse em minha residência ou na deles, e assim consegui curas significativas, pois aprendi com o Evangelho e a Doutrina Espírita que não há hora nem dia para se exercer o bem.

As curas que consegui foram realizadas com simplicidade, sem formalismo nem inovações na prática espírita. Fui sempre avessa à propaganda dos meus próprios trabalhos e jamais aceitei as homenagens que me quiseram prestar.

Federação Espírita Brasileira − Amei e respeitei a Casa-Máter do Espiritismo no Brasil desde a minha infância, guiada por meu pai, que igualmente a amava e respeitava. A ela submeti-me mais tarde, aconselhada por meus amados Guias Espirituais Bezerra de Menezes e Charles.

Diziam-se as duas entidades: ‘Somente à Federação Espírita Brasileira confia as tuas produções literárias mediúnicas. Se, um dia, alguma delas for rejeitada, submete-te: Guarda-a, a fim de refazê-la mais tarde, ou destrua-a. Mas, não a confies a outrem.’

Essa foi a razão pela qual nunca doei nenhum livro por mim recebido às editoras que me solicitaram publicações.

No texto que segue, Yvonne A. Pereira fala de sua infância, de seus pais e do surgimento do fenômeno mediúnico em sua vida e informa que, ao contrário do que muitos pensam, não chegou a formar-se professora:

Descendência − Nasci a 24 de dezembro de 1906, após um baile na residência de minha avó materna, num sítio nos arredores do Rio de Janeiro, hoje cidade de Rio das Flores.

Por linha paterna, certamente que descendo de judeus portugueses... e também descendo de índios brasileiros da tribo Goitacás, pois que minha bisavó paterna era Índia Goitacás.

Influência dos pais − Meu pai era generoso de coração, muito desinteressado dos bens de fortuna, e por essa razão não pôde ser bom negociante. Por três vezes foi negociante e arruinou-se, visto que favorecia os fregueses em prejuízo próprio.

Fui criada com muita modéstia, mesmo pobreza, conheci dificuldades de todo gênero, coisa que me beneficiou muito, pois bem cedo alheei-me das vaidades do mundo.

Aprendi assim, com meus pais, a servir o próximo mais necessitado do que nós, pois, em nossa casa, eram acolhidas com carinho e respeito, e até hospedadas, pobres criaturas destituídas de recursos e até mesmo mendigos, alguns dos quais foram por eles sustentados durante muito tempo.

Influência religiosa − Nasci em ambiente espírita, por assim dizer, e por isso nunca tive outra crença senão a espírita. Meu pai tornou-se espírita, embora não militante, desde antes do meu nascimento.

Recebi, portanto, de meu próprio pai as primeiras lições de doutrina espírita e prática do Espiritismo e Evangelho.

Ele fazia, já naquele tempo, reuniões de estudos doutrinários com os filhos, semanalmente, o que a todos nós solidificou na Doutrina Espírita.

Escolaridade − Ao contrário do que muitos amigos supuseram a meu respeito, não sou professora diplomada nem fiz outro qualquer curso escolar, a não ser o primário, fato que, para mim, constituiu grande provação.

Surgimento da mediunidade − A mediunidade apresentou-se em minha vida ainda na infância.
Com um mês de idade, ia sendo enterrada viva devido a um fenômeno de catalepsia, 'morte aparente', que sofri, fenômeno que no decorrer de minha existência repetiu-se muitas vezes.
Aos 5 anos eu já via Espíritos e com eles falava.

Desenvolvimento mediúnico − Nunca desenvolvi a mediunidade, ela apresentou-se por si mesma, naturalmente, sem que eu me preocupasse em atraí-la, pois, em verdade, não há necessidade de se desenvolver a faculdade mediúnica, ela se apresentará sozinha, se realmente existir, e se formos dedicados às operosidades espíritas.

A primeira vez em que me sentei a uma mesa de sessão prática recebi uma comunicação do Espírito Roberto de Canalejas, tratando de suicídios.

Decepção no primeiro encontro com a FEB

O primeiro encontro de Yvonne A. Pereira com a cúpula da Federação Espírita Brasileira não poderia ter sido mais decepcionante.

Eis como Yvonne se refere ao assunto:

"A primeira vez que visitei a FEB, levando uma obra mediúnica, esta não foi recebida, nem mesmo lida. Foi pelo ano de 1944, e quem me recebeu, no topo da escadaria principal, foi o Sr. Manuel Quintão, na época um dos seus diretores e examinadores das obras literárias a ela confiadas.

Quando expliquei que levava dois livros ao exame da Federação (eram eles Memórias de um Suicida e Amor e Ódio), aquele senhor cortou-me a palavra, dizendo: − Não, não e não! Aqui só entram livros mediúnicos de Chico Xavier. Estou muito ocupado, tenho duzentos livros para examinar e traduzir e não disponho de tempo para mais...

E voltou a conversar com o Dr. Carlos Imbassahy, com quem falava à minha chegada.

Retirei-me sem me agastar. Eu reconhecia a minha incapacidade e não insisti. Aliás, eu mesma não soubera compreender o enredo de 'Memórias de um Suicida', acreditava tratar-se de uma grande mistificação, e silenciei.

Em chegando à minha residência, tomei de uma caixa de fósforos e dos originais dos dois livros e dirigi-me ao quintal, a fim de queimá-los, pois nem mesmo tinha local conveniente para guardá-los. Mas, ao riscar o fósforo e aproximar as páginas da chama, vi, de súbito, o braço e a mão de um homem, transparentes e levemente azulados, estendidos como protegendo as páginas, e uma voz assustada, dizendo-me ao ouvido: ‘ − Espera! Guarda-os!’ Meu coração reconheceu-a como sendo vibrações de Bezerra de Menezes.

Certa manhã, porém, após as preces e o receituário que eu fazia em meu humilde domicílio, para os necessitados que me procuravam, apresentou-se Léon Denis dizendo: − Vamos refazer o livro sobre o suicídio. Ele está incompleto, não poderá ser publicado como está.

Então, compreendi que o Sr. Quintão fora inspirado pelos amigos espirituais para não me receber quando o procurei na Federação".

De fato, foi somente no ano de 1955 que Yvonne pôde concluir a obra de Camilo Castelo Branco, então corrigida doutrinariamente por Léon Denis e legar à humanidade essa preciosidade literária mediúnica intitulada Memórias de um Suicida, que acabou sendo publicada pela FEB.

A desencarnação de Yvonne

Yvonne A. Pereira desencarnou em 9 de março de 1984, no Rio de Janeiro, aos 77 anos de idade. O sepultamento do seu corpo foi realizado no dia 10, às 16h30, no Cemitério de Inhaúma, com acompanhamento de familiares e confrades, dentre os quais havia muitos jornalistas e escritores espíritas e dirigentes de Centros Espíritas, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e da Federação Espírita Brasileira.


Yvonne A. Pereira dedicou-se à mediunidade desde os 20 anos de idade, psicografando inúmeros livros e mensagens de Espíritos como Dr. Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Augusto Elias da Silva, Charles, Roberto de Canalejas, Léon Tolstoi, Camilo Castelo Branco e outros.

Dentre as obras que psicografou destacam-se o clássico Memórias de um Suicida, obra escrita por Camilo Castelo Branco, e o romance Amor e Ódio, de Charles, que é, juntamente com Ave, Cristo, de Emmanuel, considerado por muitos estudiosos o melhor romance espírita já produzido em nosso País.

Foi em Lavras (MG) que ela exerceu sua primeira atividade de grande responsabilidade no meio espírita, quando, ainda muito jovem, pertenceu à diretoria do Centro Espírita de Lavras, como secretária. Ali ela dirigiu o Posto Mediúnico e foi durante vários anos o médium responsável pelo intercâmbio espiritual no setor de receituário e de curas.

Em Juiz de Fora (MG), foi secretária, bibliotecária e vice-presidente da Casa Espírita, além de colaboradora na Fundação João de Freitas. Na Casa Espírita fundou a Biblioteca James Jansen e ensinou trabalhos manuais no Instituto Profissional Eugênia Braga, gratuitamente.

Em Barra do Piraí (RJ), participou ativamente do Grêmio Espírita de Beneficência, como médium receitista e expositora de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho segundo o Espiritismo. Na mesma época, ensinou moral cristã às crianças no Colégio Ismael e integrou o grupo de senhoras que cuidavam da área de assistência social do Grêmio Espírita de Beneficência.



JFCR.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Entrevistas - O Espiritista

O Espiritista está dando início a mais uma novidade em nosso blog, que é a seção de entrevistas onde estaremos tendo a oportunidade de conversar e aprender com amigos trabalhadores atuantes no nosso movimento espírita, e, para dar início a esse nosso trabalho temos a honra de receber para a estréia dessa nossa seção, a querida amiga RITA DE CÁSSIA GARCIA CÔRE.



Entrevista




Prezada amiga Rita Côre, queremos inicialmente agradecer-lhe pela gentileza em nos atender para essa entrevista que será exibida em O Espiritista e no Portal do Espiritismo.

1) Amiga Rita, como aconteceu o seu encontro com a doutrina espírita?

R: Na década de 70, já me interessava pelo assunto. Porém, apenas em 1980 comecei a freqüentar Centros Espíritas. Aliás, a essa altura já havia lido as obras da Codificação e estava conhecendo a série André Luiz. Até que, nos intervalos da vida profissional, pude participar de um grupo de estudos na SEF. Por poucos meses. Passei ainda pela antiga FEERJ e em curto espaço de tempo encontrei a UMEN! Fui, por alguns anos, simples freqüentadora das reuniões públicas, variando o horário (2ª, 3ª e 5ª), conforme os compromissos nas escolas e Secretaria de Educação. Naquele tempo, dava 62 aulas por semana...

2) Como e porque se deu sua ida para Laje do Muriaé?

R: Vivi 26 anos em Niterói. Minha cidade de eleição! Mas após a aposentadoria no Instituto Abel e na Secretaria de Educação, por ter raízes em Laje (história, familiares casa e chácara), optei por uma vida mais próxima da natureza.

3) Que funções você exerce na atualidade no movimento espírita?

R: Participo de eventos, de congressos, como palestrante; além de estar sempre em contato com o Movimento, em visita aos Centros, coordenando estudos. Nessas viagens faço um “circuito” pelos estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Não só realizo palestras, mas ouço, participo, aprendo. Acho muito importante que “quem fale ouça”, para aprender com os confrades (ou não). É fundamental não se prender a uma posição exclusiva e estanque. Um dos maiores prazeres que tenho, nos eventos de que participo, é poder descobrir com os companheiros de Doutrina o resultado de seus estudos.

4) Como começou sua ligação com O Centro Casa Espírita Joanna de Angelis?

R: Quando cheguei a Laje, o CEJA tinha sido fundado há alguns anos. Estava construindo sua sede. Ainda com poucos adeptos. A característica do Centro é ter nascido de um grupo de estudos. Isso é bom, pois o fenômeno é investigado dentro dos parâmetros da Codificação, não se constituindo fonte de espanto ou oportunidade para exibições mediúnicas.

5) Como está o movimento espírita na sua Cidade?

R: A cidade tem uma população de aproximadamente 7000 habitantes! Igreja Católica atuante, além de templos evangélicos. Daí se depreende que tivemos algumas dificuldades. Hoje os espíritas somos respeitados, embora poucos. A casa tem uma freqüência média de 18 a 20 pessoas nas reuniões públicas, embora cerca de 40 lajenses se digam espíritas...

6) E na Região como um todo?

R: A nossa região corresponde ao 1º CEU que reúne 10 municípios: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula e Santo Antônio de Pádua. São 23 Centro Espíritas. Há iniciativas constantes no sentido da unificação e capacitação de trabalhadores. Temos dois eventos anuais importantes. Um, que tem pólos em vários pontos do Estado, já conhecido, que é a COMEERJ e outro, de nossa região, a SENOF (Semana Espírita do Noroeste Fluminense). Realiza-se em julho. Neste ano teremos a 50ª SENOF! Maiores informações sobre o 1º CEU encontram-se em http://www.ceunoroeste.org.br/

7) Quais as maiores dificuldades de se divulgar e praticar o espiritismo nas cidades do interior do estado?

R: Muitos núcleos espíritas do interior surgiram na primeira metade do século XX e se iniciaram com uma prática medianímica empírica. Poucos companheiros tinham a devida formação teórica. Não havia tradição de estudo. A principal dificuldade está justamente em dar uma nova direção a determinadas Casas, em relação à necessidade do ESDE e à capacitação continuada, para vencer uma mentalidade mágica que não se coaduna com a Doutrina Espírita. Porém, o 1º CEU tem trabalhado bastante nesse sentido. O progresso é visível. A outra dificuldade que enfrentamos é a distância geográfica dos municípios. Nem sempre é possível reunir todos os responsáveis pelas atividades das Casas Espíritas.

8) Existem muitas divergências em termos de interpretação da mensagem espírita, em sua opinião porque isso ocorre se os ensinamentos espíritas são tão claros?

R: Há divergências, sem dúvida. Ocorrem por falta de estudo bem orientado, sistematizado. E por que não dizer, devido ao velho “personalismo”. As discussões ditas doutrinárias, na verdade, se devem ao desconhecimento da Doutrina! Contraditório? Sim, mas é fato. No entanto, vêm diminuindo entre aqueles de “boa vontade”. A mensagem espírita é clara, claro! Mas só para os que se dispõem a conhecê-la. Daí as mentes enevoadas...

9) Existem outros grupos de estudos da doutrina espírita na cidade de Laje do Muriaé?

R: Não. A cidade é pequena...

10) Existe muita dificuldade em se convencer os companheiros a estudarem a doutrina nos grupos de estudos das casas espírita, em sua opinião porque isso acontece?

R: Por falta de preparo! Não há tradição de leitura no Brasil. Por outro lado os coordenadores de Grupos de Estudo precisam buscar recursos que prendam a atenção dos que procuram aprender. Para tanto, deveriam se capacitar de forma mais integral. Isto é, Espiritismo implica domínio de outros saberes, como História e Filosofia. Um coordenador de grupo é como um professor no sentido moderno da palavra: um facilitador, um dinamizador. Há de ter um conhecimento associado ao espírito evangélico para atingir também os corações. Em contrapartida, existem os “resistentes” ao estudo, porque acham que já “sabem a Doutrina”. Nesse grupo, infelizmente, encontram-se alguns médiuns invigilantes. Quem diz que sabe é pseudo-sábio, logo... É urgente reajustar as antenas!

11) Como você viu a derrota da Lei que aprovaria o crime pelo aborto?

R: A Providência Divina oferece ao homem uma despensa com as provisões necessárias para a alimentação do BEM na Terra. Mas é necessário saber abri-la, com participação e esforço na construção de um mundo melhor. Foi assim: os bons descruzaram os braços e foram à luta!

12) Queremos parabenizá-la e a todos os outros responsáveis pela iniciativa do blog do Centro espírita Joanna de Angelis na internet, o que nos possibilitou tomar conhecimento do que está acontecendo aí e em toda a região, de quem foi essa feliz iniciativa?

R: De uma das Coordenadoras da Mocidade: Thalyta Fernandes Martins, com o apoio de uma velha tia que não fica velha.

13) Com a sua volta para a região, e o excelente trabalho desenvolvido por você e seus companheiros do C.E.J.A., houve crescimento de adeptos da doutrina espírita na cidade?

R: Da palavra, do gesto, do exemplo surgem laços de afeto, rastros de luz que vêm do “mundo maior!” Basta que nos coloquemos como instrumentos de fato. Aí, o Espírito sopra! No CEJA somos uma equipe, a trabalhar em nome da Doutrina. O segredo está aí. Por isso os adeptos chegaram. Eram cinco, hoje somos 20. Todos os tarefeiros estudam e participam das reuniões públicas. Não contei os que não são assíduos!

14) Quais foram as maiores conquistas de sua dedicação à causa espírita?

R: Alegria, convicção. Só consegue manter a alegria íntima (relativa, é claro) quem trabalha a si mesmo através do outro. Estamos interligados. Quanto mais me dedico ao Espiritismo mais me conscientizo do quanto tenho de aprender. Tudo caminha, caminha... e caminhando com o Espiritismo, fico mais perto de Jesus. Oh, Deus! E não é maravilhoso?

15) Quais são os maiores desafios a conquistar?

R: O maior desafio do homem é conhecer a si mesmo, para descobrir Deus e se descobrir sempre Vida, que é eterna. Não por princípios religiosos, mas por razões naturais. Sou parte dessa humanidade.

16) O que você diria a quem lhe pedisse orientação de obras para iniciar no conhecimento do espiritismo?

R: Muita gente começa pelos romances. Se for o caso, que sejam os de Emmanuel ou de André Luiz. Mas a iniciação verdadeira se dá com O Livro dos Espíritos. É difícil? Pura lenda. Então vamos aprender a ler! Vamos estudar em grupo na Casa Espírita, para que nos ajudemos uns aos outros. Sem embasamento doutrinário, os melhores romances podem não atingir seus objetivos. Nos dias atuais é imprescindível alertar os novos leitores sobre a “avalanche” de obras mediúnicas fantasiosas. Em termos de escritos psicografados, se tivermos tempo nesta encarnação para ler as obras que nos chegaram através de Chico, Dona Ivonne, Divaldo, José Raul... Nossa! Que vitória! Mas acima de tudo: Codificação, codificação, codificação...

17) Porque nos dias de hoje, 2008 anos após Jesus nos trazer suas mensagens de amor e respeito ao próximo, o ser humano ainda não pratica seus ensinamentos?

R: Por atraso, inerente ao estágio em que alguns estão por natureza e outros por teimosia! Precisamos aprender primeiro a nos respeitar. O orgulho torna o homem cego, como terá, então, olhos de ver?

18) Quais seus projetos para o futuro?

R: Construí-lo através de um presente bem vivido. O mais virá por acréscimo. O momento é agora. A cada dia seu cuidado!

19) Rita Core, o Portal do espiritismo, lançou há bastante tempo a campanha Onde estão as crianças filhas de pais espíritas? Vamos evangelizar os "pequeninos"? Visando incentivar a evangelização infantil no Estado do Rio de Janeiro, e, temos recebido muitas informações do Brasil todo de que muitas casas espíritas que não tinham esse trabalho começaram a desenvolvê-lo partir de nosso incentivo. Existe esse trabalho de evangelização da infância além do que já é feito com a mocidade aí em Laje do Muriaé?

R: A Evangelização Infantil em Laje sempre existiu, mas é como rio no nordeste: às vezes desaparece! Somos poucos freqüentadores e poucos tarefeiros. Todos os filhos dos freqüentadores passam pela Evangelização.Crescem, vão para a Mocidade. Depois, literalmente, se casam e se mudam para as cidades grandes! Já tivemos, como temos ainda, crianças que não possuem pais espíritas e são levadas ao Centro por parentes e vizinhos. De qualquer forma é sempre gratificante.

20) Rita Côre, do que você gostaria de ter falado que não te perguntamos?

R: De gratidão. Não há outra palavra para expressar o que sinto pela UMEN. Os primeiros passos na Doutrina Espírita são fundamentais. Representando a instituição e todos os amigos que me são caros, eis um nome: Miguel Tavares de Gouvêa! E gratidão é amor. Obrigada, obrigada!

21) Para encerrar, gostaríamos que você deixasse registrada sua mensagem a toda família espírita brasileira, através do Portal do Espiritismo e de O Espiritista.

R: O Espiritismo nos ensina que a reencarnação amplia laços de afeto. Também os ideais nobres nos unem. Conhecemo-nos antes? Que importa? Somos todos irmãos. Eis a família. Estamos juntos agora. Mas para estar juntos é preciso participar. Que nenhum membro da nossa família fique em casa “vibrando” para os que estão na Casa Espírita! Vá lá, coragem. A hora é esta!

Agradecemos a amiga Rita Côre, pela gentileza em atender nosso convite para esta entrevista, e rogamos ao Mestre de Nazaré que a guarde em sua paz, hoje e sempre.

Nossos endereços eletrônicos são:
http://www.evangelho.espiritismo.nom.br/

http://www.oespiritista.blogspot.com/

JFCR.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Melhor religião!

Quase que diariamente, somos abordados por pessoas que se apresentam como representantes de Jesus Cristo na Terra, que, se identificam apenas como “cristãos”, ‘como se os outros não o fossem também’, que de estratégias bastante ousadas e até desrespeitosas nos querem modificar as convicções religiosas de forma instantânea, como se não tivéssemos convicção na eficiência dos postulados espíritas que abraçamos.

Não procuram saber se somos ou não felizes com a fé que esposamos, se queremos ou não mudar de filosofia religiosa, se pretendemos deixar a fé raciocinada pela qual optamos, para seguir as convicções e interpretações de pseudo-sábios que pregam antes de tudo a discriminação, a intolerância e a divisão entre os próprios filhos de Deus, seus irmãos em humanidade.

Resta-nos, exercitar a disciplina imposta pela proposta espírita, onde o respeito, a compreensão e a caridade para com o próximo, devem ter importância capital em nossas atitudes, e, de forma bem cristã, falarmos de nossa escolha pela filosofia espírita da qual não pretendemos nos afastar, dando exemplo de tolerância e humildade mesmo que a atitude desses irmãos não tenha sido a mesma para conosco, pois, foi o que o Mestre de Nazaré nos propôs há mais de dois mil anos atrás, “vencer o mal com o bem”.

Os Espíritos Superiores nos esclarecem sobre a maneira mais agradável de seguir o nosso Modelo e Guia que é Jesus, sem dar importância às formalidades e às aparências exteriores, e a doutrina Espírita é tão sublime que não nos apresenta o Espiritismo como sendo a melhor das religiões, visto que não é a religião que salva este ou aquele indivíduo, e sim, seus atos e seus procedimentos, conforme segue:

654. Tem Deus preferência pelos que O adoram desta ou daquela maneira?

“Deus prefere os que O adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-Lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes.
“Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a Si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que as exprimam.
“É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz o seu procedimento.
Declaro-vos que somente nos lábios e não na alma tem religião aquele que professa adorar o Cristo, mas que é orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para com outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. Deus, que tudo vê, dirá: o que conhece a verdade é cem vezes mais culpado do mal que faz, do que o selvagem ignorante que vive no deserto. E como tal será tratado no dia da justiça. Se um cego, ao passar, vos derriba, perdoá-lo-eis; se for um homem que enxerga perfeitamente bem, queixar-vos-eis e com razão.
Não pergunteis, pois, se alguma forma de adoração há que mais convenha, porque equivaleria a perguntardes se mais agrada a Deus ser adorado num idioma do que noutro. Ainda uma vez vos digo: até Ele não chegam os cânticos, senão quando passam pela porta do coração.”

A verdadeira religião aquela que verdadeiramente espelha os ensinos de seu Mestre, é a que mais obra em conformidade com seus ensinos e exemplos e não está circunscrita a esta ou aquela filosofia, e sim, na postura e vivência de seus seguidores em consonância com os exemplos deixados por Jesus, quando resumiu as Leis e os profetas em, ‘amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo’, e quem ama seu próximo respeita suas convicções, seu modo de viver sua forma de seguir a Jesus. Na questão seguinte, podemos perfeitamente aquilatar a importância da filosofia que estamos seguindo.

842. Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?

Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”

Dessa forma, precisamos todos ter o discernimento de não entrarmos em combate ou discussões improdutivas e descabidas, contra esta ou aquela forma de se buscar a Deus, e seguirmos firmes os ensinos da doutrina espírita, “O Consolador” prometido por Jesus, entendendo que nem todos estão no mesmo patamar de compreensão para entender o que já nos é tão natural e, por isso mesmo, não nos esquecer nunca de que, a quem mais foi dado mais será cobrado.

Nas questões seguintes, temos as explicações convincentes de como devemos nos comportar diante de tantos ensinos que recebemos da espiritualidade Maior, para nosso crescimento e benefício diante da nossa necessidade de crescimento e evolução em direção à perfeição e a felicidade a que estamos destinados.

918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita?

“O espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”
Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.
É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças.
Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como UM DEPÓSITO, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.
Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho.
É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.
Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será. Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

“Um sábio da antiguidade já vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Bibliografia:
1) Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – FEB, 77ª edição.
2) Grifos nossos.
JFCR.