Assim sendo, alguns poucos, timidamente revendo seus conceitos e identificando a inconstância de seus argumentos, começam a admitir a teoria que antes não aceitavam de forma alguma a movimentação das mãos na prática do passe que condenavam com imperiosa inflexibilidade, vejam o que já admite um desses ferrenhos defensores "da simples imposição das mãos".
Já é alguma coisa para quem sempre defendeu que o passista deve simplesmente se comportar como "um poste ou como um mero robô, contrariando o que nos ensina a doutrina espírita, conforme contido ne Revista Espírita que transcrevemos a seguir.
“O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo; mas o Espiritismo, que começa, não pode ainda haver dito tudo; não pode, de um só golpe, nos mostrar todos os fatos que ele abarca; cada dia deles desenvolve novos, de onde decorre novos princípios que vêm corroborar ou completar aqueles que já se conheciam, mas é preciso o tempo material para tudo; qualquer parte integrante do Espiritismo é, por si mesma, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e abarca não só as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complicadas de obsessões que, elas mesmas, influem sobre o organismo” (...).
“(...) A mediunidade curadora se exerce pela ação direta do médium sobre o doente, com a ajuda de uma espécie de magnetização de fato ou de pensamento.
Kardec, nos dá exemplo de que é pela movimentação das mãos, que os Espíritos Superiores levam com maior eficácia as energias capazes de re-harmonizarem os órgãos em desequilíbrio no indivíduo assistido conforme segue.
"Nós revezávamos, todos os três, de oito dias em oito dias, para a emissão fluídica, colocávamos a mão, ora sobre a cavidade do estômago do enfermo, ora sobre a nuca, no início do pescoço. Cada dia o enfermo podia constatar uma melhora; nós mesmos, depois da evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós, e escapar-se de nossos dedos alongados e de nosso braço estendido para o corpo do sujeito que tratávamos". ¹
Temos absoluta certeza, de que muito brevemente essas pessoas estarão revendo seus conceitos equivocados e deixando de lado o orgulho camuflado para seguir o codificador sem medo de reconhecer que estavam errados em suas interpretações absolutamente pessoais.
Aí estão, além da codificação, as obras de André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda, Leon Denis, Vianna de Carvalho, entre outras para que sejam estudadas e compreendidas como devem ser realmente, sem achismos ou modismos condenáveis e desnecessários.
Esses que tanto defendem a tese absurda da simples imposição das mãos, são os mesmos que para tudo que escrevem fazem referência às obras desses autores aqui citados, e, só no passe não levam em consideração o contido nas referidas obras.
Esperamos não ter mais que ler as desculpas infundadas como as do autor do texto que nos afirma:
“O passe espírita – ensina-nos Herculano – é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos.”
E sim, que não nos interessa o que afirma este ou aquele autor, mas o que nos ensina a codificação de Allan Kardec.
1) Mediunidade Curadora : Volume VIII da Revista Espírita de setembro de 1865. pág. 257 a 262.
Grifos nossos.
JFCR.