Sem o lenitivo benéfico que o esquecimento nos propicia, estaríamos com as perfeitas lembranças do mal que fizemos ou dos sofrimentos que nos causaram; dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, situação essa que nos deixaria profundamente desequilibrados sem qualquer condição de tê-los como familiares, amigos, etc. etc.
Isto porque como nos aclara a doutrina espírita, é através da reencarnação que nos relacionamos novamente com aqueles a quem tivemos por amigos ou inimigos do passado que hoje podem estar em nossa família como nossos pais, irmãos, filhos, amigos etc., em sublime oportunidade para que nos reconciliemos, pois, somos filhos do mesmo Pai, conseqüentemente irmãos em Deus.
Dessa forma, precisamos entender que tudo o que nos acontece na presente encarnação e que aparentemente nada fizemos por merecer, nesta oportunidade, tem uma causa anterior, isto é, são dívidas contraídas perante a Lei Maior de amor e caridade, pois, sendo Deus soberanamente bom e justo, impossível é que um filho seu possa ser injustiçado, pagar por aquilo que não deve, daí, se concluir que alguém que tem um filho ou um pai, ou qualquer outro familiar ou não, como entrave em sua vida, é que algo o prende a essa criatura por força das Leis que regem os destinos das criaturas tão bem resumidas por Jesus em: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.
São as famílias, dádivas importantíssimas para a aproximação dos desafetos de outrora, onde podemos auxiliar e perdoar os que nos devem, ao mesmo tempo em que podemos também ser perdoados e auxiliados por aqueles a quem devemos, reatando os vínculos interrompidos por desavenças e incompreensões causadas pela ignorância que nos mantinha escravos do egoísmo e do orgulho, causadores de nossas infelicidades e dores.
Através da reencarnação Deus nos proporciona as necessárias oportunidades de que carecemos para a devida reparação dos equívocos de ontem, para que através do esforço no trabalho de burilamento individual, também podermos dar nossa parcela de contribuição para o progresso e crescimento do bem e da paz entre os homens, contribuindo dessa forma com nossa participação pequena mais necessária e imprescindível na tarefa de elevação moral espiritual nossa e do nosso planeta.
Precisamos cumprir o plano que traçamos com a ajuda dos amigos celestes, quando da nossa vinda para o plano da matéria, pois, todos nós ao reencarnarmos, trazemos um "planejamento de vida", no qual nos comprometemos a cumprir à risca os nossos compromissos assumidos perante a espiritualidade, e diante da necessidade de pacificação de nossa consciência atormentada, que tanto nos incomoda, e que nos cobra a urgente reparação do mal e devida disposição de servir de instrumento do bem e da paz, como discípulos sinceros e operosos do Mestre de Nazaré.
O Espiritista