“Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” (TIAGO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 17.)
São inúmeras as dúvidas que nos assaltam em diversas oportunidades, em que precisamos decidir sobre assuntos importantes que certamente trarão mudanças significativas em nossas vidas.
Então, nos lembramos imediatamente de recorrer aos Amigos do Mundo Maior, com a velha mania de pressa e com a conhecida certeza de que somos merecedores de toda atenção. Mas quando constatamos que as respostas da Providência Divina, não nos chegam com a velocidade que esperamos, ficamos simplesmente decepcionados ou até mesmo revoltados.
Chegamos muitas vezes a pensar que estamos esquecidos e desprezados pelos Espíritos Superiores, não parando para pensar que somos nós que precisamos iniciar a resolução do problema sem jogar a responsabilidade nos ombros dos outros.
É preciso saber que absolutamente nenhuma de nossas rogativas, endereçadas às forças superiores da vida ficam sem resposta, nenhuma prece feita com o coração deixa de apresentar seus resultados, nenhum pedido que formulemos ao Alto deixa de ser apreciado pelos prepostos do Mestre de Nazaré que farão o que for permitido pela Lei Superior no momento exato.
O que nos falta em situações como estas, é ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, pois, envoltos por uma profunda cegueira das coisas da alma, pensamos que o melhor para nós é o que queremos que aconteça naquele justo momento, e, se assim não acontecer passamos a agir como verdadeiras crianças aborrecidas, desequilibradas maldizendo e blasfemando contra tudo e contra todos.
“As crises gerais, que procedem da insegurança individual, são, por sua vez, responsáveis por mais altas e expressivas somas de desconforto, insatisfação, instabilidade emocional do homem, formando um círculo vicioso que se repete, sem aparente possibilidade de arrebentar as cadeias fortes que o constituem”. (1)
Urge entender que não temos o direito de exigir dos emissários Divinos, que nos obedeçam às ordens, como cobramos de um serviçal o cumprimento de nossos caprichos para os quais estamos pagando. Não somos ainda suficientemente capazes de entender que, na grande maioria das vezes, os acontecimentos que tanto nos infelicitam a vida são obras do nosso modo de viver, são frutos de nossas más escolhas que privilegiam quase sempre os prazeres fugidios e ilusórios da matéria.
“O homem deve ser educado para conviver consigo próprio, com a sua solidão, com os seus momentâneos limites e ansiedades, administrando-os em proveito pessoal, de modo a poder compartir emoções e reparti-las, distribuir conquistas, ceder espaços, quando convidado à participação em outras vidas, ou pessoas outras vierem envolver-se na sua área emocional”. (2)
Necessário se faz desenvolver as virtudes do Espírito Imortal, deixando surgir o homem novo que dormita no imo de nosso Ser, e trabalhar sem esmorecimento no bem, entendendo que os obstáculos que não fizemos por merecer nesta ocasião, como sendo a parte que constitui o nosso ajustamento com a Lei de Causa e Efeito que rege o destino das criaturas no mundo, com seus mecanismos naturais em nome da Justiça Maior que determina “que a cada um seja concedido segundo as suas obras”.
Aprendamos definitivamente a interpretar com sabedoria as respostas divinas, que em tudo nos atenderá de conformidade com nossas necessidades reais em consonância com os necessários merecimentos, e não segundo os nossos caprichos.
Pensemos nisso com toda atenção!
Referências:
(1) Xavier, Francisco Cândido, Livro Pão Nosso, Cap. 14, pelo Espírito Emmanuel; e
(2) Idem, Idem.
Francisco Rebouças