sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Edificando o Futuro
Todo o verdadeiro Cristão, crê firmemente na vida pós-morte, pos foi o próprio Mestre Jesus quem primeiramente nos disse que seu reino não era deste mundo, sugerindo a nós outros que além deste reino existe no mínimo o outro reino em que ele habita, não sendo este o seu.
Isto, porque, sendo ELE o caminho a VERDADE e a vida, não poderia estar falando uma mentira, ao pronunciar esta sentença que até hoje causa grande dúvida em muitos irmãos que não aceitam essa afirmação do Mestre, e tentam de várias maneiras buscar explicações que justifiquem suas discordâncias.
Muitas dessas maneiras de como algumas correntes religiosas vêem a vida futura, são falsas em diversos pontos, tornando-se por isso mesmo vagas, e confusas, causando então dúvidas atrozes em seus praticantes, que não usam da balança da razão para analisar as diversas teorias absurdas que são seguidas cegamente por grande massa de fiéis, que as aceitam sem o menor cuidado de meditar sobre essas versões distorcidas da realidade. O Espiritismo, veio completar, nesse sentido como em vários outros, o ensinamento do Cristo, trazendo hoje, quando os homens já se encontram maduros, para compreenderem de maneira segura a verdade imorredoura e cristalina.
Medita a observar a longa estrada dos acontecimentos, e procura te integrar aos construtores da vida melhor, pensa em quantos estão debruçados no desalento, sem nenhum ato positivo em prol da sua própria melhoria, vivendo como vegetais, presos ao solo do desânimo e da inércia.
Convida os que se entregam às choramingueiras improdutivas, às lamentações sem motivos justos, perdidos e desesperançados no vale dos desiludidos, sem enxergarem a luz que brilha ao fim do túnel, convidando-os a seguir em frente.
Observa os que passam vaidosos, insensíveis à dor alheia, sem perceberem que são portadores de favores concedidos pela suprema bondade para aplicar convenientemente a fortuna de que são usufrutuários.
Analisa a situação de quantos se entregam em desesperado processo obsessivo, em vista da ganância em possuir fortunas de valores incalculáveis, que nem sempre logram encontrar antes da morte imprevisível.
Repara a atitude daquele que se embriaga no tóxico do poder, e executa ordens absolutamente desumanas, abusando desmedidamente da desgraça alheia sem sequer se darem conta.
Vê com calma, quantos se vangloriam de amar, transformando o outro alguém em objeto de posse egoísta, se achando dono até mesmo de seu destino, quando chegam ao cúmulo de afirmarem: se não pertencer a mim, não pertencerá a mais ninguém.
Conta quantos casos não te chegaram ao conhecimento de companheiros que diante do fascínio pelas honras exteriores olvidaram seus semelhantes a quem lhe foi confiado o dever de servir.
Todos eles, não se mantêm presos às ilusões da posse dos bens fugidios por maldade, é que ainda são vítimas da ilusão que cresce ante o nevoeiro da periferia da vida, mas, que também, regressarão mais cedo ou mais tarde à senda da regeneração, para a grande transformação de que serão alvo, quando, esclarecidos enxergarem a verdade libertadora.
Por enquanto, para eles, não há justificativa para se engajarem nas tarefas de caridade e do amor ao próximo, visto que ainda não possuem nem mesmo para si próprios, a certeza de que terão outras oportunidades de viver, entregando-se por isso mesmo, ao excessivo apego aos bem terrenos, necessitando de nossa compreensão e ajuda.
No entanto, para nós outros, já conhecedores das verdades que a doutrina espírita nos apresenta, hauridas nas páginas do Evangelho de Jesus, nada justifica o desânimo ou a deserção da parcela que nos cabe na obra do Cristo, pois embora ainda consideravelmente distantes da sublimação que nos é necessário alcançar, temos conosco a bênção do raciocínio, para de maneira lúcida seguir no desenvolvimento da nossa fé raciocinada, crendo em Deus e em nossas possibilidades de trabalho no bem.
Francisco Rebouças.