A doutrina Espírita nos apresenta a Lei de adoração como sendo uma Lei Divina, natural, que devemos respeitar, como todas as outras Leis, que regulam nossa caminhada aos cimos da Criação.
Essa Lei, tem por objetivo aproximar a criatura de Deus seu Pai e Criador, pela elevação do seu pensamento, e nobreza de seu procedimento.
A adoração é algo inato, em todo ser humano, de que acima de tudo e de todos há um Supremo Ser.
Deve ser um sentimento nascido do fundo do coração, com sinceridade, no propósito único do agradecimento por tudo o que Deus nos dá, procurando por isso mesmo, fazer sempre o bem, evitando todo o mal, tornando-nos cada vez melhores, principalmente no trato com nossos semelhantes, buscando por em prática o ensinamento do nosso Mestre: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, os Espíritos Superiores nos ensinam que Deus está ao lado de todo aquele que lhe obedece as suas Sábias Leis, seja porque maneira exprime esse respeito.
Hipócrita, é portanto, todo aquele que, se utiliza, de atos exteriores, pois o Reino de Deus não se exprime por aparências, e sim em virtudes nascidas de dentro do ser e externadas em ações no bem; mau exemplo dá todo aquele que diz adorar a Deus e se contradiz pelo procedimento.
Encontramos na codificação do espiritismo, farto material de estudo para que analisando as instruções dos Espíritos Superiores, melhor possamos compreender e praticar a Lei de adoração conforme segue:
Objetivo da adoração
649. Em que consiste a adoração?
“Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.”
650. Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino?
“Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger.”
651. Terá havido povos destituídos de todo sentimento de adoração?
“Não, que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo.”
652. Poder-se-á considerar a lei natural como fonte originária da adoração?
“A adoração está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes.”
Adoração exterior
653. Precisa de manifestações exteriores a adoração?
“A adoração verdadeira é do coração. Em todas as vossas ações, lembrai-vos sempre de que o Senhor tem sobre vós o seu olhar.”
a) - Será útil a adoração exterior?
“Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre útil dar um bom exemplo. Mas, os que somente por afetação e amor-próprio o fazem, desmentindo com o proceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam.”
654. Tem Deus preferência pelos que O adoram desta ou daquela maneira?
“Deus prefere os que O adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-Lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes.
“Todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Ele atrai a Si todos os que lhe obedecem às leis, qualquer que seja a forma sob que as exprimam.
“É hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz o seu procedimento.
“Declaro-vos que somente nos lábios e não na alma tem religião aquele que professa adorar o Cristo, mas que é orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para com outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. Deus, que tudo vê, dirá: o que conhece a verdade é cem vezes mais culpado do mal que faz, do que o selvagem ignorante que vive no deserto.
E como tal será tratado no dia da justiça. Se um cego, ao passar, vos derriba, perdoá-lo-eis; se for um homem que enxerga perfeitamente bem, queixar-vos-eis e com razão.
“Não pergunteis, pois, se alguma forma de adoração há que mais convenha, porque equivaleria a perguntardes se mais agrada a Deus ser adorado num idioma do que noutro. Ainda uma vez vos digo: até Ele não chegam os cânticos, senão quando passam pela porta do coração.
Seja individualmente ou de forma coletiva, todos devemos adorar a Deus, em pensamentos, palavras e atos, procurando seguir as determinações superiores da vida, contribuindo de maneira eficiente, com nossa cota de trabalho e participando efetivamente no desenvolvimento da comunidade em que nos encontramos situados, para que suas Leis sejam executadas em conformidade com os mais nobres sentimentos de desinteresse, sem os desnecessários atos exteriores que de nada nos servem perante a Suprema Sabedoria de Deus.
Fonte: Kardec, Allan. Livro dos Espíritos 76ª Edição-parte terceira, Capítulo II, página 316/317
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