O teu
agressor, talvez, noutra circunstância, levantará a voz em tua defesa.
O teu adversário,
possivelmente, em situação diferente, será o amigo que te distenderá a mão em
socorro.
O teu caluniador, quiçá, em
posição diversa, virá em teu auxílio.
O teu inimigo, certamente,
passada a injunção de agora, ser-te-á devotado benfeitor.
O teu acusador, superado o
transe que o amargura, far-se-á o companheiro gentil da tua jornada.
Perdoa-os, portanto, hoje que
se voltaram contra tua pessoa, levantando dificuldades no caminho pelo qual
avanças.
Perdoa as suas ofensas sem
impores quaisquer condições, sequer aclarando incompreensões e dirimindo
equívocos.
O perdão deve assentar-se no
esquecimento da ofensa, no repúdio total ao mal, sem exigências.
Não sabes como se encontra
aquele que se ergue para ferir-te, acusar-te.
Ignoras como vive intimamente
quem se fez inimigo revel.
Desconheces a trama em que
tombou o companheiro, a ponto de voltar-se contra ti.
Ainda não experimentaste a
dolorosa aflição que padece o outro —-o que está contrário a ti e te flecha com
petardos venenosos, amargurando-te as horas. . .
É certo que nada justifica a
atitude inimiga, a posição agressiva, a situação adversária.
No entanto, se fosses ele,
talvez agisses da mesma forma ou pior.
Para evitar que isso te
aconteça, exercita '© perdão, preparando-te para não tombares na rampa por onde
outros escorregaram. . .
*
Quem perdoa ofensas adquire paz
e propicia paz.
Quem esquece o mal de que foi
vítima, vitaliza o bem de que necessita.
Nunca te faças inimigo de
ninguém, nem aceites o desafio dos que se te fazem inimigos, sintonizando na
faixa deles.
Se não conseguires superar a
injunção penosa, que os teus inimigos criam, ora por eles e pensa neles com paz
no coração.
O inimigo é alguém que
enfermou. ..
Recorda de Jesus que, mesmo
vítima indébita, perdoando, rogou ao Pai que a todos perdoasse, porque “eles
não sabiam o que estavam a fazer”.
Livro: Alerta
Divaldo Franco/Joanna de
Ângelis