domingo, 22 de junho de 2014
Além da vida física
O espiritismo nos fez saber através de provas incontestáveis, que
a vida continua para todos nós Seres
imortais, depois da morte do corpo físico, e mais, que nossa vida no corpo
é valiosa oportunidade de trabalho que precisamos realizar com vistas ao nosso
progresso intelectual, moral e espiritual, atendendo a uma Lei Natural à qual
estamos subordinados.
Dessa forma, toda boa semente que plantarmos no campo de nossa
atuação, seja em família, no trabalho, na corrente religiosa que seguimos, ou
na sociedade em geral, se revestirá de grande importância para o nosso porvir.
A palavra amiga que houvermos proferido de estímulo ao bem será um
trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.
A opinião caridosa e respeitosa que formulamos acerca dos outros,
converter-se-á em recurso bendito perante a Justiça Divina, quando do exame dos
nossos erros.
O pensamento de fraternidade e compreensão que dedicarmos ao
próximo transformar-se-á em fator de nosso próprio equilíbrio.
A atitude de auxiliar os irmãos que cruzarem o nosso caminho,
oferecer-nos-á o sublime sabor da alegria interior.
Mas, da mesma forma, as nossas más atitudes diante da vida e do nosso
próximo, igualmente terá grande reflexo em nossa vida além túmulo.
A maledicência dos nossos pensamentos e da nossa palavra será
tremendo espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas.
A nossa indiferença para com as dores e desditas do próximo, aparecerá
por desolada geleira em nossos caminhos.
A nossa preguiça tornar-se-á terrível gerador de miséria a
provocar desgastes e sofrimentos em nossa jornada futura.
A nossa crueldade exibirá, na tela de nossas consciências a
constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas
vítimas, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
Assim, concluímos sem medo de errar, que a morte é o retrato da
vida.
A nossa construção em vida física, revelar-se-á, como vivas imagens
que encontraremos na volta ao mundo espiritual, nos mostrando o resultado feliz
ou infeliz de tudo que estamos criando, sustentando e movimentando, no campo da
existência nos dias presentes.
Se desejamos realmente a ventura e a tranquilidade para além das
fronteiras de cinzas do sepulcro, busquemos semear enquanto é tempo, a luz da
sabedoria de quem pretende recolher nas sendas da ascensão as dádivas espirituais
com vistas à felicidade eterna que nos está reservada pela Soberana Bondade.
Hoje temos a oportunidade de plantar segundo nossa vontade, mas
amanhã seremos constrangidos à colheita da safra abundante de bênçãos ou
desesperos.
A Lei é de justiça e ninguém está isento do acerto com suas
determinações Superiores.
Se hoje preferimos cultivar a sombra, decerto, encontraremos,
depois a resposta das trevas.
Se, no entanto, semearmos o amor e a simpatia, onde nos
encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, desfrutaremos ditosos, da beleza
divina da Imortalidade Vitoriosa.
Francisco Rebouças