Em se tratando de reforma íntima:

“Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz. Precisamos fazer mais e dizer menos.

Francisco Rebouças.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Dar-se-á àquele que tem

Aproximando-se dele, seus discípulos lhe disseram: Por que lhes falas por parábolas? Respondendo, disse-lhes ele: É porque, a vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus, ao passo que a eles isso não foi dado. — Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. — Por isso é que lhes falo por parábolas: porque, vendo, nada vêem e, ouvindo, nada entendem, nem compreendem. — Neles se cumpre a profecia de Isaías, quando diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e nada entendereis, olhareis com os vossos olhos e nada vereis. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 14.)
Tende muito cuidado com o que ouvis, porquanto usarão para convosco da mesma medida de que vos houverdes servido para medir os outros, e ainda se vos acrescentará; — pois, ao que já tem, dar-se-á, e, ao que não tem, até o que tem se lhe tirará. (S. MARCOS, cap. IV, vv. 24 e 25.)“Dá-se ao que já tem e tira-se ao que não tem.” Meditai esses grandes ensinamentos que se vos hão por vezes afigurado paradoxais. Aquele que recebeu é o que possui o sentido da palavra divina; recebeu unicamente porque tentou tornar-se digno dela e porque o Senhor, em seu amor misericordioso, anima os esforços que tendem para o bem. Aturados, perseverantes, esses esforços atraem as graças do Senhor; são um ímã que chama a si o que é progressivamente melhor, as graças copiosas que vos fazem fortes para galgar a montanha santa, em cujo cume está o repouso após o labor.
“Tira-se ao que não tem, ou tem pouco.” Tomai isso como uma antítese figurada. Deus não retira das suas criaturas o bem que se haja dignado de fazer-lhes. Homens cegos e surdos! abri as vossas inteligências e os vossos corações; vede pelo vosso espírito; ouvi pela vossa alma e não interpreteis de modo tão grosseiramente injusto as palavras daquele que fez resplandecesse aos vossos olhos a justiça do Senhor. Não é Deus quem retira daquele que pouco recebera: é o próprio Espírito que, por pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que lhe caiu no coração.
Aquele que não cultiva o campo que o trabalho de seu pai lhe granjeou, e que lhe coube em herança, o vê cobrir-se de ervas parasitas. É seu pai quem lhe tira as colheitas que ele não quis preparar? Se, à falta de cuidado, deixou fenecessem as sementes destinadas a produzir nesse campo, é a seu pai que lhe cabe acusar por nada produzirem elas? Não e não. Em vez de acusar aquele que tudo lhe preparara, de criticar as doações que recebera, queixe-se do verdadeiro autor de suas misérias e, arrependido e operoso, meta, corajoso, mãos à obra; arroteie o solo ingrato com o esforço de sua vontade; lavre-o fundo com auxílio do arrependimento e da esperança; lance nele, confiante, a semente que haja separado, por boa, dentre as más; regue-o com o seu amor e a sua caridade, e Deus, o Deus de amor e de caridade, dará àquele que já recebera. Verá ele, então, coroados de êxito os seus esforços e um grão produzir cem e outro mil. Ânimo, trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. — Um Espírito amigo. (Bordéus, 1862.)

Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 13 a 15.

Croxley Green,


JFCR.

sábado, 29 de março de 2008

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Piedade filial


Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (S. MARCOS, capítulo X, v. 19; S. LUCAS, cap. XVIII, v. 20; S. MATEUS, cap. XIX, vv. 18 e 19.)
Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. (Decálogo: “Êxodo”, cap. XX, v. 12.)
O mandamento: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em gera!. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.
Honrar a seu pai e a sua mãe, não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados como eles fizeram conosco, na infância.Sobretudo para com os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade filial. Obedecem a esse mandamento os que julgam fazer grande coisa porque dão a seus pais o estritamente necessário para não morrerem de fome, enquanto eles de nada se privam, atirando-os para os cômodos mais ínfimos da casa, apenas por não os deixarem na rua, reservando para si o que há de melhor, de mais confortável? Ainda bem quando não o fazem de má-vontade e não os obrigam a comprar caro o que lhes resta a viver, descarregando sobre eles o peso do governo da casa! Será então aos pais velhos e fracos que cabe servir a filhos jovens e fortes? Ter-lhes-á a mãe vendido o leite, quando os amamentava? Contou porventura suas vigílias, quando eles estavam doentes, os passos que deram para lhes obter o de que necessitavam? Não, os filhos não devem a seus pais pobres só o estritamente necessário, devem-lhes também, na medida do que puderem, os pequenos nadas supérfluos, as solicitudes, os cuidados amáveis, que são apenas o juro do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Unicamente essa é a piedade filial grata a Deus.
Ai, pois, daquele que olvida o que deve aos que o ampararam em sua fraqueza, que com a vida material lhe deram a vida moral, que muitas vezes se impuseram duras privações para lhe garantir o bem-estar. Ai do ingrato: será punido com a ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, algumas vezes já na existência atual, mas com certeza noutra, em que sofrerá o que houver feito aos outros.

Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, itens 1 a 3.
Croxley Green,
JFCR

sexta-feira, 21 de março de 2008

Carmen Silveira nos Estados Unidos

O Espiritista tem o prazer de registrar a brilhante passagem da nossa amiga Carmen Silveira, pelos Estados Unidos onde proferiu palestras sobre a doutrina espírita, no final de fevereiro e início de março/08, levando seu conhecimento e experiência aos amigos das cidades por ela visitadaS, a baixo o reteiro de palestras efetuadas pela competente oradora espírita.
Agenda Carmen Silveira nos USA
Nova York
Dia 27, quarta-feira, CE A Caminho da Luz, NJ, de 20h às 21h
Tema O Cérebro e a mediunidade – 1 hour
Dia 28, quinta-feira, Spiritist Group of NY, NY de 19h às 21 h
Astral City - Nosso Lar em inglês – 2 hours
Dia 29, sexta-feira, CE Luz Divina, NJ de 20h às 21h
O Cérebro e a mediunidade – 1 hour
Dia 01 de março, sábado, Inner Enlightenment Spiritist Society, NY das 10h às14h15 com 45 minutos de almoço (12h a 12h45)
Reuniões mediúnicas - 3 hours
Washington
Dia 3 de março, segunda-feira, Allan Kardec Spiritist Society of Maryland, de 20h às 21h45
Desastres e carma coletivo – 1:30 hour
Dia 9 de março, domingo, residência de Ily Reis – Grupo Mediúnico - 14h30 às 17h30
O cérebro e a mediunidade– 3 hours
JFCR.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Os amigos Espirituais, sempre presentes...

Estava eu, em estudo de um determinado tema, para uma apresentação em uma casa espírita onde graças a Deus conto com a amizade e a benevolência de alguns amigos que lá mourejam, buscando argumentos para desenvolver de forma aceitável, pelo menos, o tema a mim confiado, quando me surgiu à frente mais esta pérola de ensinamento, ainda sobre a maneira de proceder como “agente de cura” frente ao doente, e mais uma vez, a orientação recebida pelo médium que prestou auxilio à irmã necessitada foi justamente para que colocasse as mãos no local da enfermidade, conforme segue:


MANIFESTAÇÕES DIVERSAS; CURAS; CHUVAS DE AMÊNDOAS.
Carta do Sr. Delanne.
(...) A senhorita médium doente tomou seu lápis, e escreveu: "Diga a Delanne para colocar sua mão sobre o vazio do estômago e essa inchação desaparecerá. Orai antes." Eis todos nós em prece; eu estava na extremidade do quarto quando, no meio do recolhimento geral, uma nova chuva de amêndoas se produziu, no ângulo oposto àquele de onde ela partiu a primeira vez. Julgai de nossa alegria. Aproximei-me da doente; o inchaço estava muito maior do que na véspera; impus minha mão, e o inchaço desapareceu como por encanto. Estou curada, disse ela. Sua roupa, muitíssimo estreita, se tornou muito larga. Todo o mundo constatou o fato. Unimo-nos pelo pensamento para agradecer aos bons Espíritos por tanta bondade (...).

Revista Espírita 1865, Páginas 144/145.

Claro que não pode haver mais qualquer dúvida sobre o assunto, pois, as obras de André Luiz e as outras já citadas, não nos permitem ter agasalhada no íntimo senão a certeza de que somos inspirados na tarefa da cura através dos passes, e, que precisamos estar preparados para exercer com conhecimento doutrinário a nobre tarefa da mediunidade de cura.


O Espiritista.

JFCR.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Nossos agradecimentos ao movimento espírita brasileiro - O Espiritista

Prezados amigos, O Espiritista vem agradecer os inúmeros e-mails que nos chegam de todos os pontos do Brasil, tecendo elogios à nossa postura em relação ao assunto passe, e ao conteúdo de nossa pesquisa sobre o tema. Todos até então nos apóiam e conosco comungam da mesma opinião em relação ao procedimento do médium na atividade em questão.

Certo companheiro chegou ao ponto de nos informar, que se utilizava da prática da simples imposição das mãos por que assim lhe foi ensinado, mas que diante da consistência dos argumentos contidos na citada pesquisa, (segundo ele), passou de imediato a proceder conforme a conclusão da mesma.

Não há como deixar de dizer que ficamos muito felizes, honrados e agradecidos, mas, não podemos esquecer de lembrar que nossa pequena participação tem como fundamento os estudos daquele que codificou nossa doutrina, por isso, os méritos são todos de Allan Kardec.

Que o Mestre de Nazaré nos sustente a todos em sua doce paz, hoje e sempre.

O Espiritista.
JFCR.

domingo, 16 de março de 2008

Homenagem de O Espiritista a quem de direito

A notícia da revisão do manual “O PASSE E A ÁGUA MAGNETIZADA” que está sendo anunciado pelo CEERJ, tem por trás de sua elaboração um incansável trabalhador do nosso movimento espírita, trata-se de um dos últimos grandes conhecedores em profundidade da doutrina espírita, seu nome: MIGUEL TAVARES DE GOUVEIA. (no centro da foto de camisa azul listrada).

Desde há anos, somos testemunhas da luta hercúlea que esse abnegado defensor da fidelidade doutrinária do espiritismo trava para ver a mensagem espírita entendida e praticada com conhecimento de causa, e, na sua modesta maneira de se comportar, sem alardes, e com muita calma, educação e paciência, até a presente data não tinha sido ouvido pelos órgãos encarregados justamente de zelar pelos princípios de nossa doutrina.

O Espiritista, vem de público agradecer ao valoroso trabalhador da seara do meigo Rabi da Galiléia, que talvez não tenha sequer sua participação anunciada pelo novo manual, o que posso dizer com absoluta certeza de quem o conhece, não lhe causará qualquer reação negativa, pois, está bem acima dessas expectativas vaidosas.

O que fizemos, e com muita alegria, foi divulgar a partir do artigo publicado na Revista “O Consolador”, para levar ao conhecimento do movimento espírita brasileiro, o conteúdo da matéria, e a partir daí, procuramos de imediato convocar todo o movimento espírita brasileiro, para discutirmos o tema enfocado pela citada revista, de forma séria, sem conceitos pré-concebidos e, exclusivamente alicerçados nos postulados da nobre doutrina espírita.

A nossa pesquisa, fundamentada na codificação e nas obras complementares, apresenta muitos dos conceitos já estudados e apresentados por Miguel em documentos entregues aos órgãos responsáveis pela vigilância da pureza doutrinária do consolador prometido, até então não levados em conta.

Não somos, pois, senão meros coadjuvantes desse grande trabalhador da doutrina espírita, que, sem que o Brasil espírita saiba, é legitimamente O PAI da reformulação do citado manual.

Nossos parabéns Miguel a você, porque embora seu nome possa até não ser mencionado, possa até mesmo ser “esquecido”, sabemos que você é o grande responsável pelas mudanças que estão sendo anunciadas, que espero representem a verdadeira fidelidade aos conceitos da doutrina em relação ao procedimento do médium em sua função de “agente de cura”, como nos ensinou Allan Kardec, e que você tão bem sabe seguir.

Como seus amigos, nos sentimos realmente realizados, e rogamos ao Mestre de Nazaré que o guarde em sua doce paz.

Saudações,
O Espiritista
JFCR.

sábado, 15 de março de 2008

CUIDADOS

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã, cuidará de si mesmo". Jesus. (MATEUS, 6:34.)


Os preguiçosos de todos os tempos nunca perderam o ensejo de interpretar falsamente as afirmativas evangélicas.

A recomendação de Jesus, referente à inquietude, é daquelas que mais se prestaram aos argumentos dos discutidores ociosos.

Depois de reportar-se o Cristo aos lírios do campo, não foram poucos os que reconheceram a si mesmos na condição de flores, quando não passam, ainda, de plantas espinhosas.

Decididamente, o lírio não fia, nem tece, consoante o ensinamento do Senhor, mas cumpre a vontade de Deus. Não solicita a admiração alheia, floresce no jardim ou na terra inculta, dá seu perfume ao vento que passa, enfeita a alegria ou conforta a tristeza, é útil à doença e à saúde, não se revolta quando fenece o brilho que lhe é próprio ou quando mãos egoístas o separam do berço em que nasceu.

Aceitaria o homem inerte o padrão do lírio, em relação à existência na comunidade?

Recomendou Jesus não guarde a alma qualquer ânsia nociva, relativamente à comida, ao vestuário ou às questões acessórias do campo material; asseverou que o dia, constituindo a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si próprio.

Para o discípulo fiel, agasalhar-se e alimentar-se são verbos de fácil conjugação e o dia representa oportunidade sublime de colaboração na obra do bem. Mas basear-se nessas realidades simples para afirmar que o homem deva marchar, sem cuidado consigo, seria menoscabar o esforço do Cristo, convertendo-lhe a plataforma salvadora em campanha de irresponsabilidade.

O homem não pode nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus semelhantes de um dia para outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas deve ter cuidado de si, melhorando-se, educando-se e iluminando-se, sempre mais.

Realmente, a ave canta, feliz, mas edifica a própria casa.

A flor adorna-se, tranqüila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno.

O homem deve viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer-se na sabedoria e no amor para a obra divina da perfeição.
Livro: Vinha de LUZ
Chico Xavier/Emmanuel
JFCR.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Passes

Prezados amigos do movimento espírita, hoje ao entrar no site do CEERJ, fiquei bastante surpreso com o que vi na página principal, coincidência ou não, bem sabemos que nada acontece por acaso, está a notícia de que o manual O PASSE E A ÁGUA MAGNETIZADA, está sendo relançado de forma revisada.

Vide endereço eletrônico do CEERJ: http://www.ceerj.org.br/

Espero ter a alegria de ver reparado todos esses enganos da edição anterior, e que seja um fiel orientador das atividades da mediunidade, embasado na digna mensagem espírita, sem achismos ou modismos absolutamente condenáveis.

Que os Espíritos Superiores possam nos manter em paz e em constante progresso hoje e sempre.
Francisco Rebouças.

O Passe e a Água Magnetizada
ATENDIMENTO ESPIRITUAL NO CENTRO ESPÍRITA

O Passe e a Água Magnetizada – Atendimento Espiritual no Centro Espírita, é fruto da contribuição do movimento espírita do Estado do Rio de Janeiro, através de sugestões recebidas dos CRE – Conselhos Regionais Espíritas da USEERJ no ano de 1993.

O documento foi compilado e sistematizado a partir de várias sugestões de apostilas e textos elaborados através de estudos e pesquisas de diversos núcleos, com vistas a disponibilizar a todos estas contribuições.

Não se trata de um material definitivo, pode e deve receber avaliações de todo o movimento espírita, a fim de que se torne mais efetivo para todos.

O Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro – CEERJ, responsável por esta edição, tem a certeza de que esta obra deve ser a base dos estudos e trabalhos na casa espírita.

Edição revista e atualizada adiciona os capítulos do opúsculo Orientação ao Centro Espírita, recentemente atualizado, mantendo as diretrizes do documento anterior para que possam ser comparadas, avaliadas e aplicadas.

No documento anterior (OCE) temos orientações mais detalhadas, no documento atual temos diretrizes gerais que devem ser adequadas a cada caso.

Deste modo, o pequeno manual indicado pelo CEERJ para a prática do passe no Atendimento Espiritual no Centro Espírita vai atender perfeitamente às necessidades encontradas no dia-a-dia.

Você não pode perder, apesar de sintético, o manual é bem detalhado e objetivo, elucidando das questões mais simples às mais complexas. Traz o passo a passo da atividade do passe no âmbito da reunião pública. Traça os fundamentos doutrinários exarados das obras básicas e Revista Espírita, esclarece a sua metodologia de aplicação, o comportamento e o preparo do médium, a eficácia do passe e apresenta a diretriz doutrinária do CEERJ para os Centros Espíritas que buscam uma correta atuação segundo os ditames doutrinários.
JFCR.


O PASSE A ÁGUA MAGNETIZADA
ATENDIMENTO ESPIRITUAL NO CENTRO ESPÍRITA

PREFÁCIO
Numa época em que vemos tantas contradições no terreno da forma, sobretudo na seara mediúnica, e, especificamente, na prática do passe, no âmbito da metodologia e da ética, no trato das questões da fluidoterapia. Surpreendemo-nos com a multiplicidade de obras que vicejam no mercado literário, de viés “espírita”.

Vemos verdadeiros tratados aprofundando questões complexas para aditar aos estudiosos e praticantes do passe, diversas orientações de etiologia técnica, contudo, de origem mesmeriana.
Aplicações médicas extensas, úteis, sem sombras de dúvida. Mas, em meio a tantas explicações, acabamos por nos distanciar da natureza e da naturalidade do passe espírita.

O verdadeiro passe espírita é espontâneo e suas bases são fortalecidas pela emoção e pelo sentimento, quando vibramos amorosamente e nos consorciamos com os espíritos protetores, tendo em Jesus a efetiva inspiração, seja pela imposição das mãos, evocando a simplicidade óbvia do mestre, que é guia e modelo de nossa redenção, e a clareza e precisão doutrinária de Allan Kardec em suas judiciosas lições acerca do tema em análise, seja na movimentação dos fluidos, auscultando os mentores amigos, atendendo a esta ou aquela fragilidade orgânica ou perispiritual, mormente com fundo espiritual. Sem que deixemos que modelos de tecnicismo criem barreiras mentais, impedindo a atuação dos mentores do além, que concorrem conosco, dispensando-nos energias salutares que irão protagonizar o reparo dos receptores, quanto dos emissores, possibilitando melhoras diversas, como curas surpreendentes.

As obras complementares que cotejamos ao longo desse breve manual que nos aparelha para a prática sincera junto aos necessitados, em que somos conduzidos pelos Espíritos e Benfeitores Amigos e que nos trazem muita aprendizagem sobre como efetuarmos o passe espírita, posto que é esse o passe que nos interessa conhecer, estudar e mobilizar, utilizando os recursos da Espiritualidade Maior, nos enlaçando com aqueles que realmente necessitam do recurso magnético, sem banalizarmos a ação do passe.

O passe que almejamos não deve ser estendido a todos, mas, sobretudo a aqueles que possuem necessidades de fato, quanto o médico não endereça medicamentos, senão a quem realmente anela enfermidade.

Não deve o passe ser oferecido à conta de placebo, de modo honesto deve integrar o conjunto de amparo que o Centro Espírita oferece a quem traz necessidades diversas, desanuviando suas problemáticas de fundo diverso, que podem ser materiais, emocionais, sentimentais, psicológicas e espirituais. Aliando-se ao atendimento fraterno, à consolação e ao esclarecimento, às praticas de atendimento espiritual conjugadas com as reuniões mediúnicas, bem como às reuniões públicas e de estudo doutrinário e sistematizado, amparando a todos.

O passe espírita tem o seu momento próprio, podendo ser aplicado em hora e local determinado, de modo direcionado ou espontâneo quando surja a ocasião e a necessidade.
Desejamos aos dirigentes e tarefeiros espíritas que encontrem nesse livro as explicações melhores para a prática do passe Espírita e que os Espíritos Benfeitores que nos amparam nessa atividade possam nos auxiliar sempre, iluminando a todos que buscam esse benefício de amor e de luz.

A Equipe.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Passes, o porque da controvérsia.

Esta semana a Revista "O Consolador", traz a entrevista com Gerson Simões Monteiro, para ter algumas opiniões de pessoas influentes para que possam justificar a maneira de divulgar a "simples imposição das mãos" como a forma correta de procedimento do passista na tarefa de atendimento em nossas casas espíritas, já esperava por isso.
Eu trouxe os meus argumentos contrários à essa postura devidamente fundamentados nas obras espíritas, e, por essa mesma razão, não posso temer essa ou aquela opinião, pois, os argumentos contrários a essa prática não são meus e sim da DOUTRINA ESPÍRITA. Até agora, sempre nos esquivamos de responder a tantos quantos se referiam aos passes com esses argumentos infundados, sem base na codificação do espiritismo, mas apartir do artigo dessa revista, não dá mais para calar, pois, também estudamos a doutrina, e temos nossos fundamentos hauridos na codificação e não no achismo deste ou daquele autor ou escritor famoso.
Muitos dos nossos confrades, se escondem na opinião de alguém muito famoso, pois, qualquer coisa dirão mas o seu fulano acha isso, e quem vai ter a audácia de contestar o tal seu fulano?.
Chega, porém, um dia em que a Espiritualidade Superior entra em ação para que o erro seja corrigido. Não quero dizer com isso que sou portavoz da espiritualidade Superior, pois, bem conheco minha situação de inferioridade, mas, nos convida a todos, sem distinção, para participar com seriedade e neutralidade desse tipo de assunto para que juntos todos encontremos a devida resposta para nossas dúvidas.
No presente caso, é justamente nesse bendito "O Passe e a Água Fluidificada" conforme nos diz em entrevista ao "Consolador" Revista Semanal de Divulgação Espírita, o nosso querido Gerson Simões Monteiro, que está gerando essa grande confusão em termos do procedimento do passista em relação ao indivíduo postado à sua frente em nosso estado. Não temos nenhum compromisso com o que pensa ou acha Edgard Armond ou como recomenda J. Herculano Pires, ou outro escritor espírita famoso ou não, e sim, com o que nos ensina a doutrina espírita, e, espiritismo é com Kardec, concordam comigo?
Eis, abaixo, a pergunta da referida revista e a resposta do nosso Gerson.
O Consolador: Que você pensa sobre os passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond?

Gerson:
No livro publicado pelo antigo Conselho Estadual Espírita do Estado do Rio de Janeiro, da USEERJ, O Passe e a Água Fluidificada, o Movimento Espírita do Estado, com base nas obras da Codificação Espírita, deu a devida orientação sobre o tema, cuja obra tive o prazer apresentar na condição de presidente dessa federativa.
Nada temos contra esse gigante da doutrina espírita que tem sido o Gerson Simões Monteiro, mas não somos infalíveis e no caso do tal livro, o entendimento não foi só dele, e sim, do conselho conforme sua resposta.
É hora de revermos os conceitos, equivocados que estão enraizados na doutrina espírita, e inteligentemente fazermos os devidos ajustes. Se estou errado, apresentem os argumentos para a tal prática dos passes nas cassas espíritas, pois, aqui no Rio de Janeiro, raríssimas instituições procedem dessa forma, a esmagadora maioria procede conforme os argumentos da doutrina espírita que expus, e, tenham certeza de que se estiver errado, passarei a adotá-lo, pois, muito me interessa agir de forma correta nas tarefas a mim confiadas pelos amigos espirituais.
Que Deus nos ilumine a todos e, que a vaidade não seja objeto de entrave ao bom fluxo da fiel mensagem espírita.
Francisco Rebouças.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Estudos Doutrinários - O Espiritista

Deixai que venham a mim as criancinhas Disse o Cristo: “Deixai que venham a mim as criancinhas.” Profundas em sua simplicidade, essas palavras não continham um simples chamamento dirigido às crianças, mas, também, o das almas que gravitam nas regiões inferiores, onde o infortúnio desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura formada: os fracos, os escravizados e os viciosos. Ele nada podia ensinar à infância física, presa à matéria, submetida ao jugo do instinto, ainda não incluída na categoria superior da razão e da vontade que se exercem em torno dela e por ela.

Queria que os homens a ele fossem com a confiança daqueles entezinhos de passos vacilantes, cujo chamamento conquistava, para o seu, o coração das mulheres, que são todas mães. Submetia assim as almas à sua terna e misteriosa autoridade. Ele foi o facho que ilumina as trevas, a claridade matinal que toca a despertar; foi o iniciador do Espiritismo, que a seu turno atrairá para ele, não as criancinhas, mas os homens de boa-vontade. Está empenhada a ação viril; já não se trata de crer instintivamente, nem de obedecer maquinalmente; é preciso que o homem siga a lei inteligente que se lhe revela na sua universalidade.

Meus bem-amados, são chegados os tempos em que, explicados, os erros se tornarão verdades. Ensinar-vos-emos o sentido exato das parábolas e vos mostraremos a forte correlação que existe entre o que foi e o que é. Digo-vos, em verdade: a manifestação espírita avulta no horizonte, e aqui está o seu enviado, que vai resplandecer como o Sol no cume dos montes. — João Evangelista. (Paris, 1863.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. VIII, item 18.
JFRC.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Estudos doutrinários - O Espiritista

No serviço do Passe, em nossa casa espírita não seguimos nunhum professor, seguimos apenas o Mestre Lionês, Allan Kardec.
Que nos afirma:
"Mas os médiuns curadores, na estrita acepção da palavra, quer dizer, aqueles cuja personalidade se apaga completamente diante da ação espiritual, são extremamente raros, porque esta faculdade, elevada ao seu mais alto grau, requer um conjunto de qualidades morais que raramente se encontra sobre a Terra; somente eles podem obter, pela imposição das mãos, essas curas instantâneas que nos parecem prodigiosas; muito poucas pessoas podem pretender este favor".
Fonte:
Volume VIII da Revista Espírita de setembro de 1865. pág. 257 a 262.
Conclusão do estudo elaborada por Francisco Rebouças.
a) Em primeiro lugar, precisamos dedicar todo esforço possível na necessária preparação para o exercício da nobre tarefa da mediunidade em todos os sentidos, pelo estudo sério e constante do espiritismo, como sendo o compromisso maior que assumimos com a doutrina que dizemos professar.

b) Que no caso específico da Cura pelo Passe, conforme esclarecimentos aqui expostos, retirados dos ensinos ministrados pelos Espíritos Superiores na doutrina espírita, devemos sim, movimentar as mãos, em direção aos órgãos em desequilíbrio do irmão à nossa frente, sintonizados com a equipe Espiritual Superior, responsável pelas tarefas em desenvolvimento, que nos assistirão, inspirando-nos a fazer este ou aquele movimento visando o restabelecimento da normalidade do órgão em desequilíbrio no irmão assistido.

Que Jesus nos sustente nas obras do bem com sua doce e sublime Paz, hoje e sempre.

JFCR.

sábado, 8 de março de 2008

Ao Movimento espírita brasileiro


Prezados companheiros de ideal espírita, em vista do recente artigo vinculado na página de "O Consolador" Revista Semanal de Divulgação Espírita, venho propor ao movimento espírita que definitivamente se possa dar uma versão final para o assunto da atitude dos médiuns na atividade do passe.

Pois, lendo o texto daquela conceituada revista e comparando com outras tantas informações que a doutrina nos traz ao conhecimento, resolvi pedir a ajuda dos queridos amigos estudantes da doutrina espírita, para que analisemos as diversas informações constantes no artigo da referida revista, em comparação aos apontamentos de nós outros que não agimos e nem concordamos com essa postura, para se estivermos sem razão, passarmos a adotar todos os procedimentos ali propostos, e se o contrário acontecesse, da mesma forma os amigos partidários da citada corrente espírita, fizessem o mesmo.

Não viso outro objetivo que não o de esclarecer-me e ter total segurança de estar passando a informação da maneira mais correta possível, a tantos quantos adentram as casas espíritas, particularmente na que laboro, justamente nessa área, do estudo e do esclarecimento nos diversos grupos de estudos existentes em nossa casa espírita.

Como aprendiz que sou, interessado em tirar minhas dúvidas, para não admitir teorias falsas, conforme os conselhos do Codificador quando nos alertou: "Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea." Livro dos Médiuns - Cap. XX, item 230, venho apresentar os argumentos que me sustentam contrário a essa postura definida como a mais correta pelo artigo da mencionada revista espírita.

Do artigo em pauta, retirei apenas este pequeno trecho para análise: (http://www.oconsolador.com.br/46/especial.html)

"O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus”.

Lendo esse trecho, gostaria de perguntar: em que "evangelhos" estão narradas essas práticas de imposição das mãos por Jesus?

Um espírito da Elevação Moral de Jesus precisaria se utilizar do recurso da imposição das mãos para fazer uma cura qualquer?

No artigo anexo, apresento as minhas pesquisas sobre o assunto, reiterando mais uma vez que não me “intitulo conhecedor ou dono da verdade”, apenas tenho o direito de perguntar onde estão os fundamentos das coisas certo? Pois, bem sei que da verdade me encontro ainda muito distanciado.

Espero a devida colaboração dos companheiros de ideal espírita, para juntos, seguirmos cada vez mais unidos e esclarecidos sobre a digna mensagem espírita para que possamos atender ao conselho de Emmanuel quando nos diz:

“(...) Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridadea caridade da sua própria divulgação”.²

1) Livro dos Médiuns - Cap. XX, item 230
2) Livro “Estude e Viva”Ditado pelos Espíritos: Emmanuel e André Luiz; Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira – Cap. 40 - Socorro oportuno.
Nossa pesquisa:

http://www.evangelho.espiritismo.nom.br/Artigos/Obra.asp?Id_Texto=569&Autor=José%20Francisco%20Costa%20Rebouças&Id_Autor=1

Saudações,
Francisco Rebouças.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Pesquisa doutrinária - O Espiritista

Assunto: O PASSE


Procedimento dos médiuns na mediunidade de CURA.
Movimentar ou não as mãos no exercício do passe.
Fontes de consulta:
A Codificação do Espiritismo, incluindo a Revista Espírita, e obras complementares de reconhecido conteúdo doutrinário.

Pesquisa elaborada por:

Francisco Rebouças

Janeiro/2008

Simples imposição das mãos, por quê?
Primeira Parte:

Introdução: Motivado, pelas constantes perguntas que nos são dirigidas, sobre a postura dos médiuns passistas no trabalho do passe nas nossas casas espíritas, e, diante da dúvida que muita gente confessa ter, de como se comportar em relação ao paciente postado à sua frente, visto que, não são os mesmos os procedimentos levados a efeito em todas as nossas instituições, devido às diferentes interpretações existentes no movimento espírita, estamos trazendo nossa pequena mais honesta contribuição, haurida nos postulados da codificação e nas obras auxiliares que muito nos ajudarão na compreensão e execução de nossas tarefas de caridade na mediunidade de Cura.

Não pretendemos ter a audácia de nos apresentar como os donos da verdade, nem o disparate de pensar que estamos dizendo a última palavra sobre o tema aqui exposto, simplesmente não somos de fugir dos desafios, que encaramos com o objetivo único de contribuir de forma positiva para uma melhor compreensão das atividades da mediunidade, pela simples satisfação de ver as tarefas espíritas cada vez mais esclarecidas, para um perfeito entendimento de todos nós, visando produzir os melhores resultados, na tarefa de ajuda ao nosso próximo.

Começamos por afirmar, que essa preocupação pela melhor e mais correta forma de procedimento do médium em favor do doente, é bastante antiga, pois, no tempo de Allan Kardec, ela já causava dúvidas aos passistas na prática de transmissão dos fluidos para o enfermo necessitado, conforme pergunta enviada ao codificador, constante da Revista Espírita que transcrevemos abaixo. Da sua resposta, selecionamos alguns trechos para nossa compreensão e esclarecimento, sobre o assunto aqui enfocado.

Mediunidade Curadora : Volume VIII da Revista Espírita de setembro de 1865. pág. 257 a 262.

DA MEDIUNIDADE CURADORA.
Escrevem-nos de Lyon, 12 de julho de 1865: "Caro Senhor Kardec. "Venho, na qualidade de Espírita, recorrer à vossa cortesia, e vos rogar consentir em dar-me alguns conselhos relativamente à prática da mediunidade curadora pela imposição das mãos. Um simples artigo a este respeito na Revista Espírita, contendo alguns desenvolvimentos, seria acolhido, disto estou seguro, com um grande interesse, não só por aqueles que, como eu, se ocupam desta questão com ardor, mas ainda por muitos outros a quem essa leitura poderia inspirar o desejo de dela se ocupar também. Lembro-me sempre dessas palavras de uma sonâmbula que eu havia formado. Eu a enviei, durante seu sono magnético, para visitar uma doente à distância, e a meu pedido como se poderia curá-la, ela disse: "Há alguém em sua aldeia que o poderia, é um tal; é "médium curador, mas sobre isto nada sabe."

"Não sei até que ponto essa faculdade é especial, cabe-vos mais do que a qualquer outro apreciá-la, mas se ela o é realmente, como seria de desejar, que atraísseis sobre este ponto a atenção dos Espíritas. Mesmo todos aqueles que, fora de nossas opiniões, vos lessem, não poderiam ter nenhuma repugnância em tentar uma faculdade que não pede senão a fé em Deus e a prece. Que de mais geral, de mais universal? Não é mais questão de Espiritismo, e cada um, nesse terreno, pode conservar suas convicções.

Quantas irmãs de caridade, quantos bons curas do campo, quantos milhares de pessoas piedosas, ardentes pela caridade, poderiam ser médiuns curadores? É o que sonho em todas as religiões, em todas as seitas. Aceita por toda a parte, essa faculdade, esse presente divino da bondade do Criador, em lugar de ficar como apanágio de alguns, cairia, se assim posso me expressar, no domínio público. Este seria um belo dia para aqueles que sofrem, e há tantos deles!
"Mas, para exercer essa faculdade, independentemente de uma fé viva e da prece, podem existir condições a reunir, procedimento a seguir para agir o mais eficazmente possível. Qual é a parte do médium na imposição das mãos? Qual é a dos Espíritos? É preciso empregar a vontade, como nas operações magnéticas, ou se limitar a pedir, deixando agir à sua vontade a influência oculta? Essa faculdade é realmente especial ou acessível a todos? O organismo nela desempenha um papel, e que papel? Essa faculdade pode ser desenvolvida, e em que sentido?
"Eis aqui onde vossa longa experiência, vossos estudos sobre as influências fluídicas, o ensino dos Espíritos elevados que vos assistem, e, enfim, os documentos que recolheis de todos os cantos do globo, podem vos permitir nos esclarecer e nos instruir; ninguém, como vós, está colocado nessa situação única. Todos aqueles que se ocupam da questão desejam vossos conselhos tanto quanto eu, disto estou seguro, e creio me fazer o intérprete de todos. Que mina fecunda é a mediunidade curadora! Aliviar-se-á ou se curará o corpo, e pelo alívio ou pela cura encontrar-se-á o caminho do coração, lá onde freqüentemente a lógica havia fracassado. Quantos recursos possui o Espiritismo!

Quanto é rico dos meios dos quais é chamado a se servir! Não deixando nenhum deles improdutivo; quanto tudo concorre a elevá-lo e a difundi-lo. Nisto nada poupais, caro senhor Kardec, e depois de Deus e dos bons Espíritos, o Espiritismo vos deve o que é. Já tendes uma recompensa disto neste mundo pela simpatia e afeição de milhões de corações que oram por vós, sem contar a verdadeira recompensa que vos espera num mundo melhor. 'Tenho a honra, etc. "A. D.”

Vejam abaixo, a resposta de Allan Kardec, sobre o tema não definindo absolutamente este ou aquele método ‘como fazem alguns confrades’ mas, explicando a pergunta feita sobre a simples imposição das mãos. Sabedor que o espiritismo teria no futuro outras muitas respostas do mundo espiritual “vide: André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda, Leon Denis, Vianna de Carvalho, entre vários outros”, usou do seu conhecido bom senso, na elucidação da questão proposta acima.

Kardec:
“O que nos pede nosso honorável correspondente não é nada menos do que um tratado sobre a matéria. A questão foi esboçada em O Livro dos Médiuns e em muitos artigos da Revista, a propósito de fatos de curas e de obsessões; ela está resumida em O Evangelho Segundo o Espiritismo, a propósito das preces para os doentes e os médiuns curadores. Se um tratado regular e completo não pode ainda ser feito, isto se prende a duas causas: a primeira que, apesar de toda a atividade que desdobramos em nossos trabalhos, nos é impossível fazer tudo ao mesmo tempo; a segunda, que é mais grave, está na insuficiência das noções que se possuem ainda a esse respeito. O conhecimento da mediunidade curadora é uma das conquistas que devemos ao Espiritismo; mas o Espiritismo, que começa, não pode ainda haver dito tudo; não pode, de um só golpe, nos mostrar todos os fatos que ele abarca; cada dia deles desenvolve novos, de onde decorre novos princípios que vêm corroborar ou completar aqueles que já se conheciam, mas é preciso o tempo material para tudo; qualquer parte integrante do Espiritismo é, por si mesma, toda uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e abarca não só as doenças propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complicadas de obsessões que, elas mesmas, influem sobre o organismo. Não é, pois, em algumas palavras que se pode desenvolver um assunto tão vasto. Nele trabalhamos, como em todas as outras partes do Espiritismo, mas como não queremos nele nada pôr de nossa autoridade e que seja hipotético, não procedemos senão pelo caminho da experiência e da observação. Os limites deste artigo não nos permitindo dar-lhe os desenvolvimentos que comporta, resumimos alguns dos princípios fundamentais que a experiência consagrou (...).”

Em seu longo e detalhado enfoque sobre o assunto, Kardec nos dá inúmeras razões para crer que o médium deve se preparar não só para ser uma simples máquina transmissora de fluidos, ‘como se fosse um mero robô’, mas, um agente de cura conforme contido na matéria que segue:

“(...) A mediunidade curadora se exerce pela ação direta do médium sobre o doente, com a ajuda de uma espécie de magnetização de fato ou de pensamento.

(...) Seria, pois, um erro considerar o magnetizador como uma simples máquina na transmissão fluídica. Nisto como em todas as coisas, o produto está em razão do instrumento e do agente produtor. Por estes motivos, haveria imprudência em se submeter à ação magnética do primeiro desconhecido; abstração feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre.

A propósito, sobre o assunto, vejamos o que nos fala André Luiz, no livro: Mecanismos da Mediunidade, através da psicofrafia de Chico Xavier, FEB 12ª edição página 160.

MÉDIUM PASSISTA — “(...) Referimo-nos, sim, aos intérpretes da Espiri­tualidade Superior, consagrados à assistência provi­dencial aos enfermos, para encorajar-lhes a ação.
Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se reco­menda a aquisição de conhecimentos do corpo em si. E do mesmo modo que esse aprendiz de rudi­mentos da Medicina precisa atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista ne­cessitará vigilância no seu campo de ação, porqüanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer. Eis porque se lhe pede a sustentação de hábitos nobres e atividades limpas, com a simplicidade e a humil­dade por alicerces no serviço de socorro aos doen­tes, de vez que semelhantes fatores funcionarão à maneira do tungstênio na lâmpada elétrica, susce­tível de irradiar a força da usina, produzindo a luz necessária à expulsão da sombra.

O investimento cultural ampliar-lhe-á os recur­sos psicológicos, facilitando-lhe a recepção das or­dens e avisos dos instrutores que lhe propiciem amparo, e o asseio mental lhe consolidará a influên­cia, purificando-a, além de dotar-lhe a presença com a indispensável autoridade moral, capaz de induzir o enfermo ao despertamento das próprias forças de reação”.

Assim sendo, perguntamos: Como deixar de atender às sugestões e inspirações dos Mensageiros do Além na hora do passe, pois, justamente para isso nos preparamos?

Voltemos à revista Espírita:


*7. O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito, ao passo que o magnetizador haure tudo em si mesmo. Mas os médiuns curadores, na estrita acepção da palavra, quer dizer, aqueles cuja personalidade se apaga completamente diante da ação espiritual, são extremamente raros, porque esta faculdade, elevada ao seu mais alto grau, requer um conjunto de qualidades morais que raramente se encontra sobre a Terra; somente eles podem obter, pela imposição das mãos, essas curas instantâneas que nos parecem prodigiosas; muito poucas pessoas podem pretender este favor. O orgulho e o egoísmo sendo as principais fontes das imperfeições humanas, disso resulta que aqueles que se gabam de possuir esse dom, que vão por toda a parte enaltecendo as curas maravilhosas que fizeram, ou que dizem ter feito, que procuram a glória, a reputação ou o proveito, estão nas piores condições para obtê-la, porque esta faculdade é o privilégio exclusivo da modéstia, da humildade, do devotamento e do desinteresse. Jesus dizia àqueles que tinha curado: Ide dar graças a Deus, e não o digais a ninguém.
8. A mediunidade curadora pura sendo, pois, uma exceção neste mundo, disso resulta que há quase sempre ação simultânea do fluido espiritual e do fluido humano; quer dizer, que os médiuns curadores são todos mais ou menos magnetizadores, é por isso que agem segundo os procedimentos magnéticos; a diferença está na predominância de um ou de outro fluido, e na maior ou na menor rapidez da cura. Todo magnetizador pode se tornar médium curador, se sabe se fazer assistir pelos bons Espíritos; neste caso os Espíritos lhe vêm em ajuda, derramando sobre ele seu próprio fluido que pode decuplicar ou centuplicar a ação do fluido puramente humano.

10. Mas se a vontade é ineficaz quanto ao concurso dos Espíritos, ela é onipotente para imprimir ao fluido, espiritual ou humano, uma boa direção, e uma energia maior. No homem débil e distraído, a corrente é débil, a emissão fraca; o fluido espiritual se detém nele, mas sem proveito para ele; no homem de uma vontade enérgica, a corrente produz o efeito de uma ducha. Não é preciso confundir a vontade enérgica com a teimosia, porque a teimosia é sempre uma conseqüência do orgulho e do egoísmo, ao passo que o mais humilde pode ter a vontade do devotamento.

A vontade é ainda onipotente para dar aos fluidos as qualidades especiais apropriadas à natureza do mal. Este ponto, que é capital, se prende a um princípio ainda pouco conhecido, mas que está em estudo, o das criações fluídicas, e das modificações que o pensamento pode fazer a matéria suportar. O pensamento, que provoca uma emissão fluídica, pode operar certas transformações moleculares e atômicas, como se vê isto se produzir sob a influência da eletricidade, da luz ou do calor”.

*No item 7 (sete) acima, nas suas claras e sábias explicações, o codificador nos alerta para os caracteres da elevação moral-espiritual imprescindíveis de que carece o médium, para se utilizar da simples imposição das mãos sobre o enfermo, afirmando-nos taxativamente: “muito poucas pessoas podem pretender este favor”.

E nós acrescentamos: Quem se achar dotado de tais virtudes que as utilize, penso que infelizmente sem qualquer intenção de falsa modéstia, não me acho entre esses.


Segunda Parte



Nossas pesquisas na literatura Espírita sobre o tema

Sobre o papel exercido pelo médium no serviço de magnetização pelos passes, vejamos o contido no mesmo volume VIII, da Revista Espírita de l865, página 267, ainda no mês de setembro, que abaixo transcrevemos:

“Como procede um magnetizador comum? Suponhamos que queira agir sobre um braço, por exemplo: concentra sua ação sobre esse membro, e por um simples movimento de seus dedos, executado à distância e em todos os sentidos, agindo absolutamente como se o contato da mão fosse real, ele dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado (...)”.

Seguimos nosso estudo, enfocando um exemplo de cura realizada pelos passistas, com a movimentação das mãos, em determinadas partes do corpo do enfermo conforme segue:

Cura na Revista Espírita: Volume VII, Janeiro 1864 – Página 6
"Madame P... estava afetada, há vinte e oito anos, de uma hiperestesia aguda ou sensibilidade exagerada da pele, enfermidade que a retinha em seu quarto há quinze anos.
Ela mora numa pequena cidade vizinha, e, tendo ouvido falar de nosso grupo, veio procurar alívio junto a nós. Ao cabo de trinta e cinco dias, voltou completamente curada.
Durante esse tempo, recebeu cada dia um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.

"Dávamos, ao mesmo tempo, nossos cuidados a um epiléptico, atingido por essa terrível enfermidade há vinte e sete anos. As crises se renovavam quase cada noite, e cada vez sua mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e que estava feliz, essa mãe, acompanhando seu filho radicalmente curado! Nós revezávamos, todos os três, de oito dias em oito dias, para a emissão fluídica, colocávamos a mão, ora sobre a cavidade do estômago do enfermo, ora sobre a nuca, no início do pescoço. Cada dia o enfermo podia constatar uma melhora; nós mesmos, depois da evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós, e escapar-se de nossos dedos alongados e de nosso braço estendido para o corpo do sujeito que tratávamos.

"Dávamos nesse momento nossos cuidados a um segundo epiléptico; desta vez, a enfermidade seria talvez mais rebelde, uma vez que é hereditária. O pai deixou, aos seus quatro filhos, o germe dessa afecção; enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la em todos os quatro.
"Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e as de nossos irmãos de Paris. Esse socorro será para nós um encorajamento e um estímulo aos nossos esforços.”

Obs.: Na narrativa acima, a cura foi obtida pala colocação das mãos dos médiuns nos prováveis locais da enfermidade, e não pela simples imposição das mãos dos passistas sobre a cabeça do enfermo.

Nas Obras auxiliares
1) “Conrado, impondo a destra sobre a fronte da médium, comunicou-lhe radiosa corrente de forças e inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo.
Notamos que o córtex encefálico se revestiu de substância luminosa que, descendo em fios tenuíssimos, alcançou o campo visceral.
A senhora exibiu inequívoca expressão de alí­vio, na expressão fisionômica, retirando-se visível­mente satisfeita, depois de prometer que voltaria ao tratamento.”

Livro:Domínios da Mediunidade, Cap. 17 serviços de Passes, Pag. 169. Chico Xavier/ André luiz.
2) “(...) O Coronel Sobreira, inspirado pelo Mentor, acercou-se do médium e acudiu Matias incorporado com o recurso da aplicação de passes magnéticos de longo curso com a função calmante....”

Livro: Grilhões Partidos – Livraria Espírita Alvorada - Editora, 11ª edição. Cap. 19, pag. 167. Divaldo Pereira Franco/ Manoel Philomeno de Miranda.

3) “Logo após, entre Cláudio e Salomão, orou, emocionado. Suplicou a bênção do Cristo para a menina atropelada, qual se expusesse, diante de Jesus invisível, uma filha profundamente cara, e, em seguida, ministrou-lhe passes de longo curso com o devotamento de quem lhe transferia as próprias forças.
Cooperamos com ele, sob o olhar penetrante de Moreira, que tudo anotava como que sequioso de aprender.
A operação, saturada de agentes reconstituin­tes do plano físico, infundiu grande bem à moça, melhorando-lhe a condição geral. Relaxou-se-lhe mais intensamente o esfíncter da micção, a respiração desoprimiu-se e conseguiu entrar em sono calmo.”

Livro: Sexo e Destino, Chico Xavier e Waldo Vierra/ André Luiz – FEB 18ª edição – II Parte, Cap.II, pag.192.

4)´“A vontade de aliviar, de curar - dissemos - comunica ao fluido magnético propriedades curativas. O remédio para os nossos males está em nós. Um homem bom e sadio pode atuar sobre os seres débeis e enfermiços, regenerá-los por meio de sopro, pela imposição das mãos e mesmo mediante objetos impregnados da sua energia. Opera-se mais freqüentemente por meio de gestos, denominados passes, rápidos ou lentos, longitudinais ou transversais, conforme o efeito, calmante ou excitante, que se quer produzir nos doentes. Esse tratamento deve ser seguido com regularidade, e as sessões renovadas todos os dias até à cura completa”.

Livro: Livro No Invisível, Léon Denis, Cap. XV.

5) Saí das reflexões, quando foi convidado pela Benfritora à aplicação do socorro fluídico, em que se transferiram energias mais esprcíficas a Argos.
O auxílio de Bernardo, valioso, criara a predisposição para que o doente assimilasse, dessa vez, outro tipo de fluidos procedentes do corpo físico sadio do sensitivo.
Foi proferida uma oração de alto significado emocional, de que todos participamos e, ato contínuo, o médium, seguramente conduzido pela Irmã Angélica, deu início à operação socorrista.
A princípio com movimentos rítimicos e em direção longitudinal, desembaraçou o enfermo das energias absorvidas e dos miasmas venenosos que lhe empestavam o organismo, como a desentoxicar as células, facilitando-lhes a renovação.

Foram mais cuidadosamente atendidos os centros coronário, cardíaco e gástrico, que exteriorizavam coloração escura e fluido pastoso, letal. Em seguida passou a transferir-lhe as forças restauradoras, mediante a imposição das mãos nas referidas áreas que, lentamente foram absorvendo a energia salutar e mudando de cor, irradiando para todo o corpo as vibrações de reequilíbrio. Logo após, foi magnetizada a água, que lhe foi oferecida em pequena dose e se encerrou o labor da caridade fraternal.

Livro: Painés da Obsessão – Divaldo Pereira Franco/Manoel Philomeno de Miranda . Livraria Espírita Alvorada Editora – 8ª edição, Cap. 27, Pag.253.

6) “A simples “imposição das mãos” com o consequente apelo às Potências Sublimes, não quer significar condição preponderante.
Para o exercício equilibrado da mediunidade curadora, através do serviço do passe, são exigidos vários requisitos que não podem ser amesquinhados.
Inalterável confiança no Senhor e conduta compatível com a fé esposada.
Serenidade íntima e passividade completa à inspiração superior.
Sintonia com as Esferas Mais Altas e hábito da prece.
Capacidade de amor ao próximo e abnegação na extensão do serviço de auxílio.
Espírito de humildade e tirocínio de discernimento.
Saúde física e mental e meditação nos objetivos superiores da vida.
***
Após as malogradas tentativas feitas pelos discípulos, de expulsão do “espírito imundo” que se apossara de um jovem lunático, o Mestre sem delongas, repreendeu o desencarnado e libertou o enfermo.

E como os companheiros lhe indagassem o porquê do próprio fracasso, o Senhor, após falar-lhes da falta de fé, afirmou sereno: “esta casta de espíritos não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”.
Tal oração, consideremos a comunhão constante com Deus, da qual decorre o jejum aos atos que degradam o espírito e envilecem o caráter.

Assim fazendo, não padecem dúvidas: os resultados na aplicação dos passes serão salutares e imediatos.

Livro: Dimensões da Verdade
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis

Dos Confrades da Doutrina:
7) DIVALDO PEREIRA FRANCO

Trazemos, a seguir, questão formulado sobre o assunto pelo Jornal do CEPEAK, ao conhecido Tribuno espírita Divaldo Pereira Franco, em entrevista concedida ao citado órgão de divulgação do espiritismo em sua edição de março/abril de 2003, conforme segue:

J. Cepeak – No livro “Nos Domínios da Mediunidade” – Cap. 17, André Luiz nos diz que “Conrado impondo as mãos sobre a fronte da médium, inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo”. Kardec diz que os olhos e as mãos são órgãos de emissão e direção de fluidos. (Obras Póstumas – Fotografia e Telegrafia do Pensamento). Existe uma corrente dentro do movimento espírita afirmando que ao médium incumbe apenas impor as mãos sobre a cabeça do paciente, como fazia Jesus e que o restante cabe aos espíritos superiores em servico.

Perguntamos:
a) Para que André Luiz nos ensinaria sobre as funções dos centros de forças (chacaras)?

b) Para que os técnicos do plano espiritual precisariam do fluido animalizado do médium que eles podem extrair de toda parte?

c) Se não temos a superioridade de Jesus, que curava até com saliva e lodo e mesmo à distância (o centurião romano e o servo etc), por que o médium deve ser dispensado da movimentação discreta e consciente das mãos? Em resumo: o médium, atendidos os requisitos básicos, deve se limitar a impor as mãos sobre o paciente no momento do passe?

Divaldo – Confesso aceitar, sem qualquer restrição, a orientação do Espírito André Luiz, através da mediunidade do apóstolo Chico Xavier, perfeitamente centrada no pensamento Kardequiano, direcionando as mãos do passista no rumo do órgão enfermo. Jesus pela exelência de que se encontrava revestido, penetrava no âmago do ser e, conhecendo a problemática da saúde que o atormentava, bastava impor-lhe as mãos, tocá-lo ser tocado na fímbria dos Seus vestidos, desejar apenas e a recuperação de imediato se dava. Como há uma distância abissal entre ELE e nós, prefiro agir nos chakras correspondentes ao distúrbio orgânico, emocional ou psíquico, embora sem tocar no paciente, evitando imcompreensões, e conclusões injustificáveis.

Extraindo do fluido universal as energias que necessitam para operarem o socorro aos necessitados, os Mentores igualmente utilizam do fluido animal do médium, perfeitamente compatível com o do paciente, ainda mais quando ocorre a cooperação espontânea e enriquecedora do doador ou passista.

As correntes de opinião, quando sinceras e fundamentadas na Doutrina, são todas respeitáveis. No entanto, a experiência de cada pessoa permite-lhe agir conforme os resultados que vem colhendo, sem preocupar-se com as diferenças de métodos, modelos e fórmulas.

Sempre haverá opinião discordante em todo mister de natureza humana, considerando-se os diferentes níveis de consciência, de conhecimento, de comportamento pessoal.

Terceira Parte

Passo agora, para a análise das curas efetuadas por Jesus, constantes das obras espíritas, para tentar entender onde é que estão situados os fundamentos dos quais muitos dos nossos confrades dizem ter por base a tal prática da simples imposição das mãos.

As Curas de Jesus
A Gênese, FEB 36ª Edição, Cap. XV.

1) Perda de sangue

10. - Então, uma mulher, que havia doze anos sofria de uma hemorragia; - que sofrera muito nas mãos dos médicos e que, tendo gasto todos os seus haveres, nenhum alívio conseguira, - como ouvisse falar de Jesus, veio com a multidão atrás dele e lhe tocou as vestes, porquanto, dizia: Se eu conseguir ao menos lhe tocar nas vestes, ficarei curada. - No mesmo instante o fluxo sangüíneo lhe cessou e ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela enfermidade.
Logo, Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra, se voltou no meio da multidão e disse: Quem me tocou as vestes? - Seus discípulos lhe disseram: Vês que a multidão te aperta de todos os lados e perguntas quem te tocou? – Ele olhava em torno de si à procura daquela que o tocara.
A mulher, que sabia o que se passara em si, tomada de medo e pavor, veio lançar-se-lhe aos pés e lhe declarou toda a verdade. - Disse-lhe Jesus: Minha filha, tua fé te salvou; vai em paz e fica curada da tua enfermidade. (S. Marcos, cap. V, vv. 25 a 34.)

2) Cego de Betsaida
12. - Tendo chegado a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e lhe pediam que o tocasse. Tomando o cego pela mão, ele o levou para fora do burgo, passou-lhe saliva nos olhos e, havendo-lhe imposto as mãos, lhe perguntou se via alguma coisa. – O homem, olhando; disse: Vejo a andar homens que me parecem árvores. - Jesus lhe colocou de novo as mãos sobre os olhos e ele começou a ver melhor. Afinal, ficou tão perfeitamente curado, que via distintamente todas as coisas. - Ele o mandou para casa, dizendo-lhe: Vai para tua casa; se entrares no burgo, a ninguém digas o que se deu contigo. (S. Marcos, cap. VIII, vv. 22 a 26.)

3) Paralítico
14. - Tendo subido para uma barca, Jesus atravessou o lago e veio à sua cidade (Cafarnaum). - Como lhe apresentassem um paralítico deitado em seu leito, Jesus, notando-lhe a fé, disse ao paralítico: Meu filho, tem confiança; perdoados te são os teus pecados.
Logo alguns escribas disseram entre si: Este homem blasfema. - Jesus, tendo percebido o que eles pensavam, perguntou-lhes: Por que alimentais maus pensamentos em vossos corações? - Pois, que é mais fácil dizer: - Teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na Terra o poder de remitir os
pecados: Levanta-te, disse então ao paralítico, toma o teu leito e vai para tua casa.
O paralítico se levantou imediatamente e foi para sua casa. Vendo aquele milagre, o povo se encheu de temor e rendeu graças a Deus, por haver concedido tal poder aos homens. (S. Mateus, cap. IX, vv. 1 a 8.)

4) Os dez leprosos
16. - Um dia, indo ele para Jerusalém, passava pelos confins da Samaria e da Galiléia - e, estando prestes a entrar numa aldeia, dez leprosos vieram ao seu encontro e, conservando-se afastados, clamaram em altas vozes: Jesus, Senhor nosso, tem piedade de nós. - Dando com eles, disse-lhes Jesus: Ide mostrar-vos aos sacerdotes. Quando iam a caminho, ficaram curados.
Um deles, vendo-se curado, voltou sobre seus passos, glorificando a Deus em altas vozes; - e foi lançar-se aos pés de Jesus, com o rosto em terra, a lhe render graças. Esse era samaritano.
Disse então Jesus: Não foram curados todos dez? Onde estão os outros nove?
Nenhum deles houve que voltasse e glorificasse a Deus, a não ser este estrangeiro? - E disse a esse: Levanta-te; vai; tua fé te salvou. (S. Lucas, capítulo XVII, vv. 11 a 19.)

5) Mão seca

18. - Doutra vez entrou Jesus no templo e aí encontrou um homem que tinha seca uma das mãos. - E eles o observavam para ver se ele o curaria em dia de sábado, para terem um motivo de o acusar. - Então, disse ele ao homem que tinha a mão seca: Levanta-te e coloca-te ali no meio. - Depois, disse-lhes: É permitido em dia de sábado fazer o bem ou mal, salvar a vida ou tirá-la? Eles permaneceram em silêncio. - Ele, porém, encarando-os com indignação, tanto o afligia a dureza de seus corações, disse ao homem: Estende a tua mão. Ele a estendeu e ela se tornou sã.
Logo os fariseus saíram e se reuniram contra ele em conciliábulo com os herodianos, sobre o meio de o perderem. - Mas, Jesus se retirou com seus discípulos para o mar, acompanhando-o grande multidão de povo da Galiléia e da Judéia – de Jerusalém, da Iduméia e de além Jordão; e os das cercanias de Tiro e de Sídon, tendo ouvido falar das coisas que ele fazia, vieram em grande número ao seu encontro. (S. Marcos, cap. III, vv. 1 a 8.)

6) A mulher curada
19. - Todos os dias de sábado Jesus ensinava numa sinagoga. - Um dia, viu ali uma mulher possuída de um Espírito que a punha doente, havia dezoito anos; era tão curvada, que não podia olhar para cima. - Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: Mulher, estás livre da tua enfermidade. - Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e ela, endireitando-se, rendeu graças a Deus.
Mas, o chefe da sinagoga, indignado por haver Jesus feito uma cura em dia de sábado, disse ao povo: Há seis dias destinados ao trabalho; vinde nesses dias para serdes curados e não nos dias de sábado.
O Senhor, tomando a palavra, disse-lhe: Hipócrita, qual de vós não solta da carga o seu boi ou seu jumento em dia de sábado e não o leva a beber? - Por que então não se deveria libertar, em dia de sábado, dos laços que a prendiam, esta filha de Abraão, que Satanás conservara atada durante dezoito anos?
A estas palavras, todos os seus adversários ficaram confusos e todo o povo encantado de vê-lo praticar tantas ações gloriosas. (S. Lucas, cap. XIII, vv. 10 a 17.)

7) O paralítico da piscina
21. - Depois disso, tendo chegado a festa dos judeus, Jesus foi a Jerusalém. Ora, havia em Jerusalém a piscina das ovelhas, que se chama em hebreu Betesda, a qual tinha cinco galerias - onde, em grande número, se achavam deitados doentes, cegos, coxos e os que tinham ressecados os membros, todos à espera de que as águas fossem agitadas - Porque, o anjo do Senhor, em certa época, descia àquela piscina e lhe movimentava a água e aquele que fosse o primeiro a entrar nela, depois de ter sido movimentada a água, ficava curado, qualquer que fosse a sua doença.
Ora, estava lá um homem que se achava doente havia trinta e oito anos. - Jesus, tendo-o visto deitado e sabendo-o doente desde longo tempo, perguntou-lhe: Queres ficar curado? - O doente respondeu: Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina depois que a água for movimentada; e, durante o tempo que levo para chegar lá, outro desce antes de mim. - Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e vai-te. - No mesmo instante o homem se achou curado e, tomando de seu leito, pôs-se a andar. Ora, aquele dia era um sábado.
Disseram então os judeus ao que fora curado: Não te é permitido levares o teu
leito. - Respondeu o homem: Aquele que me curou disse: Toma o teu leito e anda. - Perguntaram-lhe eles então: Quem foi esse que te disse: Toma o teu leito e anda? - Mas, nem mesmo o que fora curado sabia quem o curara, porquanto Jesus se retirara do meio da multidão que lá estava.
Depois, encontrando aquele homem no templo, Jesus lhe disse: Vês que foste curado; não tornes de futuro a pecar, para que te não aconteça coisa pior.
O homem foi ter com os judeus e lhes disse que fora Jesus quem o curara. – Era por isso que os judeus perseguiam a Jesus, porque ele fazia essas coisas em dia de sábado. - Então, Jesus lhes disse: Meu Pai não cessa de obrar até ao presente e eu também obro incessantemente. (S. João, cap. V, vv. 1 a 17.)

8) Cego de nascença

24. - Ao passar, viu Jesus um homem que era cego desde que nascera; - e seus discípulos lhe fizeram esta pergunta: Mestre, foi pecado desse homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele nascesse cego? - Jesus lhes respondeu: Não é por pecado dele, nem dos que o puseram no mundo; mas, para que nele se patenteiem as obras do poder de Deus. É preciso que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem depois a noite, na qual ninguém pode fazer obras. – Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Tendo dito isso, cuspiu no chão e, havendo feito lama com a sua saliva, ungiu com essa lama os olhos do cego - e lhe disse: Vai lavar-te na piscina de Siloé, que significa Enviado. Ele foi, lavou-se e voltou vendo claro.
Seus vizinhos e os que o viam antes a pedir esmolas diziam: Não é este o que estava assentado e pedia esmola? Uns respondiam: É ele; outros diziam: Não, é um que se parece com ele. O homem, porém, lhes dizia: Sou eu mesmo. - Perguntaram-lhe então: Como se te abriram os olhos? - Ele respondeu: Aquele homem que se chama Jesus fez um pouco de lama e passou nos meus olhos, dizendo: Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo. - Disseram--lhe: Onde está ele? Respondeu o homem: Não sei.
Levaram então aos fariseus o homem que estivera cego. - Ora, fora num dia de
sábado que Jesus fizera aquela lama e lhe abrira os olhos.
Também os fariseus o interrogaram para saber como recobrara a vista. Ele lhes disse: Ele me pôs lama nos olhos, eu me lavei e vejo. - Ao que alguns fariseus retrucaram: Esse homem não é enviado de Deus, pois que não guarda o sábado. Outros, porém, diziam: Como poderia um homem mau fazer prodígios tais? Havia, a propósito, dissensão entre eles.
Disseram de novo ao que fora cego: E tu, que dizes desse homem que te abriu
os olhos? Ele respondeu: Digo que é um profeta. - Mas, os judeus não acreditaram que aquele homem houvesse estado cego e que houvesse recobrado a vista, enquanto não fizeram vir o pai e a mãe dele - e os interrogaram assim: É este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como é que ele agora vê? - O pai e a mãe responderam: Sabemos que esse é nosso filho e que nasceu cego; - não sabemos, porém, como agora vê e tampouco sabemos quem lhe abriu os olhos. Interrogai-o; ele já tem idade, que responda por si mesmo.
Seu pai e sua mãe falavam desse modo, porque temiam os judeus, visto que estes já haviam resolvido em comum que quem quer que reconhecesse a Jesus como sendo o Cristo seria expulso da sinagoga. - Foi o que obrigou o pai e a mãe do rapaz a responderem: Ele já tem idade; interrogai-o.
Chamaram segunda vez o homem que estivera cego e lhe disseram: Glorifica a
Deus; sabemos que esse homem é um pecador. Ele lhes respondeu: Se é um pecador, não sei, tudo o que sei é que estava cego e agora vejo. - Tornaram a perguntar-lhe: Que te fez ele e como te abriu os olhos? - Respondeu o homem: Já vo-lo disse e bem o ouvistes; por que quereis ouvi-lo segunda vez? Será que queirais tornar-vos seus discípulos? - Ao que eles o carregaram de injúrias e lhe disseram: Sê tu seu discípulo; quanto a nós, somos discípulos de Moisés. - Sabemos que Deus falou a Moisés, ao passo que este não sabemos donde saiu.
O homem lhes respondeu: É de espantar que não saibais donde ele é e que ele me tenha aberto os olhos. - Ora, sabemos que Deus não exalça os pecadores; mas, àquele que o honre e faça a sua vontade, a esse Deus exalça. - Desde que o mundo existe, jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. - Se esse homem não fosse um enviado de Deus, nada poderia fazer de tudo o que tem feito.
Disseram-lhe os fariseus: Tu és todo pecado, desde o ventre de tua mãe, e queres ensinar-nos a nós? E o expulsaram. (S. João, cap. IX, vv. 1 a 34.)

9) Possessos
29. - Vieram em seguida a Cafarnaum e Jesus, entrando primeiramente, em dia
de sábado, na sinagoga, os instruía. - Admiravam-se da sua doutrina, porque ele os instruía como tendo autoridade e não como os escribas.
Ora, achava-se na sinagoga um homem possesso de um Espírito impuro, que exclamou: - Que há entre ti e nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus. - Jesus, porém, falando-lhe ameaçadoramente, disse: Cala-te e sai desse homem. - Então, o Espírito impuro, agitando o homem em violentas convulsões, saiu dele.
Ficaram todos tão surpreendidos que uns aos outros perguntavam: Que é isto?
Que nova doutrina é esta? Ele dá ordem com império, até aos Espíritos impuros, e estes lhe obedecem. (S. Marcos, cap. I, vv. 21 a 27.)

10) Possessos

30. - Tendo eles saído, apresentaram-lhe um homem mudo, possesso do demônio. - Expulso o demônio o mudo falou e o povo, tomado de admiração, dizia: Jamais se viu coisa semelhante em Israel.
Mas os fariseus, ao contrário, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios. (S. Mateus, capítulo IX, vv. 32 a 34.)

11) Possessos
31. - Quando ele foi vindo ao lugar onde estavam os outros discípulos, viu emtorno destes uma grande multidão de pessoas e muitos escribas que com eles disputavam. - Logo que deu com Jesus, todo o povo se tomou de espanto e temor e correram todos a saudá-lo.
Perguntou ele então: Sobre que disputáveis em assembléia? - Um homem, do meio do povo, tomando a palavra, disse: Mestre, trouxe-te meu filho, que está possesso de um Espírito mudo; - em todo lugar onde dele se apossa, atira-o por terra e o menino espuma, rilha os dentes e se torna todo seco. Pedi a teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.
Disse-lhes Jesus: Oh! gente incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-mo. - Trouxeram-lho e ainda não havia ele posto os olhos em Jesus, e o Espírito entrou a agitá-lo violentamente; ele caiu no chão e se pôs a rolar espumando.
Jesus perguntou ao pai do menino: Desde quando isto lhe sucede? – Desde pequenino, diz o pai. - E o Espírito o tem lançado, muitas vezes, ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer; se alguma coisa puderes, tem compaixão de nós e socorrenos.
Respondeu-lhe Jesus: Se puderes crer, tudo é possível àquele que crê. – Logo exclamou o pai do menino, banhado em lágrimas: Senhor, creio, ajuda-me na minha incredulidade.
Jesus, vendo que o povo acorria em multidão, falou em tom de ameaça ao Espírito impuro, dizendo-lhe: Espírito surdo e mudo sai desse menino e não entres mais nele. - Então, o Espírito, soltando grande grito e agitando o menino em violentas convulsões, saiu, ficando como morto o menino, de sorte que muitos diziam que ele morrera. – Mas Jesus, tomando-lhe as mãos e amparando-o, fê-lo levantar-se.
Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? - Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum. (S. Marcos, cap. IX, vv. 13 a 28.).

12) Possessos
32. - Apresentaram-lhe então um possesso cego e mudo e ele o curou, de modo que o possesso começou a falar e a ver: - Todo o povo ficou presa de admiração e dizia: Não é esse o filho de David?
Mas os fariseus, isso ouvindo, diziam: Este homem expulsa os demônios com o auxílio de Belzebu, príncipe dos demônios.
Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino que se dividir contra si mesmo será arruinado e toda cidade ou casa que se divide contra si mesma não pode subsistir. - Se Satanás expulsa a Satanás, ele está dividido contra si mesmo, como, pois, o seu reino poderá subsistir? - E, se é por Belzebu que eu expulso os demônios, por quem os expulsarão vossos filhos? Por isso, eles próprios serão os vossos juizes. - Se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é que o reino de Deus veio até vós. (S. Mateus, cap. XII, 22 a 28.)

13) Ressurreições
A filha de Jairo37. - Tendo Jesus passado novamente, de barca, para a outra margem, logo que desembarcou, grande multidão se lhe apinhou ao derredor. Então, um chefe de sinagoga, chamado Jairo, veio ao seu encontro e, ao aproximar-se dele, se lhe lançou aos pés, - a suplicar com grande instância, dizendo: Tenho urna filha que está no momento extremo; vem impor-lhe as mãos para a curar e lhe salvar a vida.
Jesus foi com ele, acompanhado de grande multidão, que o comprimia.
Quando Jairo ainda falava, vieram pessoas que lhe eram subordinadas e lhe disseram: Tua filha está morta; por que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais longe? - Jesus, porém, ouvindo isso, disse ao chefe da sinagoga: Não te aflijas, crê apenas. - E a ninguém permitiu que o acompanhasse, senão a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Chegando a casa do chefe da sinagoga, viu ele uma aglomeração confusa de pessoas que choravam e soltavam grandes gritos. - Entrando, disse-lhes ele: Por que fazeis tanto alarido e por que chorais? Esta menina não está morta, está apenas adormecida. - Zombavam dele. Tendo feito que toda a gente saísse, chamou o pai e mãe da menina e os que tinham vindo em sua companhia e entrou no lugar onde a menina se achava deitada. - Tomou-lhe a mão e disse: Talitha cumi, isto é: Minha filha, levanta-te, eu to ordeno. - No mesmo instante a menina se levantou e se pôs a andar, pois contava doze anos, e ficaram todos maravilhados e espantados. (S. Marcos, cap. V, vv. 21 a 43.)

14) Ressurreições

Filho da viúva de Naim
38. - No dia seguinte, dirigiu-se Jesus para uma cidade chamada Naim; acompanhavam-no seus discípulos e grande multidão de povo. - Quando estava perto da porta da cidade, aconteceu que levavam a sepultar um morto, que era filho único de sua mãe e essa mulher era viúva; estava com ela grande número de pessoas da cidade. - Tendo-a visto, o Senhor se tomou de compaixão para com ela e lhe disse: Não chores. - Depois, aproximando-se, tocou o esquife e os que o conduziam pararam. Então, disse ele: Mancebo, levanta-te, eu o ordeno. - Imediatamente, o moço se sentou e começou a falar. E Jesus o restituiu à sua mãe.
Todos os que estavam presentes ficaram tomados de espanto e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo. O rumor desse milagre que ele fizera se espalhou por toda a Judéia e por todas as regiões circunvizinhas. (S. Lucas, cap. VII, vv. 11 a 17.)

15) Jesus caminha sobre a água
41. - Logo, fez Jesus que seus discípulos tomassem a barca e passassem para
a outra margem antes dele, que ficava a despedir o povo. - Depois de o ter despedido, subiu a um monte para orar e, tendo caído a noite, achou-se ele sozinho naquele lugar.
Entrementes, a barca era fortemente açoitada pelas ondas, em meio do mar, por ser contrário o vento. - Mas, na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando por sobre o mar.
- Quando eles o viram andando sobre o mar, turbaram-se e diziam: É um fantasma e se puseram a gritar amedrontados. Jesus então lhes falou dizendo:
Tranqüilizai-vos, sou eu, não tenhais medo.
Pedro lhe respondeu: Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro, caminhando sobre as águas. Disse-lhe Jesus: Vem. Pedro, descendo da barca, caminhava sobre a água, ao encontro de Jesus. Mas, vindo um grande vento, ele teve medo; e como começasse a submergir, clamou: Senhor, salva-me. Logo, Jesus, estendendo-lhe a mão, disse: Homem de pouca fé! por que duvidaste? - E, tendo subido para a barca, cessou o vento. - Então, os que estavam na barca, aproximando-se dele o adoraram, dizendo: És verdadeiramente filho de Deus, (S. Mateus, cap. XIV, vv. 22 a 33.)

16)Transfiguração
43. - Seis dias depois, tendo chamado de parte a Pedro, Tiago e João, Jesus os levou consigo a um alto monte afastado e se transfigurou diante deles. – Enquanto orava, seu rosto pareceu inteiramente outro; suas vestes se tornaram brilhantemente luminosas e brancas qual a neve, como não há pisoeiro na Terra que possa fazer alguma tão alva. - E eles viram aparecer Elias e Moisés, a entreter palestra com Jesus.
Então, disse Pedro a Jesus: Mestre, estamos bem aqui; façamos três tendas: uma para ti, outra para Moisés, outra para Elias. - É que ele não sabia o que dizia, tão espantado estava.
Ao mesmo tempo, apareceu uma nuvem que os cobriu; e, dessa nuvem, uma voz partiu, fazendo ouvir estas palavras: Este é meu Filho bem-amado; escutai-o.
Logo, olhando para todos os lados, a ninguém mais viram, senão a Jesus, que ficara a sós com eles.
Quando desciam do monte, ordenou-lhes ele que a ninguém falassem do que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. - E eles conservaram em segredo o fato, inquirindo uns dos outros o que teria ele querido dizer com estas palavras: Até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dentre os mortos. (S. Marcos, cap. IX, vv. 1 a 9.)

17) Tempestade aplacada
45. - Certo dia, tendo tomado uma barca com seus discípulos, disse-lhes ele: Passemos à outra margem do lago. Partiram então. Durante a travessia, ele adormeceu. - Então, um grande turbilhão de vento se abateu de súbito sobre o lago, de sorte que, enchendo-se dágua a barca, eles se viam em perigo. Aproximaram-se, pois, dele e o despertaram, dizendo-lhe: Mestre, perecemos. Jesus, levantando-se, falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outras se aplacaram, sobrevindo grande calma. Ele então lhes disse: Onde esta a vossa fé? Eles, porém, cheios de temor e admiração, perguntavam uns aos outros: Quem é este que assim dá ordens ao vento e às ondas, e eles lhe obedecem? (São Lucas, cap. VIII, vv. 22 a 25.)

18) Bodas de Cana
47. - Este milagre, referido unicamente no Evangelho de S. João, é apresentado como o primeiro que Jesus operou e nessas condições, devera ter sido um dos mais notados.
Entretanto, bem fraca impressão parece haver produzido, pois que nenhum outro evangelista dele trata. Fato não extraordinário era para deixar espantados, no mais alto grau, os convivas e, sobretudo, o dono da casa, os quais, todavia, parece que não o perceberam.
Considerado em si mesmo, pouca importância tem o fato, em comparação com os que, verdadeiramente, atestam as qualidades espirituais de Jesus. Admitido que as coisas hajam ocorrido, conforme foram narradas, e de notar-se seja esse, de tal gênero, o único fenômeno que se tenha produzido.
Jesus era de natureza extremamente elevada, para se ater a efeitos puramente materiais, próprios apenas a aguçar a curiosidade da multidão que, então, o teria nivelado a um mágico. Ele sabia que as coisas úteis lhe conquistariam mais simpatias e lhe granjeariam mais adeptos, do que as que facilmente passariam por fruto de grande habilidade e destreza (nº 27).
Se bem que, a rigor, o fato se possa explicar, até certo ponto, por uma ação fluídica que houvesse, como o magnetismo oferece muitos exemplos, mudado as propriedades da água, dando-lhe o sabor do vinho, pouco provável é se tenha verificado semelhante hipótese, dado que, em tal caso, a água, tendo do vinho unicamente o sabor, houvera conservado a sua coloração, o que não deixaria de ser notado. Mais racional é se reconheça aí unia daquelas parábolas tão freqüentes nos ensinos de Jesus, como a do filho pródigo, a do festim de bodas, do mau rico, da figueira que secou e tantas outras que, todavia, se apresentam com caráter de fatos ocorridos. Provavelmente, durante o repasto, terá ele aludido ao vinho e à água, tirando de ambos um ensinamento.
Justificam esta opinião as palavras que a respeito lhe dirige o mordomo: «Toda gente serve em primeiro lugar o vinho bom e, depois que todos o têm bebido muito, serve o menos fino; tu, porém, guardas até agora o bom vinho.»
Entre duas hipóteses, deve-se preferir a mais racional e os espíritas não são tão crédulos que por toda parte vejam manifestações, nem tão absolutos em suas opiniões, que pretendam explicar tudo por meio dos fluidos.

19) Multiplicação dos pães
48. - A multiplicação dos pães é um dos milagres que mais têm intrigado os comentadores e alimentado, ao mesmo tempo, as zombarias dos incrédulos. Sem se darem ao trabalho de lhe perscrutar o sentido alegórico, para estes últimos ele não passa de um conto pueril. Entretanto, a maioria das pessoas sérias há visto na narrativa desse fato, embora sob forma diferente da ordinária, uma parábola, em que se compara o alimento espiritual da alma ao alimento do corpo.
Pode-se, todavia, perceber nela mais do que uma simples figura e admitir, de certo ponto de vista, a realidade de um fato material, sem que, para isso, seja preciso se recorra ao prodígio. É sabido que uma grande preocupação de espírito, bem como a atenção fortemente presa a uma coisa fazem esquecer a fome. Ora, os que acompanhavam a Jesus eram criaturas ávidas de ouvi-lo; nada há, pois, de espantar em que, fascinadas pela sua palavra e também, talvez, pela poderosa ação magnética que ele exercia sobre os que o cercavam, elas não tenham experimentado a necessidade material de comer.
Prevendo esse resultado, Jesus nenhuma dificuldade teve para tranqüilizar os discípulos, dizendo-lhes, na linguagem figurada que lhe era habitual e admitido que realmente houvessem trazido alguns pães, que estes bastariam para matar a fome à multidão. Simultaneamente, ministrava aos referidos discípulos um ensinamento, com o lhes dizer: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Ensinava-lhes assim que também eles podiam alimentar por meio da palavra.
Desse modo, a par do sentido moral alegórico, produziu-se um efeito fisiológico, natural e muito conhecido. O prodígio, no caso, está no ascendente da palavra de Jesus, poderosa bastante para cativar a atenção de uma multidão imensa, ao ponto de fazê-la esquecer-se de comer. Esse poder moral comprova a superioridade de Jesus, muito mais do que o fato puramente material da multiplicação dos pães, que tem de ser considerada como alegoria.
Esta explicação, aliás, o próprio Jesus a confirmou nas duas passagens seguintes.

20) O fermento dos fariseus

49. - Ora, tendo seus discípulos passado para o outro lado do mar, esqueceram-se de levar pães. - Jesus lhes disse: Tende o cuidado de precatar-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. - Eles, porém, pensavam e diziam entre si: É porque não trouxemos pães.
Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Homens de pouca fé, por que haveis de estar cogitando de não terdes trazido pães? Ainda não compreendeis e não vos lembrais quantos cestos levastes? - Como não compreendereis que não é do pão que eu vos falava, quando disse que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?
Eles então compreenderam que ele não lhes dissera que se preservassem do fermento que se põe no pão, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus. (S. Mateus, cap. XVI, vv. 5 a 12.)

21) O pão do céu

50. - No dia seguinte, o povo, que permanecera do outro lado do mar, notou que lá não chegara outra barca e que Jesus não entrara na que seus discípulos tomaram, que os discípulos haviam partido sós - e como tinham chegado depois outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde o Senhor, após render graças, os alimentara com cinco pães; - e como verificassem por fim que Jesus não estava lá, tampouco seus discípulos, entraram naquelas barcas e foram para Cafarnaum, em busca de Jesus. - E, tendo-o encontrado além do mar, disseram-lhe: Mestre, quando vieste para cá?
Jesus lhes respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que me procurais, não por causa dos milagres que vistes, mas por que eu vos dei pão a comer e ficastes saciados. -Trabalhai por ter, não o alimento que perece, mas o que dura para a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará, porque foi nele que Deus, o Pai, imprimiu seu selo e seu caráter.
Perguntaram-lhe eles: Que devemos fazer para produzir obras de Deus? - Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é que creiais no que ele enviou.
Perguntaram-lhe então: Que milagre operarás que nos faça crer, vendo-o? Que farás de extraordinário? - Nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele lhes deu de comer o pão do céu.
Jesus lhes respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu; meu Pai é quem dá o verdadeiro pão do céu, - porquanto o pão de Deus é aquele que desceu do céu e que dá vida ao mundo.
Disseram eles então: Senhor, dá-nos sempre desse pão.
Jesus lhes respondeu: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. - Mas, eu já vos disse: vós me tendes visto e não credes.
Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim tem a vida eterna. - Eu sou o pão da vida. - Vossos pais comeram o maná do deserto e morreram. – Aqui está o pão que desceu do céu, a fim de que quem dele comer não morra. (S. João, cap. VI, vv. 22-36 e 47-50.).

Como bem podemos verificar, na matéria aqui exposta, em apenas duas oportunidades: (“Cego de Betsaida - Tomando o cego pela mão, ele o levou para fora do burgo, passou-lhe saliva nos olhos e, havendo-lhe imposto as mãos, lhe perguntou se via alguma coisa; e, A mulher curada - Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: Mulher, estás livre da tua enfermidade. - Impôs-lhe ao mesmo tempo as mãos e ela, endireitando-se, rendeu graças a Deus”), das 21 ações de Jesus aqui descritas, somente em 2 (duas) oportunidades, podemos constatar a narrativa de que Jesus se utilizou dessa forma de efetuar suas curas, mesmo assim, o que eles não dão destaque é que Jesus, passa a saliva diretamente nos olhos do cego, ou seja, no órgão causador da dificuldade do irmão curado, Mc 8,23 e Jo 9,6. Nas duas vezes em que impôs as mãos, Ele se utilizou de outros procedimentos, ou seja, numa passou antes saliva nos olhos do cego e na outra, falou antes para a mulher que ela estava curada, em todas as outras, não temos esse tipo de procedimento pelo Mestre de Nazaré, que como bem nos diz Allan Kardec, em “A Gênese”, não precisava de qualquer outro subterfúgio senão o de ordenar ao espírito que seguisse seu caminho, e não voltasse a transgredir as Leis de Deus.

Quarta Parte
Vamos agora, buscar na codificação, as instruções dos Espíritos Superiores para que entendamos definitivamente, a incomensurável distância que nos separa desse que é o exemplo a ser seguido por todos nós, sem que pretendamos fazer o que ELE fez e agir como ele agiu, para realizar suas proezas, pois, Jesus pertence à categoria dos Espíritos Puros.

Superioridade da natureza de Jesus
Olivro dos Espíritos – pergunta 625.
Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”
1. – “Os fatos que o Evangelho relata e que foram até hoje considerados milagrosos pertencem, na sua maioria, à ordem dos fenômenos psíquicos, isto é, dos que têm como causa primária as faculdades e os atributos da alma. Confrontando-os com os que ficaram descritos e explicados no capítulo precedente, reconhecer-se-á sem dificuldade que há entre eles identidade de causa e de efeito. A História registra outros análogos, em todos os tempos e no seio de todos os povos, pela razão de que, desde que há almas encarnadas e desencarnadas, os mesmos efeitos forçosamente se produziram. Pode-se, é certo, contestar, no que concerne a este ponto, a veracidade da História; mas, hoje, eles se produzem às nossas vistas e, por assim dizer, à vontade e por indivíduos que nada têm de excepcionais. O só fato da reprodução de um fenômeno, em condições idênticas, basta para provar que ele é possível e se acha submetido a uma lei, não sendo, portanto, miraculoso.
O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como já vimos, nas propriedades do fluido perispiritual, que constituí o agente magnético; nas manifestações da vida espiritual durante a vida corpórea e depois da morte; e, finalmente, no estado constitutivo dos Espíritos e no papel que eles desempenham como força ativa da Natureza. Conhecidos estes elementos e comprovados os seus efeitos, tem-se, como conseqüência, de admitir a possibilidade de certos fatos que eram rejeitados enquanto se lhes atribuía uma origem sobrenatural.

2. - Sem nada prejulgar quanto à natureza do Cristo, natureza cujo exame não entra no quadro desta obra, considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do que um profeta, porquanto seria um Messias divino.
Como homem, tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades particulares do seu corpo, mas das do seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres (cap. XIV, nº 9). Sua alma, provavelmente, não se achava presa ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa forca magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.
Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus”.

Conforme relato acima, não dá para comparar os feito de Jesus com os de qualquer ser humano, por mais adiantado que este possa ser, Jesus é único, “Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir.”, se é possível se admitir que ELE, poderia receber algum “influxo” de Deus, conforme narrativa acima, como é possível a nós ignorarmos a inspiração para nossa orientação que nos são passadas pelos abnegados trabalhadores da Seara do Mestre de Nazaré, na prática do bem e da caridade?.

Quinta Parte

Conclusão: Respeitando as opiniões em contrário, de quantos não concordarem conosco, temos o dever de dizer que nossos argumentos estão fundamentados na doutrina espírita, e que por essa razão, optamos por ficar com Kardec, e com os Espíritos Superiores, nas matérias aqui expostas, contidas na Codificação e nas obras auxiliares de reconhecido conteúdo doutrinário, em razão disso, não podemos aceitar simples opiniões pessoais de quem quer que seja, como tendo o mesmo peso dos ensinos dos prepostos de Jesus.

Para finalizar, solicitamos atenção para nossas observações seguintes:

a) Em primeiro lugar, precisamos dedicar todo esforço possível na necessária preparação para o exercício da nobre tarefa da mediunidade em todos os sentidos, pelo estudo sério e constante do espiritismo, como sendo o compromisso maior que assumimos com a doutrina que dizemos professar.

b) Que no caso específico da Cura pelo Passe, conforme esclarecimentos aqui expostos, retirados dos ensinos ministrados pelos Espíritos Superiores na doutrina espírita, devemos sim, movimentar as mãos, em direção aos órgãos em desequilíbrio do irmão à nossa frente, sintonizados com a equipe Espiritual Superior, responsável pelas tarefas em desenvolvimento, que nos assistirão, inspirando-nos a fazer este ou aquele movimento visando o restabelecimento da normalidade do órgão em desequilíbrio no irmão assistido.

Que Jesus nos sustente nas obras do bem com sua doce e sublime Paz, hoje e sempre.


Francisco Rebouças.

A Gênese, FEB 36ª Edição, Cap. XV.