Em se tratando de reforma íntima:

“Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz. Precisamos fazer mais e dizer menos.

Francisco Rebouças.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Simplesmente “Espírita”

Tornou-se hábito no meio Espírita a expressão Kardecista, como forma de identificar ou de diferenciar aquele seguidor do Espiritismo à luz da codificação, daquele que mesmo se intitulando Espírita, jamais teve o cuidado de se informar sobre os postulados da crença que diz professar.

Utilizam-se do termo Espírita “Kardecista”, em lugar de simplesmente Espírita, com a preocupação de não serem confundidos com os seguidores da Umbanda, do Candomblé e de outras tantas seitas. Tal prática, no entanto, ao invés de diferenciar os verdadeiros seguidores da Doutrina Espírita, acabou criando uma idéia equivocada de que poderia existir mais de uma maneira de ser Espírita, ou melhor mais de um tipo de Espiritismo.

A palavra Espírita, criada por Alan Kardec, para diferenciar do termo já existente espiritualista, veio para definir como espírita o seguidor das obras codificada pelo incomparável emissário da Divindade no Pentateuco, Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e na Gênese, onde o fiel seguidor do Espiritismo busca as lições para a sua própria transformação como nos definiram os imortais no Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVII - item 4 “conhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega em domar suas inclinações más”.

Seguindo esse raciocínio, e as lições ali contidas, não precisaremos da utilização de qualquer subterfúgio para nos apresentarmos aos que nos perguntarem sobre a nossa crença, pois nossa resposta estará na ponta da língua: Sou Espírita. Não nos cabe maiores satisfações, como se tivéssemos que nos defender de ataques sobre quaisquer tipos de práticas de que não fazemos uso.

Seguimos sim, os ensinamentos contidos nas obras codificadas por Allan Kardec, mas somos Espíritas tão somente, visto que o próprio codificador nos afirma no livro dos Espíritos (prolegômenos), “este livro foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar”.

Recorremos ainda aos ensinamentos contidos no Capítulo I do Livro a Gênese que trata do Caráter da Revelação Espírita, no item 45, onde se pode ler: “a primeira revelação teve em Moisés a sua personificação, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum". As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio de pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por toda a terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta escala, conforme predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: “Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos” (Atos,Cap.II,vv.17/18) ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação.

No Capítulo XVII, item 40, ele afirma: “Não é uma doutrina individual, de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É produto do ensino coletivo dos espíritos, ao qual preside o Espírito de Verdade.

E logo após o item 42 do mesmo capítulo, em sua nota de rodapé esclarece definitivamente: “Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome da individualidade fundadora: o Mosaísmo, o Cristianismo, o Maometismo, o Budismo, o Cartesianismo, o Furrierismo, São-Simonismo, etc. A palavra Espiritismo, ao contrário, não lembra nenhuma personalidade; ela encerra uma idéia geral, que indica, ao mesmo tempo, o caráter e o tronco multíplice da doutrina”.

Enxertar, por tanto, o termo “Kardecista” na palavra Espírita, é aceitar que podem existir outros tipos de Espíritas, o que não é admissível, pois não encontramos essa denominação em nenhuma das obras já citadas, e ainda se abre a brecha para que os que se dizem seguidores do espiritismo, sem levarem em conta os seus postulados apresentem-se sob denominações no mínimo equivocadas diferentes pois da denominação dada pelo codificador aos seguidores da nova doutrina constantes da introdução I do Livro dos Espíritos que estabelece: “ Os adeptos do Espiritismo serão, os Espíritas ou se quiserem os “Espiritistas”.

Por fim, enfatizamos que nada temos contra essas outras maneiras de se seguir o Cristo, visto que o Mestre Maior de todos nós não é privilégio dos Espíritas, no entanto não podemos deixar de esclarecer àqueles que quiserem professar o Espiritismo, que só o encontrarão unicamente na Codificação, e que nela não existe outra denominação para nós adeptos sinceros da verdadeira doutrina Espírita.
JFCR.

Estudos doutrinários - O Espiritista

O Espiritismo

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domino do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil.

A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.

Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.


Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, itens 5 a 7.

JFCR.

O homem no mundo

Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.

Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.

Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.

Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo dalma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.

A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.

Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa. - Um Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10.

JFCR.

Estudos doutrinários - O Espiritista

A lei de amor


O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. — Lázaro. (Paris, 1862.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 8.

JFCR.
A vida futura

Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? — Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? — Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)

Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.

Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.

Apenas idéias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos.

As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.

Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.

O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.


Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, itens 1 a 3.

JFCR.

A Paciência

“Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus”.
Mateus, 5-9.

A paciência deve ser entendida como uma ciência de paz, é por isso que os pacíficos serão bem-aventurados, pois trabalham com fé, confiança e absoluta certeza de que a mensagem consoladora do Cristo, se consolidará mais cedo ou mais tarde no mundo, malgrado o desejo de muitos e a má-vontade de outros tantos, e merecerão então ser chamados de filhos de Deus, por terem favorecido de todas as maneiras possíveis e com o emprego de seus maiores e melhores esforços no trabalho de pacificação dos corações humanos, favorecendo dessa forma a implantação da Paz na terra.

A verdadeira Paz, é conquista do Espírito imortal, e não pode ser corroída pela ação da ferrugem, não tem que temer as traças e nem os ladrões, pois nada poderá levá-la a desaparecer do Imo daquele que já a abriga em seu interior, que dela fará uso de maneira natural em seu procedimento normal.

E, tantos quantos já a consolidaram em suas ações diárias, exteriorizam-na em forma de paciência e compreensão para com aqueles que se situam em condição inferior em termos morais, transmitindo-lhes a Paz que lhes domina as emoções e sentimentos, de forma tão simples em seus métodos de não violência em suas ações, buscando agir sempre de forma equilibrada, amorosa e respeitosa para alcançarem seus nobres objetivos.

A conquista da Paciência, só é possível pelo esforço despendido pelo Espírito no trabalho incessante de auto-iluminação, pelo auto-conhecimento, pelos estudos dos postulados Cristãos que lhe proporciona reconhecer inicialmente que precisa conhecer-se a si mesmo, para ver suas deficiências e necessidades, buscando corrigir em si o que não está de acordo com o que seu Mestre lhe ensinou exemplificando, no resumo que fez de todas as Leis e os Profetas em: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, só a partir daí poderá o cristão dedicar-se ao efetivo exercício da caridade, procurando ajudar a quantos lhe seja possível, com carinho, bondade e acima disso com muita perseverança e equilíbrio.

No trabalho inicial e paciente de burilamento interior, pouco a pouco se aprimora o servo do Cristo, passando a perceber certos tipos de sofrimentos que nem sempre estão tão visíveis aos olhos humanos, pois fazem parte das dores morais da criatura, quase imperceptíveis mas que representam espinhos dilaceradores que martirizam e infelicitam inúmeras almas.

Algumas dessas criaturas estão tão descrentes da vida, e da Justiça Superior, que se tornam agressivas, desrespeitosas, intoleráveis dificultando em muito a ação dos que se dedicam a ajudá-los, exigindo por isso mesmo a presença dos Pacíficos a que se referia Jesus, pois só estes podem realmente prestar-lhes adequada ajuda.

Outros tantos, encolerizados com tudo e com todos, estão a constituir um exército a exigir provas de dedicação e amor, de tantos quantos se apresentem como servos da Boa nova, representantes da caridade em nome de Jesus, que terão de se superar para lograr êxito no trabalho de fraternidade com esses irmãos em humanidade que por se acharem doentes, mais necessitados se fazem de compreensão e Paciência.

Não é fácil, a tarefa de atender o desespero e a revolta do outro, quando não se tenha passado por experiências semelhantes, que representam uma variedade enorme de fatores causadores de dores e infortúnios, a exigir do servidor fiel do seu Mestre que compareça para o trabalho de ajuda ao necessitado, munido de toda a paciência, compreensão e amor, acrescidos do desejo de ser útil instrumento do bem nas mãos dos divinos emissários do Mais Alto.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, acha-se uma linda mensagem da qual retiramos alguns trechos para nossa melhor compreensão conforme segue: (...) “Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência”.

(...) “Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)”

A paciência nesse trabalho torna-se imprescindível fator de êxito, pois ela encoraja seu portador, equipando-o com as necessárias ferramentas para enfrentar quaisquer situações, pois estará tomado pela Ciência da Paz, que o pacifica e lhe dá a certeza absoluta do auxílio de Deus na presença amiga dos Bons Espíritos a envolvê-lo.

Foi precisamente neste mister que o Mestre de Nazaré tornou-se um desafio que não pode ser desconsiderado em momento algum por seu digno Discípulo, pois ELE se transformou no exemplo maior a ser seguido por quem pretender o alvitre divino de espalhar por todo o planeta as beneces da Paz, que tanto apregoamos e que bem poucos de nós trabalhamos por implantá-la.

As propostas de Jesus, merecem estudos sérios e acurados, de ateus, cépticos, ou religiosos de qualquer corrente Cristã, pois todos reconhecem em sua justiça social algo irretocável, e em seu amor por todos algo incomum, que o homem da Terra ainda não conseguiu aquilatar.

O Verdadeiro Cristão tem em Deus sua Meta, em Jesus o Meio único de ir a seu Pai Criador e, na vida diária, o caminho que ele iluminou com sua mensagem consoladora e esclarecedora contida no seu Evangelho de luz, para que seguindo os ensinamentos e exemplos ali contidos, todos possamos encontrar a tão sonhada Paz interior que nos impulsionará no crescer em direção a Fonte Maior geradora da verdadeira Paz e da duradoura Felicidade.

Referência Bibliográfica: Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB - 115ª Edição, Cap. IX item 7.
JFCR.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

RAUL TEIXEIRA NA UMEN


Prezados amigos, O Espiritista tem o prazer de informar que no próximo dia 06/03/2008, às 20:00h, o Tribuno Espírita José Raul Teixeira, estará proferindo a palestra da noite na UMEN - União da Mocidade Espírita de Niterói; localizada na Rua Princesa Isabel, nº 45, Bairro de Fátima/Niterói/RJ, em frente a emergência do Hospital Antônio Pedro. Não perca esta excelente oportunidade de ouvir um dos maiores divulgadores da mensagem espírita no mundo.
A palestra faz parte das comemorações dos 60 anos da UMEN, e todos serão muito bem-vindos, os companheiros tarefeiros da citada Instituição espírita terão grande prazer em recebê-los para mais essa atividade doutrinária.
O Espiritista - JFCR.
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RESUMO DOS PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA

Livro dos Espíritos Introdução – VI
Conforme notamos acima, os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Gênios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra. Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objeções. “Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
“Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e “imateriais.
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o
“mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a “tudo.
“O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais “existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja “destruição pela morte lhes restitui a liberdade.
“Entre as diferentes espécies de seres corpóreo, Deus escolheu a espécie humana “para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe “superioridade moral e intelectual sobre as outras.
“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
“Há no homem três coisas: 1°, o corpo ou ser material análogo aos animais e “animado pelo mesmo princípio vital; 2°, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no “corpo; 3°, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o “Espírito.
“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos “instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
“O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório “semi-material. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o “segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que “pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das “aparições.
“O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo “pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela “vista, pelo ouvido e pelo tato.
“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em “inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos “superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua “proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos “ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa “perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria eivados das nossas “paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre “os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito mais, antes perturbadores e “enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles “predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.
“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram “passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da “encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é “uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta “perfeição moral.
“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar
“por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual “permanece em estado de Espírito errante. (1)
_________
(1) Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a admitem certas seitas, uma diferença característica, que é explicada no curso da presente obra.

“Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido “muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, “quer em outros mundos.
“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se “que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
“As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca “regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à “perfeição.
“As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o “homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito “impuro.
“A alma possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se “haver separado do corpo.
“Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na
“Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança “de todo bem e de todo mal que fez.
“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta
“influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja “companhia um dia estará. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as “suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, “dando preponderância à sua natureza animal.
“Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita; “estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. “É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
“Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo “físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da “Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal “explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
“As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos “atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com “coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos e “assemelhar-nos a eles.
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As “ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. “Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se “dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre “pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.
“Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os “das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos “parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, “conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que “pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.
“Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do “meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde “predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se “instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, “encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou “impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se “obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, “mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes “venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores “usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, “escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos “conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos “Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por “vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, “por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos “que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes “esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na “mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde intima comunhão de “pensamentos, tendo em vista o bem.
“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima “evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o “bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, “mesmo para as suas menores ações.
“Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos “aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, já neste mundo, “se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se “avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as “faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o Forte e o “Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele “que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalmente, que, no “mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e “patenteadas todas as suas torpezas, que a presença inevitável, e de todos os instantes, “daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão “reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem “penas e gozos desconhecidos na Terra.
“Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa “apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem “avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a “perfeição, que é o seu destino final.”
Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores. Vejamos agora as objeções que se lhe contrapõem.
Fonte:
O Livro dos Espíritos, introdução VI.
Grifos nossos.
JFCR.

Estudos doutrinários - O Espiritista

Eficácia da prece
Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.

Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 5 a 7.


O Espiritista – JFCR.

O argueiro e a trave no olho


Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)

Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.

Fonte:

O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.

JFCR.

Poder da fé

Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. — E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? — Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)

No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças torna o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.

Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.

O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.

Fonte:

O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 1 a 5.

JFCR.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Exercita a Caridade

Desde que te sintas em condições, ergue a fronte em direção à sublime Inspiração Superior e esforça-te para melhor haurir os inúmeros benefícios que a mediunidade te pode proporcionar no serviço de amor ao próximo, levando a ele a mensagem que te há de chegar, através da doce voz interior que te ditará os melhores procedimentos para cada situação vivenciada por cada criatura aflita em processo de sofrimento, que te dispuseres a orientar, em muitos dos casos, logrará alterar o foco de sua preocupação, redirecionado para novos horizontes sua atenção, de modo a fazê-lo esquecer por momentos a situação anterior e observar que tudo passa, até mesmo o momento de aflição ajudando-o a arejar seus pensamentos em busca de uma saída para seus problemas, entendo que não são tão grandes assim, em relação a tantos outros de soluções muito mais delicadas vividas por muitas outras criaturas.

Escuta e orienta a criança que te chega pedindo atenção e carinho para seus problemas aparentemente sem fundamentos para teu entendimento, mas, que para ela ao nível de compreensão em que estagia, é de suma importância; por isso não menosprezes a fase infantil de alguém que agora vive experiências já vivenciadas por ti, em outras épocas.

Escuda-te na fonte do evangelho de Jesus para dialogar com o jovem que te afronta com sua maneira austera e não tão elegante de defender seus pontos de vista, procurando vê nele alguém que como tu, na fase da juventude, ainda sem as beneces da experiência que só os anos facultam amealhar, não têm ainda a necessária maturidade para te entender e acatar teu modo maduro de analisar cada situação e problema da vida de forma equilibrada a peso da compreensão de que ninguém é perfeito a ponto de não cometer enganos.

Enternece-te com a falta de paciência de alguém que a pesar de mais idoso, carrega as marcas e cicatrizes das desilusões que a vida lhe impôs como duras experiências a ponto de o ter transformado em alguém triste, amargurado, insatisfeito, sem qualquer esperança em dias melhores no porvir, ouve-o com ternura e compreensão e á medida da ocasião que te surja, encoraja-o, anima-o, procura levantar seu astral, fala das coisas boas que Deus nos permite usufruir a pesar das dores e dificuldades do mundo, que são vivenciadas também por todas as outras criaturas, procurando mostrar-lhe que ninguém está isento das vicissitudes da vida.

Em qualquer circunstância que te surja, tem sempre em mente a necessidade de te tornares um ponto de apoio para quantos te cheguem pelas mãos primorosas do Mestre de Nazaré, que contará certamente com todo o trabalhador de boa vontade e não prescinde por isso mesmo da tua importante participação na obra regenerativa da humanidade tão carente de ajuda e apoio.

Trabalha alegre e de bom humor, com toda disposição e espera ver teus esforços centuplicados na bendita hora da tua volta ao seio da espiritualidade amiga, que contigo elaborou tua passagem em mais esta etapa evolutiva em benefício do teu próprio engrandecimento como Espírito Imortal, construindo passo a passo tua ascensão às esferas mais elevadas da escada do progresso que todos devemos palmilhar com esmero e disciplina, e só então com a consciência tranqüila do dever retamente cumprido, verás que os tesouros conquistados dessa forma não mais te deixarão, e te concederão ensejo de te candidatares a esferas muitos mais elevadas que só aos dignos obreiros é permitido acesso.
JFCR.

UMEN, 60 anos de amor e luz!

Prezados amigos e companheiros de ideal espírita, é com muito prazer e alegria que O Espiritista trás para o conhecimento de todos os que não puderam prestigiar com a presença física, o evento realizado em 21/02/2008 na UMEN, em comemoração aos 60 anos de sua fundação, onde a querida Instituição Espírita, prestou homenagem a seus Fundadores e Ex-presidentes que lá compareceram ou estiveram representados. Após as justas homenagens registrada pelo oferecimento de uma uma placa comemorativa pelos serviços prestados por esses nobres companheiros que fizeram a história da UMEN no passado, o professor César Reis brindou a todos com uma linda palestra sobre o importante papel da casa espírita na sociedade da atualidade.
As comemorações se estenderam com o tradicional bolo de aniversário, que a UMEN ofereceu aos presentes. Foi sem dúvidas uma noite de festa e alegria.
Alguns registros da festa:


Alguns dos fundadores e ex-presidentes presentes, homenageados por TITO, em nome de toda a UMEN.


Norberto, cantando o hino da UMEN




O presidente atual da UMEN , Tito Versisni, recebendo convidados.

Foi realmente uma festa inesquecível para os Umenistas e convidados que lá compareceram. O Espiritista parabeniza a todos os Dirigentes, tarefeiros e freqüentadores dessa querida Instituição Espírita, rogando ao Mestre de Nazaré que continue a abençoá-la na missão de divulgar e vivenciar os conceitos contidos em sua mensagem cristã.

JFCR.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Estudos doutrinários - O Espiritista

ESTUDANDO A MEDIUNIDADE

1.Finalidade da mediunidade na Terra.


1 Qual a finalidade da mediunidade na Terra?

Divaldo - A mediunidade é, antes de tudo, uma oportunidade de servir. Bênção de Deus, que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio, podemos ter aqui, não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os débitos adquiridos nas encarnações anteriores. E graças à mediunidade que o homem tem a antevisão do seu futuro espiritual, e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à Erraticidade, trazendo-lhe informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que ele absorve do contato mantido com os desencarnados.

Assim, a mediunidade tem uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza das suas responsabilidades de espírito imortal. Conforme afirmava o Apóstolo Paulo, se não houvesse a ressurreição do Cristo, para nos trazer a certeza da vida espiritual, de nada valeria a mensagem que Ele nos deu.

2 Há mediunidades mais importantes que outras? E médiuns mais fortes que outros?

Raul - Verdadeiramente não pode haver mediunidades mais importantes que outras, nem médiuns mais fortes do que outros. Existem médiuns e mediunidades. Segundo Paulo de Tarso, existem os "dons" e ele se refere à visão, à audição, à cura, à palavra, ao ensino, mas disse que um só é o Senhor’. Eles provêm da mesma fonte. Os indivíduos que psicografam, que psicofonizam, que materializam, poderão todos realizar um trabalho apostolar, na realidade em que se encontram.

Não é o número de possibilidades que dá importância ao médium. O que engrandece espiritualmente o médium é aquilo que ele faz com os dons que possua. Verificamos que a importância do médium se localiza na honra que tem de poder servir.

Não existem médiuns mais fortes que outros, na Doutrina Espírita, mas, sim, os que são mais dedicados que outros, mais afervorados que outros, que estão renunciando à matéria e efetuando o esforço do auto-aprimoramento mais que outros. Isso ocorre. E é esse esforço para algo mais alto que confere ao médium, ou a outro servidor qualquer, melhores condições de estar à frente na lide. Mas isso não significa que o que venha na retaguarda não poderá alcançá-lo, realizando os mesmos esforços.

Conversando, oportunamente, com um grupo de amigos, o nosso venerável Chico Xavier dizia para os companheiros que o questionavam que o dia em que não chora, não viveu. Depreendemos disso que quanto mais se alteia a mediunidade, colocando aquele que dela é portador numa posição de destaque, numa posição de claridade, naturalmente, os que não desejam a luz mais atirarão pedras à “lâmpada”, tentando quebrá-la, quando não desejam derrubar o “poste” que a sustenta.

Daí, o médium mais importante ser aquele que mais disposto esteja para enfrentar essas Lutas em nome do Cristo, Médium de Deus por excelência, e o mais importante Senhor da mediunidade que conhecemos.

Não caberá nenhum desânimo a nenhum de nós outros que ainda nos localizamos numa faixa singela de mediunidade, galgando os primeiros passos. Isto porque já ouvimos companheiros que gostariam de receber mensagens como o Chico recebe, desejariam receber obras daquele talante, desejariam ser médiuns da envergadura desse ou daquele companheiro que se projeta na sociedade, mas desconhecem a cota de sacrifícios diários, de lutas, de lágrimas, de renúncias a que eles têm de se predispor e se dispor. Por isso, em Espiritismo, não há médiuns superiores a outros, nem mediunidades mais importantes que outras; existem oportunidades para que todos nós tomemos a charrua da evolução sem olharmos para trás, crescendo sempre.

1 - Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, capítulo 12º, versículos 1 a 11

3 Existe mediunidade inconsciente?

Divaldo - Sem dúvida. Kardec classificava os médiuns, genericamente, em dois tipos: seguros e inseguros. Dentro dessa classificação, os seguros são aqueles que filtram com fidelidade a mensagem, aqueles que são automáticos, sonambúlicos, inconscientes portanto, por meio dos quais o fenômeno ocorre dentro de um clima de profundidade, sem que a consciência atual tome conhecimento.
Podem ser os médiuns conscientes, semi-conscientes e inconscientes. Quanto às suas aptidões e qualidades morais, eles têm vasta classificação.

Fonte:
Livro: Diretrizes de Segurança
Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira

JFCR.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Brasil, nosso amado País!

Esta é a linda e grandiosa bandeira brasileira, símbolo maior do nosso país. O Espiritista acaba de incluir abaixo, o hino nacional brasileiro, para que todos nós espíritas nos esforcemos por aprender a cantar com prazer e alegria o nosso lindo hino, e ainda ensinar às nossas crianças o amor, respeito e cuidado que elas precisam aprender a ter desde cedo pelos símbolos de nossa nação, e o verdadeiro significado de ter nascido neste país de encantos mil.

Não dá mais para deixar que o desamor e o desrespeito pelas tradições e símbolos do nosso país continuem a campear nos corações desalentados e decepcionados, dos nossos patrícios, com os poderes constituídos, motivados pelos descasos das autoridades brasileiras, para com seu povo, como se a culpa fosse desse Gigante bendito chamado BRASIL.
Procuremos ensinar às crianças, nas nossas casas espírita, o profundo amor e respeito que devemos todos ter para com esse país simplesmente imcomparável, que nos abriga com seu clima de paz e de riqueza natural abundante, que a pesar dos pesares, sobrevive por sua grandeza e pela estrutura espiritual de que é portador.
Façamos pois, queridos amigos uma campanha séria, pela moralização e respeito dos símbolos das terras do cruzeiro, contribuindo para uma mudança de comportamento de todos nós brasileiros em relação ao Brasil, vítima maior do descaso com que é tratado em todas as esferas da nossa sociedade.
Vamos todos unidos, empreender uma imediata campanha de valorização dos símbolos da nossa Pátria, zelando com amor, dignidade e respeito pelas nossas terras, na certeza de que não há no mundo País melhor que o nosso querido e abençoado BRASIL!.
JFCR.
HINO NACIONAL

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva


Atualizado ortograficamente em conformidade com Lei nº 5.765 de 1971, e com art.3º da Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal. em 29.12.1943.
Se desejar ouví-lo clique no endereço abaixo:
JFCR.

Poesia!

Nunca Esmoreças


Alma fraterna recorda:
Os momentos infelizes
Parecem noites de crises
Em que o Céu lembra um vulcão;

Rimbombam trovões no espaço
Coriscos falam da morte
Passa irado o vento forte
Tombando troncos no chão...

Os animais pequeninos
Gritam pedindo socorro
Descendo de morro em morro,
Cai a enxurrada a correr;

Mas, finda a borrasca enorme,
No escuro da madrugada
Em riscas de luz dourada
Vem o novo amanhecer;

Assim também na vida,
Se, atravessas grandes provas,
Na estrada em que te renovas
Guarda a calma ativa e sã;

Sofre, mas serve e caminha,
Vence a sombra que te invade
Se a hora é de tempestade,
Há novo dia amanhã.


(Poema psicografado por Francisco Cândido Xavier)


JFCR.

Sob o Vigor da Vontade

Nós, seres humanos, ainda muito envolvidos por nossas construções mentais de um passado muito rico em experiências não tão sadias e proveitosas para o nosso presente, em que nos digladiamos com os equívocos em nossos pontos de vista sobre quase todas as experiências que hoje vivenciamos, ainda não sabemos tirar o melhor proveito das inúmeras virtudes espirituais de que somos portadores, dentre elas a bênção da utilização em nosso proveito da vontade que é um atributo do espírito imortal que todos somos.

Allan Kardec, o insigne codificador do Espiritismo, no Livro dos Mediuns, mais precisamente no Capitulo VIII, ja nos afirmava: “A existência de uma matéria elementar única está hoje quase geralmente admitida pela Ciência, e os Espíritos, como se acaba de ver, a confirmam. Todos os corpos da Natureza nascem dessa matéria que, pelas transformações por que passa, também produz as diversas propriedades desses mesmos corpos. Daí vem que uma substância salutar pode, por efeito de simples modificação, tornar-se venenosa, fato de que a Química nos oferece numerosos exemplos. Toda gente sabe que, combinadas em certas proporções, duas substâncias inocentes podem dar origem a uma que seja deletéria. Uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio, ambos inofensivos, formam a água. Juntai um átomo de oxigênio e tereis um líquido corrosivo. Sem mudança nenhuma das proporções, às vezes, a simples alteração no modo de agregação molecular basta para mudar as propriedades. Assim é que um corpo opaco pode tornar-se transparente e vice-versa. Pois que ao Espírito é possível tão grande ação sobre a matéria elementar, concebe-se que lhe seja dado não só formar substâncias, mas também modificar-lhes as propriedades, fazendo para isto a sua vontade o efeito de reativo”.

No item seguinte, nos diz categoricamente: “Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida. Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente? A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista. A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas. Tanto quanto do Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do Espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão direta da força de vontade. Podendo o Espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites. Assim se explica a faculdade de cura pelo contacto e pela imposição das mãos, faculdade que algumas pessoas possuem em grau mais ou menos elevado. (Veja-se, no capítulo dos Médiuns, o parágrafo referente aos Médiuns curadores. Veja-se também a Revue Spirite, de julho de 1859, págs. 184 e 189: O zuavo de Magenta; Um oficial do exército da Itália.)”.

É, portanto, preciso que urgentemente nos disponhamos ao estudo dos ensinos que os Espíritos Superiores nos disponibilizaram através desta abençoada e incomparável doutrina espírita, para que possamos o mais rápido possível faz adequado uso desses sublimes benefícios em nosso favor e do nosso próximo, na prática da verdadeira caridade aproveitando parar esse alvitre os dons da mediunidade melhor desenvolvida e entendida, como fator primordial para a resolução de uma infinidade de problemas que ainda estamos longe de admitir, por exclusiva falta de compreensão de como tudo se processa.

Deus é poder e bondade, daí nos ter equipado com todas essas ferramentas para que pudéssemos fazer a parte que nos está confiada na elevação, crescimento e aprimoramento de cada Espírito e da humanidade inteira, para que este nosso planeta possa galgar num futuro não tão distante, um patamar superior na escada hierárquica dos mundos.

Que Deus nosso Pai, e Jesus nosso Mestre e Guia, nos conceda a devida disposição para dilatarmos a compreensão de que nossa vontade será decisiva na obtenção desse sonho que acalentamos em nosso mundo íntimo.

Bibliografia:
Kardec, Allan – Livro dos Médiuns – FEB, 76 Edição.
Grifos nossos.
JFCR.

Aprimora-te pelo estudo

Não descures do estudo sistematizado da doutrina espírita, é ele, de fundamental importância para o teu necessário entendimento das Leis Divinas, que o Mestre de Nazaré nos veio ensinar, através de seus exemplos e nas mensagens que nos deixou, registradas pelos evangelistas, e hoje, tão bem retratadas pelo Consolador Prometido, codificado pelo seu competente e dedicado discípulo Allan Kardec.

É, através do estudo, que te credenciarás às novas empreitadas do caminho de todo aquele que de coração se dispõe ao trabalho regenerador na Seara bendita que Jesus oferece a todos os seus fiéis seguidores, pedindo apenas que seja ele alguém com disposição de levar adiante os projetos Superiores de implantação da paz, da concórdia e do amor, nos corações endurecidos e desesperançados de todos quantos ainda se situam na faixa da descrença, do desânimo, ou até mesmo da desconfiança do poder do amor sobre o território fértil do ódio.

Prepara-te, adequadamente, para receber dos prepostos do Mestre de todos nós, as tarefas que te sejam possíveis assumir as responsabilidades de suas execuções, não permitindo que a falsa e perigosa ação do egoísmo e do amor próprio possam te incendiar o ego, exacerbando-te a vaidade, que ainda campeia sem controle no teu fórum íntimo, guardando a necessária vigilância para não te deixar envolver pelas tentações do mundo.

Estuda, trabalha, confia e espera, que, à hora aprazada, quando te encontrares realmente preparado para embates maiores e de mais responsabilidades, teu Mestre te convocará para assumir novas tarefas, na lide do amor ao semelhante, onde terás que despender maiores esforços e dedicação para cumprir os ditames das propostas de trabalho que te chegarão automaticamente.

Lembra-te que a natureza é, exemplar e dedicada professora, com a qual muito temos a aprender, e que precisamos por isso mesmo, alargar nosso limitado campo de observação, para captar suas mensagens, de paciência e respeito às Leis naturais, dando-nos a insuperável lição de que tudo tem seu tempo e sua época apropriada, e que a experiência e a maturidade são conquistas que demandam tempo, ação, disciplina e coragem.
JFCR.

Poesia!

A oração

Sublime oportunidade
O criador a todos nos concedeu,
De falar-lhe pessoalmente
Buscar o amparo seu.

Através da oração
Carregada de bons sentimentos,
Receberemos, a justa orientação,
Para o correto procedimento.

O poder da oração
Ainda nos é desconhecido
Tem projeção incalculável
Leva, a Deus, nosso pedido.

A oração, simples, singela,
Estabelece com Deus ligação...
Pela qual o Pai amoroso,
Tranqüiliza nosso aflito coração.

Em nossa prece diária
Peçamos por toda gente
Pelos necessitados de toda parte
Não só por nosso parente.

Deus dá a quem busca
Com fé e devotamento
Fazendo o que lhe compete,
E segundo o merecimento.

Ora com fé na certeza
De que a tua oração,
Está sendo anotada
Por um abnegado irmão.

Espera, trabalhe e confia,
Busca teu sonho, teu ideal,
Não fica somente a lamentar
Chorar não afasta o mal.

Que Deus te abençoe,
Tu que oras com esperança,
O socorro de Deus te trará
Paz, amor, harmonia e confiança.

JFCR.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Estudos doutrinários - O Espiritista

Biografia de Allan Kardec

É sob o golpe da dor profunda causada pela partida prematura do venerável fundador da Doutrina Espírita, que abordamos a nossa tarefa, simples e fácil para as suas mãos sábias e experimentadas, mas cujo peso e gravidade nos acabrunhariam se não contássemos com o concurso eficaz dos bons Espíritos e a indulgência dos nossos leitores.

Quem, entre nós, sem ser taxado de presunçoso, poderia se gabar de possuir o espírito de método e de organização dos quais se iluminam todos os trabalhos do mestre? Sua poderosa inteligência podia concentrar sozinha tantos materiais diversos, e triturá-los, transformá-los, para se derramarem em seguida como orvalho benfazejo, sobre as almas desejosas de conhecerem e de amarem.

Incisivo, conciso, profundo, sabia agradar e se fazer compreendido, numa linguagem ao mesmo tempo simples e elevada, tão longe do estilo familiar quanto das obscuridades da metafísica.

Multiplicando-se sem cessar, pudera, até aqui, bastar a tudo. Entretanto, o crescimento diário de suas relações e o desenvolvimento incessante do Espiritismo faziam-lhe sentir a necessidade de acompanhar-se de alguns ajudantes inteligentes, e preparava, simultaneamente, a organização nova da Doutrina e de seus trabalhos, quando nos deixou para ir, num mundo melhor, colher a sanção da missão cumprida, e reunir os elementos de uma nova obra de devotamento e de sacrifício.

Ele era só!... Chamar-nos-emos legião, e, por fracos e inexperientes que sejamos, temos a íntima convicção de que nos manteremos à altura da situação, se, partindo dos princípios estabelecidos e de uma evidência incontestável, nos fixarmos em executar, tanto quanto nos seja possível, e segundo as necessidades do momento, os projetos de futuro que o próprio Sr. Allan Kardec se propusera cumprir.

Enquanto estivermos nesse caminho, e que todas as boas vontades se unirem num comum esforço para o progresso intelectual e moral da Humanidade, o Espírito do grande filósofo estará conosco e nos secundará com a sua poderosa influência. Possa ele suprir a nossa insuficiência, e possamos nos tornar dignos de seu concurso, em nos consagrando à obra com tanto devotamento e sinceridade, senão com tanto de ciência e de inteligência!

Escrevera sobre a sua bandeira estas palavras: Trabalho, solidariedade, tolerância. Sejamos, como ele, infatigáveis; sejamos, segundo os seus desejos, tolerantes e solidários, e não temamos em seguir o seu exemplo repondo vinte vezes entre as mãos os princípios ainda discutidos. Apelamos a todos os concursos, a todas as luzes. Tentaremos avançar com certeza antes que com rapidez, e os nossos esforços não serão infrutíferos, se, como disso estamos persuadidos, e como lhe seremos os primeiros a dar o exemplo, cada um se empenhar em cumprir o seu dever, colocando de lado toda questão pessoal para contribuir ao bem geral.

Não poderíamos entrar sob auspícios mais favoráveis na nova fase que se abre para o Espiritismo, do que fazendo os nossos leitores conhecerem, num rápido esboço, o que foi, toda a sua vida, o homem íntegro e honrado, o sábio inteligente e fecundo, cuja memória se transmitirá aos séculos futuros, cercada da auréola dos benfeitores da Humanidade.

Nascido em Lyon, a 3 de outubro de 1804, de uma antiga família que se distinguiu na magistratura e na advocacia, o Sr. Allan Kardec (Hippolyte-Léon-Denizard Rivail) não seguiu essa carreira. Desde sua primeira juventude, sentia-se atraído para o estudo das ciências e da filosofia.

Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum (Suíça), tornou-se um dos discípulos mais eminentes desse célebre professor, e um dos zelosos propagadores do seu sistema de educação, que exerceu uma grande influência sobre a reforma dos estudos na Alemanha e na França.

Dotado de uma inteligência notável e atraído para o ensino pelo seu caráter e as suas aptidões especiais, desde a idade de quatorze anos, ensinava o que sabia àqueles de seus condiscípulos que tinham adquirido menos do que ele. Foi nessa escola que se desenvolveram as idéias que deveriam, mais tarde, colocá-lo na classe dos homens de progresso e dos livres pensadores.

Nascido na religião católica, mas estudante em um país protestante, os atos de intolerância que ele teve que sofrer a esse respeito, lhe fizeram, em boa hora, conceber a idéia de uma reforma religiosa, na qual trabalhou no silêncio durante longos anos, com o pensamento de chegar à unificação das crenças; mas lhe faltava o elemento indispensável para a solução desse grande problema.

O Espiritismo veio mais tarde lhe fornecer e imprimir uma direção especial aos seus trabalhos.

Terminados os seus estudos, veio para a França. Dominando a fundo a língua alemã, traduziu para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral, e, o que é característico, as obras de Fénélon, que o seduziram particularmente.

Era membro de várias sociedades sábias, entre outras da Academie Royale d.Arras, que, em seu concurso de 1831, o premiou por uma dissertação notável sobre esta questão: "Qual é o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?"

De 1835 a 1840, fundou, em seu domicílio, à rua de Sèvres, cursos gratuitos, onde ensinava química, física, anatomia comparada, astronomia, etc.; empreendimento digno de elogios em todos os tempos, mas sobretudo numa época em que um bem pequeno número de inteligências se aventurava a entrar nesse caminho.

Constantemente ocupado em tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo tempo, um método engenhoso para aprender a contar, e um quadro mnemônico da história da França, tendo por objeto fixar na memória as datas dos acontecimentos notáveis e das descobertas que ilustraram cada reinado.

Entre as suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes: Plano proposto para a melhoria da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores primários e das mães de família (1829); Gramática Francesa Clássica (1831); Manual dos Exames para os diplomas de capacidade; Soluções arrazoadas das perguntas e problemas de aritmética e de geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa (1848); Programa de cursos usuais de química, física, astronomia, fisiologia, que ele professava no LYCÉE POLYMATHIQUE; Ditado normal dos exames da Prefeitura e da Sorbonne, acompanhado de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849), obra muito estimada na época de sua aparição, e da qual, recentemente ainda, se faziam tirar novas edições.

Antes que o Espiritismo viesse a popularizar o pseudônimo Allan Kardec, como se vê, soube se ilustrar por trabalhos de uma natureza toda diferente, mas tendo por objeto esclarecer as massas e ligá-las mais à sua família e ao seu país.

"Por volta de 1855, desde que duvidou das manifestações dos Espíritos, o Sr. Allan Kardec entregou-se a observações perseverantes sobre esse fenômeno, e se empenhou principalmente em deduzir-lhe as conseqüências filosóficas. Nele entreviu, desde o início, o princípio de novas leis naturais; as que regem as relações do mundo visível e do mundo invisível; reconheceu na ação deste último uma das forças da Natureza, cujo conhecimento deveria lançar luz sobre uma multidão de problemas reputados insolúveis, e compreendeu-lhe a importância do ponto de vista religioso.

"As suas principais obras sobre essa matéria são: O Livro dos Espíritos, para a parte filosófica e cuja primeira edição apareceu em 18 de abril de 1857; O Livro dos Médiuns, para a parte experimental e científica (janeiro de 1861); O Evangelho Segundo o Espiritismo, para a parte moral (abril de 1864); O Céu e o Inferno, ou a Justiça de Deus segundo o Espiritismo (agosto de 1865); A Gênese, os Milagres e as Predições (janeiro de 1868); a Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, coletânea mensal começada em 1º de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1º de abril de 1858, a primeira Sociedade espírita regularmente constituída, sob o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cujo objetivo exclusivo era o estudo de tudo o que pode contribuir para o progresso desta nova ciência. O Sr. Allan Kardec nega a justo título de nada ter escrito sob a influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas; homem de um caráter frio e calmo, ele observou os fatos, e de suas observações deduziu as leis que os regem; no primeiro deu a teoria e nele formou um corpo metódico e regular.

"Demonstrando que os fatos falsamente qualificados de sobrenaturais estão submetidos a leis, ele os faz entrar na ordem dos fenômenos da Natureza, e destrói assim o último refúgio do maravilhoso, e um dos elementos da superstição.

"Durante os primeiros anos, em que se duvidou dos fenômenos espíritas, essas manifestações foram antes um objeto de curiosidade; O Livro dos Espíritos fez encarar a coisa sob qualquer outro aspecto; então abandonaram-se as mesas girantes que não foram senão um prelúdio, e que se reunia a um corpo de doutrina que abarcava todas as questões que interessam à Humanidade.

"Do aparecimento de O Livro dos Espíritos data a verdadeira fundação do Espiritismo, que, até então, não possuía senão elementos esparsos sem coordenação, e cuja importância não pudera ser compreendida por todo o mundo; a partir desse momento, também, a doutrina fixa a atenção dos homens sérios e toma um desenvolvimento rápido. Em poucos anos, essas idéias acharam numerosos adeptos em todas as classes da sociedade e em todos os países. Esse sucesso, sem precedente, liga-se sem dúvida às simpatias que essas idéias encontraram, mas deveu-se também, em grande parte, à clareza, que é um dos caracteres distintivos dos escritos de Allan Kardec.

"Abstendo-se de fórmulas abstratas da metafísica, o autor soube se fazer ler sem fadiga, condição essencial para a vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos controvertidos, sua argumentação, de uma lógica fechada, ofereceu pouca disputa à refutação e pre-dispôs à convicção. As provas materiais que o Espiritismo dá da existência da alma e da vida futura tendem à destruição das idéias
materialistas e panteístas. Um dos princípios mais fecundos dessa doutrina, e que decorre do precedente, é o da pluralidade das existências, já entrevisto por uma multidão de filósofos, antigos e modernos, e nestes últimos tempos por Jean Reynaud, Charles Fourier, Eugène Sue e outros; mas permanecera no estado de hipótese e de sistema, ao passo que o Espiritismo demonstra-lhe a realidade e prova que é um dos atributos essenciais da Humanidade. Desse princípio decorre a solução de todas as anomalias aparentes da vida humana, de todas as desigualdades intelectuais, morais e sociais; o homem sabe, assim, de onde veio, para onde vai, e por que fim está sobre a Terra, e porque sofre.

"As idéias inatas se explicam pelos conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores; a marcha dos povos e da Humanidade, pelos homens dos tempos passados que revivem depois de terem progredido; as simpatias e as antipatias, pela natureza das relações anteriores; essas relações, que ligam a grande família humana de todas as épocas, dão por base as próprias leis da Natureza, e não mais uma teoria, aos grandes princípios da fraternidade, da igualdade, da liberdade e da solidariedade universal.

"Em lugar do princípio: Fora da Igreja não há salvação, que entretém a divisão e a animosidade entre as diferentes seitas, e que fez derramar tanto sangue, o Espiritismo tem por máxima: Fora da Caridade não há salvação, quer dizer, igualdade entre os homens diante de Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.

"Em lugar da fé cega que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inquebrantável senão aquela que pode olhar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. À fé é necessária uma base, e essa base é a inteligência perfeita daquilo que se deve crer; para crer não basta ver, é necessário, sobretudo, compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que faz hoje o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e exige a adição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre arbítrio." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

Trabalhador infatigável, sempre o primeiro e o último no trabalho, Allan Kardec sucumbiu, no dia 31 de março de 1869, em meio dos preparativos para uma mudança de local, necessitada pela extensão considerável de suas múltiplas ocupações. Numerosas obras que estavam no ponto de terminar, ou que esperavam o tempo oportuno para aparecerem, virão um dia provar mais ainda a extensão e a força de suas convicções.

Morreu como viveu, trabalhando. Há muitos anos, sofria de uma doença do coração, que não podia ser combatida senão pelo repouso intelectual e uma certa atividade material; mas inteiramente dedicado à sua obra, recusava-se a tudo o que podia absorver um dos seus instantes, às expensas de suas ocupações prediletas. Nele, como em todas as almas fortemente temperadas, a lâmina gastou a bainha.

O corpo se lhe tornava pesado e lhe recusava os seus serviços, mas o seu Espírito, mais vivo, mais enérgico, mais fecundo, estendia sempre mais o círculo de sua atividade.

Nessa luta desigual, a matéria não poderia resistir eternamente. Um dia ela foi vencida; o aneurisma se rompeu, e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem faltava à Terra; mas um grande nome tomava lugar entre as ilustrações deste século, um grande Espírito ia se retemperar no Infinito, onde todos aqueles que ele consolara e esclarecera esperavam impacientemente a sua chegada!

"A morte, disse ele ainda recentemente, a morte bate com golpes redobrados nas classes ilustres!... A quem virá agora libertar?"

Ele veio, junto a tantos outros, se retemperar no espaço, procurar novos elementos para renovar o seu organismo usado numa vida de labores incessantes. Partiu com aqueles que serão os faróis da nova geração, para retornar logo com eles para continuar e terminar a obra deixada em mãos devotadas.

O homem aqui não mais está, mas a alma permanece entre nós; é um protetor seguro, uma luz a mais, um trabalhador infatigável do qual se acresceram as falanges do espaço. Como sobre a Terra, sem ferir ninguém, saberá fazer ouvir a cada um os conselhos convenientes; temperará o zelo prematuro dos ardentes, secundará os sinceros e os desinteressados, e estimulará os tíbios. Ele vê, sabe hoje tudo o que previra recentemente ainda! Não está mais sujeito nem às incertezas, nem aos desfalecimentos, e nos fará partilhar a sua convicção em nos fazendo tocar o dedo no objetivo, em nos designando o caminho, nessa linguagem clara, precisa, que dele fez um tipo nos anais literários.

O homem aqui não mais está, nós o repetimos, mas Allan Kardec é imortal, e a sua lembrança, os seus trabalhos, o seu Espírito, estarão sempre com aqueles que tiverem, firme e altamente, a bandeira que ele sempre soube respeitar.

Uma individualidade poderosa constituiu a obra; era o guia e a luz de todos. A obra, sobre a Terra, nos terá o lugar do indivíduo. Não se reunirá mais ao redor de Allan Kardec: reunir-se-á ao redor do Espiritismo tal como o constituiu, e, pelos seus conselhos, sob a sua influência, avançaremos a passos certos para as fases felizes prometidas à Humanidade regenerada. (Revista Espírita, maio de 1869).

Fonte:
Livro: Obras Póstumas - primeira parte.
JFCR.

Não foi para isso que os elegemos...

Senhores Deputados, o Brasil não quer o aborto quer bons, dignos e fiéis representantes de seu povo em nossos poderes constituídos!

Prezados amigos, é hora de unirmos ainda mais nossas forças e recursos em defesa da vida, da ordem e da decência, já que muitos de nossos "pseudo-representantes", aqueles em quem a sociedade confiou a missão de defendê-la, lutando pelos direitos dos cidadãos, buscando legislar na direção de garantir os mínimos requisitos básicos para uma vida digna dos habitantes deste nosso país, insistem em defender seus interesses mesquinhos e egoísticos, contrariando desrespeitosamente os legítimos interesses morais da sociedade brasileira. Não vamos dar nosso aval, tornando-nos cúmplices da legalização de mais este tipo de crime para ficar impune os assassinatos cometidos pelo aborto legalizado pela sociedade, como eles dirão depois, vamos todos ao contrário, mostrar toda nossa indignação lutando com tenacidade na defesa da moral, da ética e da vida.

Bom número desses indecentes representantes das nossas mais nobres aspirações, continuam articulando com sofismas descarados, a defesa da legalização da CRIMINOSA LEI DO ABORTO, tentando justificar suas tendências viciosas para enganar com falsos argumentos os incautos que lhes caírem nas armadilhas. Vamos enfrentar com disposição esses gênios do mal, que representam uma fração muito pequena em relação à totalidade da população do nosso Brasil, para que essa pequena parcela de insensatos e covardes que de corações endurecidos, escondidos em absurdos argumentos materialista, não venha a exercer tamanha influência na legislação brasileira, em oposição à vontade e às concepções da maioria esmagadora do nosso povo, e contrariando a própria Carta Magna de 1988. O direito à vida não pode ser desrespeitado, sob pena de caminharmos para a barbárie e para a quebra de todos os princípios que têm orientado a nossa cultura cristã.

Apesar das artimanhas utilizadas por aqueles que querem conduzir a opinião pública de maneira a lhes dar respaldo para o ato criminoso do aborto legal, contrariando as pretensões e legítimas aspirações, da sociedade brasileira, que é a correta vivência da conduta cristã, independente da corrente religiosa que se tenha, seja na religião católica, protestante, espírita ou, qualquer outra, visto que se empenham todas juntas, na defesa do respeito à vida, como direito inalienável do ser humano.

O feto que se desenvolve desde a concepção no lugar mais sagrado do ser humano, o ventre materno, não é uma máquina, ou um robô qualquer, que podem ser desligados de acordo com os interesses das pessoas envolvidas na questão, mas sim, um ser humano, com direito à proteção e ao amor de seus Pais, responsáveis, e da sociedade inteira.

Se, querem verdadeiramente evitar a desgraça que representa para toda a sociedade a gravidez precoce das nossas jovens, que trabalhem pela educação de nossas crianças, criando escolas, dando oportunidade de aprenderem na própria sala de estudos o que representa o sexo e suas implicações na vida de um adolescente; onde possam aprender a gostar das coisas nobres da vida, onde possam ter orientação para buscarem desde cedo uma ocupação útil, onde possam ser orientados na procura por uma profissão para estarem preparados adequadamente desde as instituições de ensino para exercerem dignamente uma profissão decente, honesta e honrada, no futuro quando se tornarem adultos esclarecidos e conscientes de seus direitos e deveres.

Precisam, se importar em defender leis que possam garantir um futuro melhor para esses jovens e suas famílias; que incentivem campanhas de esclarecimento sobre a necessidade do respeito ao sexo com responsabilidade; multipliquem as oportunidades do jovem de família carente ingressar nas faculdades públicas; que criem oportunidade de trabalhos para que os jovens tenham uma garantia de que estudando com seriedade garantirão no futuro uma dessas vagas que o mercado de trabalho precisa lhe oferecer; para que não desanimem de estudar pelas perspectivas de não encontrarem um trabalho que lhes proporcionem uma vida digna.

Precisam se empenhar em resolver questões de melhoria da vida do brasileiro, como as graves questões da saúde, da segurança e outras tantas, pois que, para isto é que foram eleitos, e, que peles quais nada fazem, pois, têm tudo do bom e do melhor, e ganham fortunas para se preocuparem com futilidades e com sofismas que lhes têm proporcionado vários mandatos através dos anos, garantidos por essa mesma população ignorante e necessitada que, enganada continua votando nesses lobos infelizes...

Precisam saber os senhores Deputados, que em recente pesquisa que empreendemos, sobre a opinião dos brasileiros em relação à aprovação dessa desgraçada e infeliz lei, o resultado não poderia ser diferente:

86% responderam ser absolutamente contrários à sua aprovação;
7% responderam ser favoráveis à sua aprovação;
4% não têm uma opinião definida e;
Menos de 1% responderam que nunca pensaram sobre o assunto.

Dessa forma, senhores; exigimos que a vontade da nossa sociedade seja respeitada, e que nossos poderes constituídos nos representem com fidelidade, garantindo em definitivo o direito de nascer ao ser que está chegando, pois, é uma criação de Deus e só ele pode tirar-lhe a vida, mais ninguém.

Chega de tantos abusos, exigimos respeito já!.
JFCR.

A Caminho de Jesus

No processo evolutivo, cada espírito desenvolve, passo a passo, determinados valores que lhes são inatos, e que fazem parte de sua bagagem de aprimoramento progressivo ao longo dos séculos.

Em determinada oportunidade, aprimora a inteligência, procurando melhor utilizar os recursos de que dispõe, para desenvolver-se intelectualmente, noutra busca desenvolver seus sentimentos, mais adiante, aprimora seus dons artísticos, buscando a cada dia a sua melhoria em busca da perfeição que representa a aquisição definitiva de todos os bens intelecto morais de que a criatura é capaz de possuir.

Muitas das vezes aflige-se ao defrontar-se com as dificuldades e barreiras que se lhes apresentam no caminho, impedindo-lhe o avanço de forma mais rápida e não são poucas as vezes, que desanimado se rebela, estacionando e se entregando ao derrotismo, sem forças para prosseguir adiante.

É preciso entender antes de tudo, que a jornada é interessante, mas só se consegue êxito, em forma de vitórias, enfrentando-se as vicissitudes que se apresentarem com o investimento de nossos melhores esforços e disposições, no interesse e no empenho que carecemos ter para lograr conseguí-las, pois toda aquisição é fruto de árduo e tenaz investimento de tempo e trabalho.

A Plenitude, que representa a perfeição do ser imortal, por isso mesmo, é patamar superior que para ser conquistada depende das realizações felizes nas etapas precedentes, na elaboração de uma meta a realizar, no empenho da transformação moral do indivíduo, não logrando conseguir aquele que não se dedicar desde cedo ao cultivo de tais atitudes na lavoura do bem.

Assim sendo, busquemos a harmonia propondo-nos ao desafio de prosseguir sem esmorecimentos, enfrentando as dificuldades que por certo encontraremos buscando seguir Jesus, o modelo e guia ideal de toda a humanidade, que nos aguarda confiante e gentil.
JFCR.